Wonder love - A história nunca contada.

Mergulho sem volta

Batman

-Tem que haver outra maneira, Bruce. Ninguém precisa da alma de ninguém aqui, ele está te enrolando.

-Eu estou falando muito sério, extraterrestre. Meu veneno, meu mundo, minha cura. Sua amiga vai morrer em horas se não for curada e ela é uma Amazona, filha de Hera. Sua energia não vai durar muito tempo. Acho melhor decidirem logo.

-Clark, eu dou a minha. É o mínimo que posso fazer pela Diana, ela está assim por minha causa.

-Como assim? Você tem que parar de se culpar por tudo, Bruce.

-Selina a arranhou, por pura luxúria e ciúmes. Diana nos viu, ficou furiosa e elas brigaram então o veneno foi todo para Diana.

-Você está dizendo que ela pegou vocês dois...

-Exato. Eu sou das trevas, Clark. Eu já não tenho sentimentos por mais ninguém, minha vida é Gotham e os vilões que enfrentamos. Eu não tenho família e meu único amigo é você. Você tem uma alma pura e boa que precisa ser aproveitada. Você e a esperança deles, Clark.

-Puxa, que lindo. Agora o tempo de vocês acabou então? Quem vai ser? O morcego ai ou o S?

-Eu. Eu vou.

Dou um passo à frente enquanto Clark me dá um abraço. Ele merece cuidar da Diana, ele vai poder protegê-la melhor do que eu, mas ela não precisa disso. Ser protegida. Ele vai ser um companheiro melhor que eu, tenho certeza. Eu sempre fui rude com ela, grosso, cheio de meias palavras. Porque na verdade eu sempre soube que se meu coração disparasse quando ela estava perto, seria problema. E eu me desconcentrava, pensava nela primeiro mesmo sabendo que ela nunca precisou de nada disso, o que se tornou um problema. Então vou fazer isso por ela, e a falta de sentimento irá melhorar as coisas.

-Tudo bem, então prestem bem atenção. Vocês vão para a porta dos fundos e lá haverá dois rios, um do lado esquerdo e outro do direito. O do lado esquerdo e o Rio Lete onde a memória da pessoa é totalmente apagada por um tempo ou tempo demais e a do lado direito é o Rio que é a fonte da cura, ninguém sabe da existência dele, pois é escondido. Vou dizer só uma vez, vocês irão mergulhá-la no Rio a direita e faze-la beber. Cuidado para não fazer no lugar errado, após isso, o doador da alma vêm até aqui e me entrega a sua.

-Quando eu entregar minha alma vou ficar preso aqui para sempre?

-Se não tiver como voltar, sim. Mas se souber voltar, você vai ter seus sentimentos, mas eu posso tira-los a hora que bem entender. Você vai fazer tudo que eu mandar, mas fora isso, continua sua vida normal.

-Então meus sentimentos não vão embora?

-Vão diminuir e escurecer, mas nada muito grave. Está disposto?

-Vamos logo com isso.

Nós seguimos até uma porta aos fundos do salão e já podemos ver um longo corredor que nos leva até os rios. Clark me para e me entrega Diana, acho que ele sabe o que está acontecendo, sabe dos nossos sentimentos, quer nos dar privacidade e o agradeço mentalmente por isso. Ele fica parado distante enquanto levo Diana em meus braços. Se eu não soubesse que ela está envenenada, acharia que estava morta. Mais nada se mexe, sua respiração mal se ouve e sua cor se foi. Chego até o Rio da cura e me ajoelho. A apoio em meus braços enquanto a mergulho no rio. Apenas alguns segundos e ela sai seca como se nunca tivesse entrado em rio algum. Pego um pouco d'água na mão e a faço beber. Seu corpo por fora já está sem manchas ou esverdeado, sua cor está voltando ao normal. Então faço algo que sei que não irei me arrepender depois. A levo até o outro rio, e a faço beber algumas gotas do esquecimento. Ela não precisa lembrar-se disso, ela não precisa se lembrar de que quase me amou. Isso ficará entre mim e o esquecimento.