Wonder love - A história nunca contada.

Os portões do inferno

Batman

Acordo com um zunido no ouvido e ouço uma voz ao fundo, sinto um calor anormal em meu corpo enquanto tento abrir os olhos. Vejo que caí em uma montanha de ossos por todos os lados, cheio de crânios amontoados. Clark está com Diana em seus braços, ainda a protegendo mas caído no chão.

-Está muito escuro aqui, Bruce.

-Estou utilizando minha visão noturna, por que não usa a sua?

-Eu me sinto fraco e sem poderes aqui, não me causa dor igual a Kriptonita, mas me sinto inútil.

Clark se levanta e uma luz ao longe começa a chegar, parece que está flutuando até nós. Vejo que é um barco pequeno e em pé tem um ser encapuzado e sem rosto. No topo do barco há uma lanterna vermelha e ilumina que esta a cima de um rio e os ossos são o "porto". 

-Bem -vindos ao Submundo, inferno, apocalipse...chame como quiser. Se estão aqui é porque necessitam muito e precisam de ajuda ou simplesmente querem morrer. Uma moeda de ouro por passageiro e acrescentando mais uma, a viagem com pontos turísticos. E ai? O que vai ser?

Olho nos bolsos e não me lembro de ter nada valioso comigo, uma burrice da minha parte. Estava tão louco com a situação de Diana que me esqueci de pesquisar mais sobre este lugar, tão mitológico e tão real. 

-Nós não temos nada aqui, nada valioso.

O barqueiro fica em silêncio e mexe um pouco a cabeça em direção a Diana.

-A garota tem moedas nos bolsos, posso sentir a presença do ouro.

Clark mexe nos bolsos de Diana e retira seis moedas, devolvendo outras três no bolso. Alfred, com certeza ele se lembrou. Obrigado, mais uma vez. Entrego as moedas e o barqueiro as joga no rio.

-Entrem, estejam cientes que a qualquer momento vocês podem morrer e uma vez morto aqui em baixo, não há alma que volte. 

-Isso é mentira, Hércules já veio aqui. - Clark pisca para mim, ele está tentando conversar com o barqueiro e obter informações.

-Isso foi há muito tempo atrás, meu rapaz. Quando existiam heróis de verdade, corajosos, abençoados pelos Deuses. Hoje são meros mortais atacados por tragédias naturais que desenvolvem habilidades. 

-Não sou deste planeta, mas uso minha qualidade para ajudar quem posso.

-A única abençoada pelos Deuses é a garota em seus braços, muito forte, destemida, não devia estar aqui embaixo. A própria deusa Hera a abençoou e bom, ela se sentira quase morta aqui. 

Aquilo me deixa impaciente, querendo acabar logo com aquele assunto. Chegamos mais embaixo e vejo um castelo imenso feito de um material que nunca vi antes. Há rios por todas as partes e pessoas brilhando lá embaixo, parecem sofrer pelos gemidos e gritos. 

- Estamos sobre os Campos Elísios, onde as almas virtuosas ficam. Eles estão bem por aqui, é a melhor parte. 

- Por que estão gritando , então? 

- Deve ser de tédio, brincadeira. Os gritos que ouvem não são daqui, são do Tártaro.

-Alfred leu essa história para mim, são onde os titãs são aprisionados. 

-Exatamente. 

Vejo um animal monstruoso mais á frente, deve ter uns dez metros e há três cabeças de cachorro, ele está descansando e late quando a barca passa. 

- O que é esta criatura? - Clark olha confuso.

- Cérberos, o guardião dos portais para cá. Algumas entradas ficam abertas para os Deuses e são descobertas. Cérberos faz o trabalho dele não permitindo que entrem. 

Vejo rios por todas as partes, cada um com uma cor diferente. Um deles tem uma fumaça ou neblina em cima. 

-Este é o Rio Estige, conhecido pelas promessas e Invulnerabilidade,Igual Aquiles e seu calcanhar.Este é o Lete, quem bebe isso ai esquece de tudo por muito tempo, até a eternidade. Bom, aqui estão as almas ruins, Flegetonte. E lá onde vocês estavam, era o Aqueronte. 

-Você recebe para ser Guia Turístico? 

-Sim, é bom falar com pessoas vivas de vez em quando. Vocês descem aqui rapazes, boa sorte!

Vejo o castelo imenso e a porta aberta. Chegou a hora de fazer negócios.