No dia seguinte, estava quase convencida de que tudo foi um sonho.
Principalmente quando Cecília só falava da nova irmã a caminho — irmã, porque ninguém mais fingia crer que seu pai teria finalmente um menino. — e do vestido que mandaria fazer para o casamento. Nada sobre Sr. Hunter.
E era melhor assim. Porque nem sabia quando ele apareceria, se apareceria. E se aparecesse não seria fácil explicar sua presença depois da ausência repentina.
— E essa... — A governanta distribuía as correspondências, aproveitando enquanto todos ainda estavam juntos. — É sua.
Pegou seu envelope, não surpresa ao ver o nome do Doyle de Blackhawk na linha de remetente.
— A pobre Cecília não recebe mais nada agora que o noivo mora aqui. — Louise comentou. — Será que Elena terá a mesma sorte em breve?
A ignorou, abrindo o envelope.
— Está com ciúmes, porque ninguém lembra de te escrever, nem a Olívia. — Celestine se meteu.
"Cara Elena,
Adela quer se aproveitar do meu selo, então pede para avisar que está noiva. Se deseja mais detalhes: espere ela parar de gritar e escrever uma carta ela mesma. Ainda não receberá tão cedo um convite, embora. Aparentemente será um noivado demorado por decisão dos pais de ambos os chorões. Mas espero que venha, tenho que ganhar algo com isso, além de me livrar dela.
Se quer minha opinião: Não sei porque tanta espera, não é como se um ano a mais para que um único dia seja perfeito pareça uma troca justa. Mas não sou eu me casando.
Me avise sobre qualquer evento em Woodrest nos próximos meses, quando sua irmã dos bailes caros faz aniversário, mesmo? antes que Adela se case, pretendo a usar como desculpa pra visitá-la.
Mas não te escrevo apenas para repassar fofocas ou fingir ser culto o bastante para praticar caligrafia: Dizer que tenho um problema, um que não posso escrever sobre, por mais irônico que pareça. Juro que tentei. Gastei muito em papel e tinta, e rasguei cada uma deles (Papel e dinheiro). Não conte ao meu pai. Espero que me responda em breve, não sei por quanto tempo mais posso ficar sem... Resolver isso. E talvez você tenha o conselho que preciso.
Alguma carta sua se perdeu? Está viva? Aproveite para dar sinal de vida agora que deve ter pena. Nosso acordo só vale enquanto ambos vivemos.
Cordialmente,Sr. Jesse Doyle.
Elena riu, recebendo olhares dos fofoqueiros da família, todos eles.
Não a surpreendia o tom da carta, se havia algo de novo era o tal assunto que ele não poderia escrever. Como o que ele deixava de fora da carta seria pior que o que ela não conseguia escrever?
Mas ele era Jesse, o que seria tão sério que ele não seria capaz de escrever? Havia recebido uma descrição do pelo encravado em seu dedão há alguns meses, ele não poderia ser acusado de ser o pior dos reservados.
Seu pai pigarreou, em seu lugar.
— Alguém precisa de algo do centro? Passarei por lá hoje. — Ofereceu. — Mas adianto que não voltarei cedo, não adianta me esperarem na janela.
— O que tem para se demorar no centro? — Delphine perguntou, empurrando sua caçula de leve.
Sra. Desmond estava a manhã inteira afastando as mãos de Valerie, desde que contara que uma nova irmã viria, a caçula não queria tirar suas mãozinhas quase sempre sujas da barriga — e do vestido limpo. — da mãe.
— Não tem, mas meu futuro genro me convidou para caçar na propriedade dos Hunter.
A carta que Elena havia cuidadosamente dobrado caiu dentro do mingau. Tentou salvá-la com o guardanapo, mas sua atenção ainda era toda de seu pai e suas atividades para o dia.
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Woodrest: Tempestades no paraíso
Historical FictionLIVRO I Elena Desmond era a quarta de oito filhas, e não tinha sequer um irmão. Era também a que diria sim à qualquer um para dar ao pai o alívio de uma filha a menos para se preocupar, não importava quem fosse o pretendente. Ao menos até conhecer C...