Depois de terem ficado um bom tempo caminhando, o grupo de jovens decidiu que ficariam ali pela praia, em baixo das árvores. Awa'atlu não era tão quente, era agradável, muito agradável. Era uma bela visão que tinham, não dava pra negar.
As vezes Neteyam se lembrava de quanta falta ele sentia de sua casa. Ele sentia falta de correr por entre as árvores, voar sobre as montanhas Haleluia com seu ikran, saltar sobre as árvores. Que saudades.
- Ei Neteyam! - chamou Tuk.
- Sim? - respondeu enquanto olhava para o chão.
- Você quer ajudar a gente a enterrar o Rotxo?
- Enterrar? - murmurou Neteyam.
Neteyam levantou seu rosto meio confuso. O que ela queria dizer com "enterrar"? Oh.....agora faz sentido. Tuk quis dizer para enterrá-lo na areia. Tinha outros jovens ao redor, mas Tuk queria que ele a ajudasse.
- Eu te ajudo Tuk! - disse Lo'ak indo até ela - você vem?
- Claro. Por que não?
Neteyam se levantou, e seguiu seu irmão até chegar em Tuk e Rotxo-que por sinal já estavam cavando-. Os irmãos começaram a cavar animadamente. Era divertido mexer na areia, ainda mais quando se fazia isso em grupo, só não é muito legal quando tem areia em baixo da unha.
- Rotxo! Deita aqui! - apontou Tuk.
- Já tô deitando! - respondeu Rotxo - Ui! Que areia fria!
Tuk riu da reação do menino.
Neteyam havia se lembrado também que sua irmã Tuk havia ficado muito próxima de seus amigos, principalmente de Rotxo. Talvez seja porque os dois teem praticamente a mesma personalidade, ou eles apenas se combinam.
- Meninos, me ajudem a enterrar ele! - pediu Tuk.
- Pode deixar! - respondeu Lo'ak.
Neteyam e Lo'ak começaram a jogar areia no corpo de Rotxo, enterrando-o aos poucos. Aquilo era realmente divertido.
"A areia é tão macia, tão fofa. Eu poderia passar horas esfregando os meus dedos sobre ela" - pensava Neteyam.
Tuk parecia muito feliz naquele momento, já que ela ria muito. Rotxo e Lo'ak também pareciam se divertir muito. Era tão bom passar um tempo com os amigos, eles deveriam fazer isso mais vezes.
- Pronto! - exclamou Tuk.
- Há! Legal! - disse Lo'ak.
- Aqui tá tão confortável - disse Rotxo se ajeitando por baixo da areia - acho que nada me faria sair daqui agora - finalizou fechando seus olhos.
Lo'ak o encarou, olhou para Tuk, olhou para seu irmão, olhou para Rotxo mais uma vez.
"Tive uma ideia" - pensou Lo'ak com um sorriso malandro.
Lo'ak se levantou do chão, parecendo estar com pressa. Neteyam o seguiu com os olhos, se perguntando o que seu irmão iria fazer. Aliás, Neteyam sabia que aquele sorrisinho nunca significava algo bom. Lo'ak havia entrado no mato, parecendo fuxicar por alguma coisa. O que ele queria? De repente, Lo'ak se levanta-de costas- com sua calda abanando, ele estava animado, mas ele também parecia segurar algo pois, estava bem nítido seu braço esquerdo levantado.
"O que ele está segurando?" - se questionava Neteyam.
Lo'ak se virou, e então Neteyam pôde ver oque ele segurava.
- Oh céus - sussurrou pasmo.
Lo'ak segurava uma lacraia na ponta dos dedos. Maluco. Como ele conseguiu achar uma lacraia? Ou melhor, como ele conseguiu segurar uma lacraia?! Bom, Lo'ak era um menino muito aventureiro, então não era de achar que ele nunca pegaria uma em suas mãos.
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•°•°Kelku Oeyä °•°•
Hayran KurguA quase 1 ano os na'vis venceram a guerra. Muitos voltaram para seus lares com sequelas e histórias daquele fatídico dia. Neteyam carrega essas marcas em seu peito e mente. Sua recuperação não foi fácil, e após a recuperação, Neteyam criou fortes tr...