Sem memórias

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Diana

A dor que já estava diariamente começa a cessar, eu respiro fundo e nada dói. Sinto mãos enluvadas me pegarem e não me incomoda mais, o calor do lugar faz meu corpo reclamar e sei que deve ser algum lugar sobrenatural, afinal eu não sinto calor em excesso. Abro meus olhos e preferia não ter aberto, o lugar é escuro apenas com uma claridade estranha como se fosse fogo, ou um abajur amarelado em um quarto escuro. Vejo água por todos os lados e bem ao meu lado tem um homem vestido de preto, me lembra dum morcego com aqueles chifres e capa. Preparo-me para atacar e fecho o punho.
-Não vou te machucar.
Aquela voz, de trovão. Recordo-me dessa voz, sei que já a escutei antes, mas minha memória não consegue raciocinar.
-Quem é você?
-Um amigo. Vamos você precisa voltar antes que fique muito fraca.
-Onde estamos estranho?
-Batman, e como me chamam. Tivemos que vir ao submundo te ajudar.
-Como ousa me trazer até aqui? Quer me matar?
-Você vai ficar bem.
Ele olha para trás e chama mais alguém. Vejo um rapaz de azul e vermelho chegando, seus olhos azuis possuem uma tranquilidade e consigo relaxar meu corpo.
-Diana, como se sente?
-Eu... Como você sabe meu nome?
O rapaz fica confuso e olha curioso para o morcego então seus olhos captam algo. Ele abre a boca como se levasse um susto e passa a mão pelo cabelo.
-Você não fez isso, né? Diga que ela ainda se lembra.
-Eu tive que fazer Clark. Você não entenderia. Clark? Então esse é o nome dele.
-Não, eu não entendo. Você tirou algo que você não tinha o direito de tirar! São as memórias dela, Bruce!
Memórias? Do que eles estão falando?
-Me digam o que está acontecendo imediatamente ou juro por Hera que matarei os dois!
-Nossa salvamos sua vida, só isso. Bruce suspira e me ajuda a levantar, por algum motivo não sinto vontade de reprimi-lo.
-Você ainda está fraca, precisa ir embora. Clark leve-a com você.
-E você? Vai tirar férias por aqui?
-Preciso cumprir meu trato. Minha palavra. Tire ela daqui, antes que ela fique muito fraca.
-Tudo bem, vou levá-la em segurança.
Bruce tira um frasco do bolso e dá na mão de Clark.
-Deixe apenas o necessário para eu voltar.
Clark toma um gole e dá na minha mão com delicadeza, aqueles olhos são gentis. Pego e tomo um gole, mesmo sendo desconfiada.
-Se me fizer mal, eu juro que quando acordar farei os dois sangrarem até a morte!
Bebo e sinto um gosto estranho, meio amargo e azedo, mas não tão ruim.
Clark me dá a mão e tudo começa a rodar.

Sinto o vento em meu rosto e meu corpo relaxa me sinto forte como nunca. Vejo que estamos no chão e algum prédio bem alto, a lua no céu clareia e vejo que está cheia. Clark está ao meu lado, também está deitado e sua respiração está tranquila. Ele é tão bonito e sinto bondade em seu coração.
Sinto seus lábios nos meus, lentos e gentis.
Que isso? Uma lembrança?
-Está se lembrando de algo?
Clark está olhando para a lua.
-Talvez.
-Se sim, nós nos beijamos exatamente aqui.
-Nós namoramos?
Ele sorri e prendo a respiração.
-Não diria isso, na época eu estava apaixonado por outra.
- E o que aconteceu com ela?
-Ela foi embora, disse que era confuso namorar o Superman.
-Você é o Superman?
- Sim. E você, a mulher maravilha.


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