Após receber as coordenadas da casa refúgio, Irene reuniu seus pertences logo de manhã, decidida a chegar antes de qualquer um do esquadrão a casa.
— Você já está indo?— a voz assustou a mulher, que carregava sua bolsa enquanto descia as escadas.
— Já sim, Dani.— Irene suspirou, observando o rosto triste de seu sobrinho.
— Vai demorar muito pra você voltar?— Daniel voltou a perguntar, aproximando-se de sua tia.
Irene passou a descer as escadas acompanhada do garoto, que parecia mais triste do que deveria.
— Dessa vez eu não sei quando vou voltar, Daniel.— a capitã murmurou, tocando os cabelos do garoto, que pulou o último degrau.
Daniel desatou a correr em direção a sala, deixando Irene sozinha e confusa com a reação do garoto.
Aproximou-se da bancada próxima a porta, tomando seu capacete em mãos, apos lançar sua bolsa nas costas.Ouviu os passos estrondosos da criança voltar a se aproximar.
Voltou seus olhos na direção da sala, onde encontrou seu sobrinho surgindo pela enorme porta, segurando algo em mãos.— Toma, tia, isso é pra você!— o garoto aproximou-se, oferecendo o pequeno papel.
Os dedos de Irene tomaram o pequeno sulfite, observando o desenho colorido, onde haviam um homem, duas mulheres e o pequeno menino.
— Esse é o vô, a mamãe e você, com a roupa verde do exército!— Daniel passou a dizer, ao passo que Irene abaixou-se para olha-lo nos olhos.— Esse sou eu do lado da minha mãe.— o garoto apontou para o desenho de si mesmo na folha.
Os olhos de Irene observaram o pequeno avião desenhado no meio das nuvens, escondido.
— Esse aqui é seu pai, não é?— a mulher apontou para o avião
— Sim. Ele está olhando pra gente. Então você tem que voltar pra casa, pro papai não se preocupar!— Daniel explicou, voltando os olhos para o rosto da tia.
Ainda era uma criança de dez anos, mas já havia pedido muito.
Era muito mais maduro do que parecia.Os dedos de Irene envolveram o rosto do garoto, acariciando suas bochechas.
— Eu prometi pra você, não é, que estaria sempre com você.— a mulher suspirou. — Então não se preocupe. Pode até demorar, mas eu vou voltar, Dani!— Irene sorriu, antes de beijar o alto dos cabelos de Daniel, ouvindo o garoto sorrir.
— Volte logo tia Ire!— o garoto suspirou, observando a mulher se levantar lentamente.
Por um segundo, Irene viu o rosto de seu irmão estampado na expressão de seu sobrinho.
Sentiu o peito apertar.
O simples fato de Daniel a ver sair antes de sua missão a fez repensar sobre tudo que havia acontecido nós últimos dias.Daniel era o real motivo dela querer entender o que havia acontecido com seu irmão.
A mulher sorriu para o garoto, antes de dar as costas e sair de casa, dobrando o pequeno desenho, colocando entre um de seus bolsos.
Seus olhos observaram a motocicleta estacionada em frente a sua casa.
O último presente de seu irmão.
A moto carregava as marcas de Isaac dês de a juventude vergonhosa, até seu último aniversário, onde o irmão mais velho havia lhe presenteado sua relíquia.Colocou o capacete, abaixando a viseira antes de montar e ligar sua moto.
Sabia que no momento em que saísse por aqueles portões estaria concordando com as ordens de seu pai e também com sua punição.
No entanto, faria de sua segunda missão, convencer Tales de que ela não era uma opção para ele.
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Guardiões do céu
ActionApós um assassinato sem explicação, Kalan se reune com um esquadrão especial para investigar um esquema de corrupção no exército. Mas não contava com a teimosia da capitã do exército que havia chegado para tirar sua paz. Ainda sofrendo a perda do ir...