E Sr. Hunter de muito bom grado ouviu o pedido de Sr. Desmond, e assim que os pares que pretendiam dançar a próxima musica se reuniram no centro do salão, ele a conduziu para lá.Se juntaram à fila, frente a frente um do outro, e aguardaram a deixa dos músicos que logo veio em um lamurio de violino, iniciando a dança.
Logo no primeiro toque de mãos ela sentiu que antes, sem o conhecimento do que sentia, podia agir com ele em perfeita naturalidade, mas agora tudo a fazia muito autoconsciente de que estava apaixonada por ele. Não era mais a ilusão de que estava apenas satisfeita pela agradável companhia. E isso tornava mover seu pés com a mesma graça das outras dançarinas uma tarefa trabalhosa.
— Não parece estar gostando do baile. — Ele observou.
— Estou apenas cansada. — Usou a desculpa que pensou ser a mais apropriada. — Tive muito trabalho ajudando na organização.
— Entendo. — Ele murmurou. Por mais alguns passos na dança ficaram em silêncio, apenas ouvindo as musicas e executando os passos que deviam. — Organizaram muito bem. — Ele elogiou.
— Obrigada. — Ela respondeu sem mais nada a adicionar, e mais um instante de silêncio se sucedeu.
— A senhorita dança muito bem. — Mais um elogio. Sr. Hunter estava sendo sádico, completamente empenhado em manter uma conversa com ela quando tudo em que Elena pensava era manter o esforço de mantê-lo à um braço de distancia.
— Obrigada. — Repetiu, se perguntando quantas vezes mais teria que fazê-lo. — O senhor também é um ótimo dançarino. — Devolveu por educação o elogio, mas não deixava de ser legítimo, definitivamente.
Da próxima vez que ele disse algo ela fingiu não ouvir, e ele não insistiu mais. Apenas dançaram bem e silenciosamente aquela musica até as ultimas três notas do piano pararem de ecoar. Os dançarinos daquela música fizeram uma respeitosa reverência aos seus pares, e começaram a se dispersar.
E Elena tentou fugir imediatamente, mas Sr. Hunter a pegou pela mão bem quando ela iria pedir licença e se virar para sumir entre os convidados.
— Me concede a próxima... — Ele foi interrompido antes de poder terminar a frase.
— Elena! — Tim disse sorrindo. — E Sr. Hunter, boa noite. — O cumprimentou sem dar muita importância. Era a primeira vez que ela sentia alívio ao ver Tim Doyle vir falar com ela. — Me concede a próxima dança? — Ele a convidou em seu melhor modo cavalheiresco.
— Sim. — Concordou rapidamente, fazendo Tim Doyle sorrir como se o sim fosse para um pedido de casamento.
— Eu... — Sr. Hunter começou, mas ao olhar pra ele, Elena o viu confuso. Parecia ter esquecido como continuar a dizer o que pretendia. — Foi um prazer dançar com a senhorita. — Ele disse por fim. Sorriu educadamente, mas não vendo as marcas no canto dos seus olhos se aprofundarem, Elena soube que era falso. E ela odiava conhecer esses pequenos pormenores sobre Casper Hunter. — Com licença. — E ele se virou e sumiu entre as pessoas, como ela tinha planejado fazer anteriormente.
— Não a tinha visto antes. — Tim comentou enquanto esperavam os novos pares se formarem para a próxima dança.
— Sim. — Ela concordou distraidamente, e apenas quando notou ele olhando para ela, como se esperasse um acréscimo a frase, foi que tentou fazer um esforço para manter uma conversa. — Também não o tinha visto, está julgando o baile agradável?
— Com certeza, os Desmond sabem como dar bailes. — Ele elogiou. — Só faltei à duas ou três danças desde que cheguei. Já dancei com Louise, sua prima Amber, Sra. Enright, e tantas outras que mal me lembro.
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Woodrest: Tempestades no paraíso
Ficción históricaLIVRO I Elena Desmond era a quarta de oito filhas, e não tinha sequer um irmão. Era também a que diria sim à qualquer um para dar ao pai o alívio de uma filha a menos para se preocupar, não importava quem fosse o pretendente. Ao menos até conhecer C...