O Gramado Do Gazebo

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Mas o que aconteceu foi: ao invés de irem, os Doyle preferiram fazer a visita. O que Elena imaginou, embora sem Provas para sustentar tal calúnia, que fosse uma medida de proteção à mobília de Sra. Doyle.  Afinal não havia um bom histórico envolvendo os dois primos, e ele apenas piorou quando a quarta Desmond se juntou.

E não ficou apreensiva quando ouviu os convidados chegarem, e seu futuro noivo não moveu um polegar em animação. Já havia percebido que ele havia entendido. Afinal, como não o faria após lhe dar tantos detalhes e ele acrescentar um número ainda maior de perguntas?

Então sabia que era apenas sua aversão natural ao Doyle, não ao Jesse. Na verdade, ele quase sorriu quando soube que qualquer avanço de Tim Doyle foi barrado pela omissão de verdade cometida por Jesse e ela. E havia acrescentando que teriam que convidar os Doyle de BlackHawk para o casamento, quando este chegasse.

Agora, só faltava conseguir um momento para conversar com Jesse sobre o dito casamento, quando ninguém pudesse ouvir.

— Elena!! — Adela atravessou a porta com os braços abertos, procurando sua amiga pela sala, e quase abraçando Louise por engano. Mas abraçou a irmã correta, e se abraçaram como irmãs perdidas.  — Eu tive tanta saudade, não é o mesmo trocar cartas, principalmente quando não tenho como manter a frequência delas.  — Elas se soltaram, e Adela abriu um sorriso brilhante como pérolas. — Está tão bonita. Mais gorda e corada, estava sempre tão pálida e adoentada em BlackHawk.

Não tinha resposta para aquilo, nenhuma curta ou apropriada.

— Obrigada, você está tão bonita como antes, e não digo isso apenas porque também estava com saudades. — e puxando sua mão, encontrou o anel de noivado. — Ahh, sim, de qualquer forma não poderia descrever com dignidade essa beleza.

— É lindo, não? Mas de família, meu futuro cunhado definitivamente não é rico. — O outro Doyle logo se fez presente. — E eu também tinha saudades.

Como, obviamente, estavam sendo observados, enquanto seu pai e Delphine cumprimentavam os outros Doyle. Elena aproveitou para fazer as apresentações, tomando a vez dos tios deles atrevidamente.

— E aquele, — apontou para o homem de cabelos escuros que acabava de se levantar. — É Casper Hunter.

Ele estendeu a mão.

— Doyle.

— Então... — Sr. Desmond se aproximou mais, medindo Jesse dos cabelos dourados aos pés em botas de couro. — O senhor é o famoso Jesse Doyle.

— Estou famoso? Como anda minha fama? — Ele estreitou os olhos para a amiga. — Espero que Senhorita Elena não tenha contado mentiras sobre meu nome.

— Contei sobre a micose no seu pé. — Mentiu.

— Como ousou?! — Ele arfou, em exagerada performance de choque. — Que conste, Sr. Desmond, que meu pé agora está muito bem.

Seu pai riu, como o esperado, e deu um tapinha no ombro de Jesse, como se fossem velhos amigos.

— Gostei de você, criança.

Que bom, por um lado. Que desgraça, por outro. Agora seu pai iria tomá-lo como o seu futuro genro. Enquanto o verdadeiro olhava a cena impassível.

Primeiro, todos foram convidados a se sentar e comer, e então, os anfitriões convidaram os outros a irem ao jardim, onde poderiam aproveitar o dia de céu aberto, sentados nas cadeiras de ferro do jardim.

Um grupo um tanto grande demais para tal escursão.

Estava prestes a se apoiar no antebraço de Sr. Hunter, para seguir o passeio, quando seu pai gritou um "Espere ai!" que a fez se virar assustada, pensando ser com ela. E soltou-o imediatamente.

Woodrest: Tempestades no paraísoOnde histórias criam vida. Descubra agora