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Capítulo 25

Haiukan

Aquilo me surpreende para cacete. Irritado, quero perguntar por que, se o melhor amigo sabia que Yao estava em perigo, em nenhum momento contatou as autoridades.— ele agora está bem, sim — digo, mantendo meus punhos cerrados nos bolsos da calça. Eu não gosto desse homem. Quem quer que ele tenha sido no passado de Yao, não era um amigo de verdade.
— Eu preciso de respostas — aviso.

Ele passa as mãos pelo rosto, perdendo o ar brejeiro e parecendo subitamente cansado.

— Yao é quase dois anos mais novo do que eu, então agora deve estar com vinte, né?

— Isso.

Ele acena com a cabeça.

— Nós éramos inseparáveis, por mais improvável que fosse nossa amizade. O menino rico amigo do pobretão. No começo, eu não o queria por perto — confessa, parecendo envergonhado. — ele é lindo e os alfas paravam de respirar quando passava. Eu sempre fui namoradeiro e gostava de chamar a atenção. Queria que todos vissem apenas a mim e, com Yao na minha cola, isso era impossível.

Dou ao  garoto um olhar crítico.

O cabelo  desbotado e os olhos castanhos não tem nem a metade do apelo que meu ômega  possui.

Realmente não teria como lhe dar um segundo olhar, com Yao a duas milhas de distância.

Não só porque meu menino é mais bonito fisicamente, mas porque há algo de misterioso nos olhos dele que faz com que tentemos desvendar seus mistérios.

— Mas ele era tão doce, sabe? — Zhu Zanjin  continua, enquanto tento encaixar aquele ideia mental da Yao de hoje, arredio e desconfiado, com a do seu relato. — Meigo, fofo demais. Acabei por adotá-lo como uma irmão mais novo. ele ficava atrás de mim para cima e para baixo, ouvindo minhas histórias, rindo das minhas bobagens.

— Os pais dele não achavam ruim? Quero dizer, pele diferença social entre vocês.

— Eles mal o enxergavam — diz, com desprezo. — Não eram pais. A mãe e o desgraçado do padrasto, Mao. Foi tudo culpa dele.

Pele sua tensão, sei que estamos chegando a um ponto sensível da narrativa. A parte que Yao não quis me contar. ele continua:

— Deixa eu começar do início. O pai de Yao morreu quando ele era muito pequeno e deixou uma grande fortuna para a mãe e o filho. Pelo que ele me contou, teria direito a um fundo que valia milhões de dólares quando completasse dezoito anos.

Há muitas perguntas rondando minha cabeça nesse exato momento. Eu já sabia, pelas pesquisas que fiz, que Yao vinha de uma família rica, mas como diabos alguém nascido em berço de ouro vai terminar sequestrado pela máfia albanesa? .

— O que aconteceu? — Pergunto, sem conseguir conter minha ansiedade.

— No dia que fez dezesseis anos, houve uma grande festa na casa da família dele. Yao não queria, mas a mãe, sim. ela se casou com um homem alguns anos mais novo, Li Mao, e gostava de exibi-lo para a sociedade.

Meu estômago se contrai e a intuição me diz que foi por causa do padrasto que tudo começou.

Não sou idiota e consigo imaginar um cara jovem tendo dois ômegas em casa, sendo uma deles deslumbrante e inocente. Para alguns alfas, isso seria uma tentação difícil de resistir.

— Continue — comando.

— Lembro-me que foi a primeira vez que vi Yao junto com a família. Por ser pobre, a mãe dele nunca me deixava participar dos jantares que oferecia. Mas era o aniversário dele e como melhor amigo, claro que eu fui convidado. Eu não precisei de mais do que poucos minutos para perceber que o interesse do padrasto nele não tinha nada de paternal. Ele o desejava como um alfa deseja um ômega.

𝕺 𝖒𝖆𝖋𝖎𝖔𝖘𝖔 𝖊 𝖘𝖚𝖆 𝖔𝖇𝖘𝖊𝖘𝖘ã𝖔Onde histórias criam vida. Descubra agora