Bem- vindo de volta

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Batman

Eles já haviam descido, tinha certeza. O silêncio reinava na torre, ouvia passos e zunidos dos computadores, mas nada de vozes ou risadas. Eu gostava de ficar sozinho, sempre gostei de trabalhar sozinho e fazer as coisas do meu jeito. Alfred sempre me ajudou, mas depois que Robin apareceu e eu entrei para a Liga, tudo ficou diferente. Comecei a entender mais o que é uma equipe e aprendi a ter uma família. Pela primeira vez, eu odiei ficar sozinho. Fiquei relembrando da tagarelice de Alfred, que odiava esse trabalho que faço, das reclamações e piadas que Robin sempre tinha em seus treinamentos, ele deve estar decepcionado comigo. Descobrir que seu treinador e suposto pai está louco e querendo matar seus amigos não é algo agradável de saber. Lembrei da gentileza de Clark, que sempre sabia o que fazer ou falar e a determinação de Diana. Quando a via em batalha, me sentia tão fraco, ela sempre lutou com o coração e alma e agora estava lá, onde corria um risco de vida profundo e se acontecesse qualquer coisa com ela, com meu melhor amigo...
- Patrão, Bruce?
- Alfred?
- Ora, o senhor quer me matar de susto? Faz dias que não o vejo, achei que estivesse correndo um sério risco de vida, patrão.
- Estou bem, Alfred. Eu estava machucando pessoas e a liga me prendeu, onde está Dick?
-Bom, eu não sei bem... Ele disse que iria ajudar a salvar o senhor, mas como isso faz algumas horas, fiquei um tanto preocupado.
Eu já sabia exatamente onde ele tinha ido, só de pensar, senti um nó no estômago.
-Alfred, preciso sair daqui agora. Abra essa sela.
-Um minuto, Patrão. Espere, o senhor não vai machucar mais ninguém, certo?
-Espero que não.

Em cinco minutos eu estava saindo da sela, os corredores estavam vazios e fui até a sala principal, encontrei Zatanna levitando, sua expressão estava sobrecarregada, ela respirava fundo e de vez em quando falava palavras sem sentido.
-Zatanna?
Ela abriu somente um olho e sorriu.
-Não sei se fico feliz em te ver, Bat.
- Isso foi uma tentativa de elogio?
- É que você estava meio malvado da última vez que nos vimos e agora estou meio ocupada, então não posso lutar.
- Me mande para lá também.
-Você quer mesmo voltar, lá? Deve estar um caos e não sei se seria uma boa ideia.
- Robin está lá.
Ela suspirou mais uma vez e apontou para o chão. Eu me deitei e senti a cabeça rodar, até fechar os olhos e só ver escuridão.

Gritos. Calor. Espadas se chocando. Cheiro pútrido. Sua voz, a voz dela. Por que ela está gritando? Tem algo errado. Ela está em pânico.
Abro os olhos e demoro um pouco para me acostumar com a escuridão banhada em uma luz avermelhada, minha boca está seca e meus ouvidos zunindo. Me ajoelho e observo a batalha, a liga toda está aqui, lutando contra corpos em decomposição, eles estão armados mas ninguém machucado. Hades está do outro lado, sentando em sua janela, observando do alto do castelo.
Ali está ela, lutando contra um cachorro enorme, Superman sempre a ajuda. Os dois estão em uma sintonia perfeita, logo não restará mais nada desse animal. Até ela olhar um ponto fixo e gritar, Superman tenta chegar a tempo e meu olhar procura o que a preocupa tanto. Ali vejo Robin correndo, pelo meio das patas do animal, ele é ágil mas pode ser esmagado a qualquer momento. Corro atrás dele, um dos soldados zumbis corre em direção à ele também, antes que eu chegue mais rápido, ele arremessa a espada que atravessa o peito de Robin. O soldado se desfaz e vejo os olhos de Clark brilhando em vermelho, Diana grita. Eu corro.
Robin está deitado, a espada encaixada no peito. Diana chega primeiro que eu, e quando me vê, fica pálida.
-Batman, eu não... Desculpe, eu juro que não...
Superman está derrotando o animal sozinho, sua fúria foi despertada.
Me ajoelho ao lado de Robin, que está com uma mancha na roupa. Ele segura minha mão e sussura :
-Não foi culpa dela, Bruce. Eu que fui teimoso e...
-Você tem que voltar, Robin. Como te tiro daqui?
-Tem um botão na minha manga, azul. Só apertar e a Ravenna vai receber um sinal para me tirar daqui.
Viro seu braço e aperto o botão, checo seus batimentos cardíacos.
- O que eu faço com essa espada?
- Eu vou tirar. Assim que chegar, você tem que se curar. Acha que ela consegue curar você?
- Sim. Ela consegue.
Me levanto e Diana permanece ajoelhada, segurando sua mão.
Pego a espada e tiro, Robin grita dor enquanto Aperta a mão de Diana.
Seu corpo começa a tremer e desaparece.
- Ele vai ficar bem?
- Creio que sim.
Diana se levanta e antes que eu possa falar qualquer coisa, vejo três cabeças de um cachorro voando e o grito de Hades.

Wonder love - A história nunca contada.Onde histórias criam vida. Descubra agora