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Capítulo 11

Haiukan

— Você me pediu uma noite. Isso significa que ainda vai ser um menino levado amanhã de manhã? — Provoco, porque algo em sua voz me fez perceber que sua baixa autoestima tem a ver com os anos que viveu em cativeiro. Não quero que ele pense nisso agora.

— Pode apostar, alfa.

Pressinto seu sorriso e daria qualquer coisa para ver aquilo.

— Nós não somos bons com palavras, Zanjin . Sempre acabamos brigando. Eu prefiro aproveitar sua boca linda de outra maneira.

Os fios do cabelo dele são suaves como o tecido mais raro. Eu poderia passar muito tempo só acariciando essa parte. Movimento os dedos e ele geme, inclinando a cabeça, querendo tirar mais do carinho.

A despeito do que falei, não o beijo novamente. Centímetros somente separam nossos rostos.

Bastaria que eu mexesse a cabeça e o teria, mas adio o momento de prová-lo de novo.

— Você não quer me beijar?

— O que você acha? — Pergunto, puxando seu lábio inferior com meus dentes.

— Então por que não o faz?

— Porque eu não sou um homem suave, como já deve ter notado e talvez seja disso que você precisa.

Não vou começar qualquer coisa com ele como se não tivesse ideia de que viveu anos dentro do inferno. Zanjin  merece minha honestidade.

— Não sei do que preciso, Haiukan . Nunca tive oportunidade de descobrir, então eu gostaria de me testar. Talvez isso apague as lembranças ruins.

— Não tenho certeza se posso apagá-las, mas podemos criar novas. Posso mostrar o que deve acontecer entre um alfa  e um ômega.

— Eu sei o que acontece .

O vazio em sua voz é pior do que se ele gritasse ou deixasse transparecer raiva.

— Você já esteve com um homem por escolha? Alguém o quem desejasse?

— Eu não estive com ninguém além do monstro. Todas as minhas escolhas me foram tiradas.

— Então, acredite em mim, você não sabe o que acontece realmente entre um alfa e um ômega.

— Os rapazes… huh… olhavam para mim na minha ilha e eu já havia beijado um antes de... enfim... — É a primeira vez que ele fala do passado pré-sequestro e eu arquivo a informação para voltar a isso mais tarde, mas ainda não é o momento.

— Eu não sou um garoto como os da sua ilha. ele apoia o queixo em meu peito.

— Não, você é um homem. Um bem mandão e controlador. — Volta a provocar.

— Isso mesmo. Nem eu mesmo poderia me descrever melhor. — Deixo meu dedo indicador correr por suas costeles nuas — e sabe mais o que eu sou?

— Não. — A negativa sai como um miado, o corpo pequeno se movimentando como um instrumento respondendo ao meu toque.

— Aquele que vai ensiná-lo a não sentir mais medo. Eu quero tocar você, Zanjin . Em cada pedaço de pele quero deixar minha boca e língua correrem. Beijar e morder. Chupar. Provar seu gosto.

— Me machucar? — ele pergunta e fecho os olhos, amaldiçoando o desgraçado do albanês.

— Não, bonito. Nunca dor. Só prazer.

— Devo tirar o resto da roupa, então?

O pedido deveria me excitar, mas ao contrário, quase me traz dor física. Zanjin  está condicionado a obedecer e não é isso o que eu quero.

𝕺 𝖒𝖆𝖋𝖎𝖔𝖘𝖔 𝖊 𝖘𝖚𝖆 𝖔𝖇𝖘𝖊𝖘𝖘ã𝖔Onde histórias criam vida. Descubra agora