Cap 14 - Sem castigo.

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- Neteyam você...você tá bem?

- A-Aonung, eu...

- Neteyam o que houve?!

Aonung entrou na tenda sem nem pensar duas vezes. Ver Neteyam chorando fez com que Aonung apenas reagisse. Foi como um impulso, o obrigando a entrar, mesmo sabendo que a tenda não era a dele.

- O que foi que aconteceu?! Por que você está chorando?! - perguntava Aonung preocupado.

- Não, não é nada! - respondeu Neteyam.

Neteyam detestava que os outros o vissem chorando, mesmo que fosse por uma ferida ou um momento de chateação.

- Nada? Eu ouvi você gritando igual a um louco assim que seus pais saíram! Você tava xingando e gritando! O que houve?

- Aonung eu-

- NETEYAM!

Neteyam recuou, e ficou encarando Aonung por alguns segundos. Seu queixo franziu, e seus olhos se encheram mais ainda de água.

- Neteyam, fala pra mim...o que houve? - perguntou Aonung em tom de voz calma.

Neteyam arfou, tentando recuperar seu fôlego para poder falar. A voz não saia, estava presa, entalada na garganta. Neteyam pos suas mãos trêmulas nos ombros de Aonung, tentado lhe dizer que não conseguia falar.

- E-eu, eu não-

- Calma Neteyam, respira, você tá hiperventilando - disse Aonung.

- E-eu ... - gaguejava.

Dizer palavras assim não fariam Neteyam se acalmar, isso Aonung já tinha percebido. Era difícil conversar com alguém que estava tendo um ataque.

Aonung começou a se lembrar de situações parecidas, em que ele já passou. Sua mãe havia lhe ensinado como lidar com situações parecidas. Aonung estava um pouco nervoso, então não se lembrava de todos os detalhes para ajudar. Aonung não gostava daquela situação, não gostava de ver Neteyam chorar, de vê-lo triste. Aonung sentia pontadas fortes em seu peito, a cada lágrima derramada.

- Neteyam - sussurrou Aonung.

Sem muitas ideias ou alternativas, Aonung faz a primeira coisa que vem em sua mente.....e o abraçou.

Aonung deitou a cabeça de Neteyam em seu ombro, acariciando sua nuca, enquanto ele o abraçava com o outro braço.

- Tá tudo bem, só...respira. Eu tô aqui pra você - sussurrou.

As carícias de Aonung ao poucos foram acalmando Neteyam. Aonung já havia sacado a muito tempo que para acalmar ele, bastava apenas falar em tom de voz baixa, e calma. As mãos de Neteyam já não tremiam tanto, e seus soluços haviam diminuído. Ambos permaneceram assim por alguns segundos, até que Neteyam finalmente se acalmasse. Estava tudo calmo agora, em pleno silêncio. Os únicos sons que poderia ser ouvidos agora, era o som das ondas batentes, e os cochichos dos aldeões que estavam por perto.

- Tudo bem? - questionou Aonung.

Neteyam se afastou lentamente de Aonung, ficando alguns centímetros de distância. Ele olhava para baixo enquanto derrubava algumas lágrimas. Suas orelhas estavam para baixo, e seu queixo estava meio franzido, como se fosse um bebê prestar a chorar. Oh céus, Aonung não gostava de ver Neteyam assim mas, tinha que admitir, ele estava meio fofo, agora que estava mais calmo.

- Como se sente? - perguntou Aonung.

- M-mais calmo - respondeu Neteyam meio choroso.

- Bom...muito bom. Agora que está mais calmo, me diga...o que foi que aconteceu?

•°•°Kelku Oeyä °•°•Onde histórias criam vida. Descubra agora