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Capítulo 41

Haiukan

Naquela mesma noite

— Como andam as coisas com seu hóspede? — Pergunto.

— Song Jyang é incrível. Eu fiquei com medo de que não nos déssemos bem, mas agora, sei que quando nos separarmos, sentirei muito a falta dele.

Yao está nu, montado no meu colo no sofá do quarto de hotel em que estou hospedado.

Ele fez questão de vir dirigindo — escoltado pelos guarda-costas. Nunca pensei que lhe dar um carro o faria tão feliz. Aos poucos, eu consigo ver o garoto que ele deve ter sido um dia voltar à superfície.

Assim que entrou, eu praticamente o ataquei. Não é incomum que transemos em pé, com ele montado em mim, já que o desejo delirante que sentimos um pelo outro não diminui — ao contrário, parece intensificar quanto mais o tempo passa.

Enquanto ele fala da improvável amizade com o chinês/italiano que vem a ser o cunhado de Romano, me pergunto se já não é tempo de voltarmos para casa.

Não posso esperar indefinidamente para apanhar o maldito federal. Ninguém sabe quem é o agente que foi atrás de Yao em São Francisco.

A única coisa boa no meio de tanta merda, foi que descobrimos que a força-tarefa contra nós foi dissolvida, mas estou pouco me fodendo quanto a isso. Eu quero é a cabeça do homem que fez Yao fugir.

Acabo de decidir que só ficaremos na Califórnia até a próxima semana. Se nada acontecer, regressaremos à Atlanta.

— Está na hora — digo.

Ele inclina a cabeça para o lado, sorrindo, mas parecendo confuso.

— Na hora de quê?

— Chega de mantermos nossa vida em suspenso por causa daquele desgraçado, baby. Se não veio até agora, pode ser que tenha perdido o interesse em nos investigar.

Não acredito nisso realmente e nem pretendo parar de caçá-lo, mas Yao merece ter uma vida normal e não permitirei que mais uma vez isso lhe seja tirado.

— Mas o homem é do FBI. Acha que desistiria simplesmente? Quero dizer, deve ter que prestar contas a superiores.

— Sim, mas acredito que a linha de investigação que ele estava seguindo não é a mesma que a de outros agentes que ficaram em cima da Organização no passado.

— Como você sabe disso?

— A abordagem dele em cima de você foi diferenciada, para dizer o mínimo. Além disso, tenho informações seguras de que a força-tarefa formada contra nós chegou ao fim, o que significa que as ameaças dele se tornaram vazias.

Ele abre a boca, espantado.

— Está me dizendo que vocês têm pessoas… acho que a palavra é  infiltradas, dentro do

FBI?

Aceno com a cabeça.

— Eles não são santos, Yao. Nossa folha de pagamento que o diga.

Passo as mãos pelas costas dele e sua respiração se torna mais suave, mas uns minutos depois, levanta a cabeça do meu peito.

— Se vamos mesmo embora, preciso conversar com Song Jyang. Ele é um ômega doce, mas muito ingênuo. Não acho que está pronto para morar sozinho. Além do mais…

— O quê?

— Pode ser bobagem minha, Haiukan , mas acho que tem um homem nos seguindo.

— Como assim alguém seguindo vocês, Yao? Por que só estou sabendo disso agora?

𝕺 𝖒𝖆𝖋𝖎𝖔𝖘𝖔 𝖊 𝖘𝖚𝖆 𝖔𝖇𝖘𝖊𝖘𝖘ã𝖔Onde histórias criam vida. Descubra agora