Vamos voar

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Senti o clima ficando cada vez mais tenso enquanto minha mãe dizia aquelas coisas. Tenho certeza que para ela, dizer aquilo a destruía. Confessar seu amor por um deus do submundo não deveria ser fácil. Sempre vi Hipólita sendo forte, ela mesma me disse algumas vezes que Hera havia lhe dado à missão de cuidar das Amazonas, tornando-as todas as guerreiras. Certo dia eu havia perguntado a ela como eu fui gerada e ela apenas respondeu que havia me visto em uma estátua e pediu aos Deuses que eu fosse real. Quando eu era mais nova não gostava muito dessa história, pois me sentia totalmente feita e não alguém real, mas aprendi que tenho minha personalidade e apenas a aparência de uma estátua muito bem feita. Hipólita baixou a cabeça e começou a chorar, fui abraça-la, mas ela se afastou.

-Mãe, eu não sou filha dele, sou?

-Não, Diana. Você não é filha de Hades. Acha que eu mentiria para você sobre isso?

-Eu não sei você só me contou que era apaixonada por ele agora. Talvez tenha algo a mais para contar.

-Diana, não tenho mais nada para dizer. Apenas que o colar é seu e que ele possui grande poder. Hades pode ser conjurado através dele o tempo que quiser e aonde quiser. Só que ele pode lhe fazer mal, Diana. O portal pode ser aberto e fechado apenas por quem o conjurar. Entendeu?

-Sim, eu entendi. Eu preciso arranjar um jeito de destruí-lo ou pegar a alma do Batman de volta. Nem que eu tenha que morrer tentando.

-Você não sabe onde está se metendo, Diana! Estou lhe entregando o colar apenas porque Hera mandou que eu a ajudasse, mas jamais deixaria uma filha minha ir atrás do deus do submundo!

-Você me disse que se eu saísse e não voltasse, iria esquecer que sou sua filha. Eu segui meu caminho e agora preciso terminar com isso de uma vez.

Hipólita suspirou e tirou o colar do pescoço, colocando em minhas mãos. Ela suspira e fecha os olhos, quando os abre percebo que qualquer vestígio que havia que ela era minha mãe não está mais lá.

-Você fez sua escolha, Diana. Esta é a última vez que virá até aqui pedir minha ajuda. Não lhe darei mais nenhuma ajuda sem ordens da Deusa. Que ela tenha piedade da sua alma, que está arriscando sua vida por um homem.

Eu olhei em seus olhos azuis rancorosos e soltei o que achei que jamais falaria:

-Esse homem salvou minha vida e colocou sua vida e mercê de Hades pela eternidade, eu sou grata por tudo o que ele fez. Se a consequência dos meus atos vai ser ficar sem mãe, assim seja.

Fechei a mão com o colar dentro e saí andando, deixando Hipólita para trás. Zatanna permanecia ao meu lado, sua postura astuta.

-Obrigada, Zatanna. Por ficar ao meu lado.

-Ora, não é isso que as amigas fazem?

À volta para a cidade foi tranquila, o jatinho invisível era mais eficiente do que o esperado. Zatanna ficou em silêncio apreciando a vista enquanto eu dirigia. A Torre da justiça já estava á vista quando ouvi um estrondo atrás de nós. O jato inteiro tremeu e vi que havia um jato negro atrás de nós. Ele estava nos seguindo e atirando.

-O que é isso, Diana?

-Tem alguém atrás de nós.

-Mas esse jato não é invisível?

-Sim, mas podem rastreá-lo.

O jato preto atirou mais uma vez, fazendo o jato estremecer e um botão vermelho começar a apitar.

-Zatanna, pilote essa coisa até eu voltar.

-Você só pode estar brincando, né?

-Não é tão difícil, você acha que consegue pousar na torre da Liga?

-Prometo tentar. Tem problema se eu acabar pousando no chão?

Fui até a porta do jato e abri, voando para fora. Os vidros do jato negro eram escuros, sem visão nenhuma de quem poderia estar dentro. O Jato negro começou a atirar enquanto eu desviava e usava meus braceletes como escudo. Decidi não ter piedade, com apenas dois socos o vidro estilhaçou e a porta amassou completamente. A máquina começou a atirar sem parar no Jato invisível, onde ele começou a cair. Voei rapidamente até ele e peguei Zatanna nos braços enquanto a nave rodopiava para o chão.

-ELE VAI CAIR NA CIDADE, DIANA!

-SEGURE FIRME!

Voei tão rápido até o prédio mais próximo onde tentei jogar Zatanna o mais rápido e delicadamente possível enquanto voava até o Jato que não estava mais invisível. As pessoas começaram a ver o jato caindo do céu, houve uma gritaria e confusão até que cheguei perto o suficiente para pegar o jato, mas já havia alguém lá o segurando para mim.

-Clark?

-Diana, estava preocupado.

-Imagino, não é todo dia que aviões caem em cima da torre da liga.

-Não, quis dizer que estava preocupado com você. Sumiu por dias, tentei contato, mas não consegui.

-Desculpe, estou resolvendo um problema. Obrigada pela ajuda.

-Diana? Não some, está bem? Eu e a liga estamos aqui para ajudar.

-Não sei se quero te envolver nisso.

-Já estou envolvido. Me procure mais tarde, quero conversar com você.

Assenti e voltei até onde o jato negro estava sobrevoando, mas já não o via mais. Ouvi uma voz em meu ouvido, do comunicador no meu ouvido.

"Diana, o Jato que estava atrás de você está um pouco para o sul, se voar rápido consegue alcança-lo."

-Obrigada, Clark.

Voei o mais rápido até avistar a tal nave, quem estava naquele jato se arrependeria. Agarrei a asa com meu laço e comecei a puxar, aquela maldição iria para o fundo do Oceano.

-Venha seu maldito, você vai afundar!

Arrastei-o até a água e comecei a dar chutes e socos até o buraco se formar e começar a cair. O piloto pulou para se jogar na água, mas não teve tanta sorte, pois eu o peguei.

-Acho que você adora dar uma volta pelo céu, não é mesmo? Que tal irmos um pouco acima das nuvens?

-Seria um prazer.

Aquela voz. Batman.

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Wonder love - A história nunca contada.Onde histórias criam vida. Descubra agora