Despedida

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O sol já estava se pondo quando me ajoelhei sob a montanha de Themyscira, aquela ilha sempre foi minha casa desde pequena. Foi um presente que nos foi dado por Zeus para guardar as amazonas. As amazonas são guerreiras como eu, nós treinamos dia e noite para manter a proteção de nossa ilha. Ela faz divisa com o mundo dos homens, mas há um feitiço de proteção que nos esconde. Jamais homem nenhum pisou em Themyscira e jamais pisará. Todos os dias gostava de ver o sol se por do alto, a água de um azul cristalino, o céu estava com tons de rosa e laranja, como uma das pinturas espalhadas pela ilha. Tudo o que precisamos tem aqui, alimentos da própria terra, roupas de guerreiras que nossa costureira faz, nada nos falta.

Rezei para Hera, nossa deusa, como todos os dias. Olhava para a estátua de Hera mais abaixo, na entrada da cidade, adornada em ouro e pedras preciosas, ao redor havia as ofertas que as amazonas colocavam como agradecimento pelas bênçãos e fertilidade da ilha. Minha mãe, Hipólita, é a rainha de Themyscira. Ela me conta a história de que desejava muito uma filha e certa vez viu uma estátua tão linda que desejou que tivesse o fôlego da vida e Zeus me enviou a ela de presente. Sempre fui a única criança da ilha, com deveres maiores do que qualquer amazona. Era a minha responsabilidade como princesa e guerreira amazona.

-Diana! Corra até aqui, você precisa ver isso!

Uma das amazonas gritava meu nome, todas nós conseguíamos ver o que acontecia no mundo dos humanos através de visões que uma cachoeira nos mostrava. O mundo já havia passado por muitas guerras e as coisas ruins só aumentavam. Desci a montanha rapidamente, sentindo a brisa no rosto, o cheiro de natureza que eu gosto tanto.

-Olhe só para isso, Diana. Há tantos homens ruins, olhe só como são impiedosos, não tem honra em suas mortes.

Havia homens com armas de fogo atirando em inocentes, roubando, pegando as mulheres e as usando como a carne de nossos mercados, deixando seu povo na miséria, tudo por dinheiro. A raiva em meu peito cresceu, senti os nós dos dedos se apertarem enquanto via uma mãe se ajoelhando pela morte de seu filho.

-Dou graças a Hera por nenhum homem poder pisar em nossa ilha. Os homens são podres, mentes ruins, por onde passam deixam destruição.

Zara odiava os homens, ela via tudo o que eles faziam e não havia vontade alguma em tentar conhecê-los. Já eu quando olhava, sentia compaixão e minha vontade de ir até lá aumentava cada vez mais.

-Está na hora do jantar, Diana. Vamos?

Eu a segui, mas meus pensamentos continuaram naquelas imagens violentas do mundo dos homens.

Meu cérebro não consegue desligar, me reviro na cama sem parar e sei que preciso espairecer. Todas as amazonas já estão dormindo e sei bem o que me incomoda tanto, a curiosidade. Saio rapidamente de meu quarto e vejo o jardim em plena madrugada, apenas com os sons dos grilos e cigarras. A brisa está fresca e vou até a estátua de Hera, me ajoelho e peço sua proteção e sabedoria. Eu não deixaria os homens perecerem sozinhos, eu ia até eles para ajuda-los.

Wonder love - A história nunca contada.Onde histórias criam vida. Descubra agora