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Epílogo Final
       

Haiukan

Ilha Blue Pearl — em algum lugar do mediterrâneo

Cinco anos depois

— Papai, Jingyi roubou meu brinquedo. — Qinsu, minha filha de quatro anos, protesta.

Estamos na semana de férias da primavera e Yao pediu que viéssemos descansar em nossa ilha. Ele adora isso aqui. Acho que é uma maneira de matar a saudade do lugar em que nasceu, já que nunca mais quis voltar à China.

Enquanto ele está dentro da casa concluindo alguns trabalhos da faculdade, vigio as crianças em volta da piscina. Mesmo com as babás por perto, não abro mão do tempo com meus filhos, ainda que muitas vezes me atrapalhe em gerenciar os dois.

Ser pai me ensinou que planos nem sempre funcionam como queremos. No começo, tentei colocar ordem neles, como uma espécie de comandante de exército, mas como sempre acontece em relação à Yao, falhei.

Qinsu e Jingyi puxaram à personalidade do mamã, o que significa que agora são três contra um e, geralmente, o time do caos vence. Como nesse momento, por exemplo, em que eles disputam um carrinho.

Por ter sido a  primeira filha, Qinsu, reinou absoluto por um tempo e às vezes tem dificuldade de compartilhar o que quer que seja com o irmão.

— Venha aqui. — Estico a mão para ela que mesmo emburrada, a aceita.

— O que nós dois conversamos a respeito disso? Jingyi é um bebê e não faz por mal. Ele só está com os dentinhos nascendo e sente coceira, então põe tudo na boca.

— Igual no dia em que ele quase comeu minha meia?

Sorrio.
— Exatamente. Pense comigo: quem em perfeito juízo iria comer uma meia com chulé?

Como eu esperava, ela gargalha e volta aos brinquedos, já esquecido de como há trinta segundos estava furiosa com o irmão de oito meses.

Olho minhas duas crianças.
Eu não achei que havia espaço para mais amor dentro de mim do que eu já sentia pelo meu  Yao, mas quando meus filhos nasceram, aprendi que o sentimento só cresce. Não há um limite.

Alguns anos atrás, na primeira vez em que trouxe Yao aqui para a ilha, logo que o resgatei, houve um dia em que estava zangado comigo.

Ele me chamou de homem de lata. O   significado era claro: quis   dizer que eu não tinha um coração.

Meu agora esposo não podia estar mais enganado.

Eu tenho um e cada batida dele é em homenagem a ele e aos meus filhos.
Um coração e alma disposto a qualquer coisa para garantir a proteção e felicidade da minha família. Seja lutar contra os fantasmas que, eu sei, de vez em quando ainda assombram a mente dele, seja para matar quem possa desejar lhes fazer mal.

Nossa história foi louca e improvável, mas eu não trocaria o universo que construí com o meu  Yao por nada.

Não se trata de perfeição, mas de uma vida real.
Brigamos, fazemos as pazes, rimos um para o outro e um do outro, mas acima de tudo, somos conectados por um amor imenso.

Há cerca de dois anos, Yao decidiu tomar posse da herança a que tinha direito. Ele me disse que não seria justo permitir que Shi ficasse com o dinheiro, que, afinal, foi um legado deixado pelo pai.
Nunca mais quis saber da mãe e um dia eu perguntei como andava sua cabeça em relação àquilo.
Sua resposta foi que estava empenhado em esquecê-la. Não odiar ou ficar remoendo a mágoa, mas esquecer que Meng Shi existia.

Pessoalmente, não acredito que isso seja possível, mas torço para que se torne verdade.
Sei que logo depois que nos casamos, a mãe tentou entrar em contato com ele. Yao se recusou a atendê-la, mas a mulher insistiu. Interferi e mandei um último aviso para que parasse de assediar o filho ou eu transformaria o que restou da vida dela em um inferno.

O recado foi bem entendido e os telefonemas cessaram.
Atualmente, não sei o que aconteceu com ela e nem me interessa.

Yao talvez tenha espaço em seu coração para perdoá-la algum dia, mas eu não. O perdão ainda é um sentimento que eu desconheço.

— Eles estavam brigando de novo? — Meu esposo pergunta, saindo de casa sorrindo.

O corpo sexy está coberto por um short vermelho e sua pele já está começando a adquirir o tom dourado que eu tanto amo. Ao contrário de mim, Yao precisa apenas de poucos dias exposto ao sol para ficar com uma cor linda.

— Não vejo como briga, foi mais como uma disputa por território — digo.

— Deixe-me adivinhar: Jingyi ganhou.

— Digamos que Qinsu, depois de alguns conselhos meus, fez uma retirada estratégica.

O segredo de um bom soldado é saber a hora de recuar — falo, puxando-o para o meu colo.

— É isso o que você faz comigo, alfa? Recua quando sabe que está em desvantagem?

— Às vezes. Na maior parte do tempo, prefiro partir para o combate aberto. Não posso negar que gosto muito da maneira como terminam nossas brigas, baby.

(.....)

Fim

Quero agradecer  quem acompanhou essa história desde o começo e a todos que leram ,espero que tenham gostado eu sinceramente quase desisti,mas confesso que agora estou em lágrimas encerrando essa fic !

Obrigada de coração ❤️

Logo eu volto bjs

𝕺 𝖒𝖆𝖋𝖎𝖔𝖘𝖔 𝖊 𝖘𝖚𝖆 𝖔𝖇𝖘𝖊𝖘𝖘ã𝖔Onde histórias criam vida. Descubra agora