15° Capítulo

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A passos calmos, o homem de cabelos escuros abriu a porta da casa que tinha vista para o mar, encarando as costas de seu capitão, junto ao nascer do sol.

— A capitã Irene já está acordada.— Cristian suspirou, aproximando-se de Kalan.

— Ótimo. Vamos voltar as antigas atividades. Precisamos reunir as informações e agir depressa.— o capitão suspirou, encarando o nascer do sol lindamente.

Um suspiro surgiu por entre os lábios de Cristian, notando a tensão presente nas costas de seu capitão.

— Estamos indo contra uma ordem do comandante. Vai nos causar uma grande punição.— De Luca suspirou, colocando ambas as mãos na cintura.

— Tem medo da punição? E a porquice que fizeram com nossas forças armadas? Aquele homem traiu não só sua honra, mas seu próprio sangue.— Kalan cerrou os dentes voltando os olhos para encarar seu tenente.

— Está tão revoltado assim com o caso da capitã Irene?— Cristian perguntou incrédulo. Nunca havia visto seu capitão tão irritado por algo.

O silêncio surgiu por alguns minutos.

— Aquela mulher... Ela vai ser minha, Cristian. E ninguém mais vai faze-la chorar!— a voz de Kalan surgiu como a um suspiro.

— Mas capitão, a capitã está noiva de um marinheiro!— o tenente De Luca suspirou, encarando as costas do capitão.

Os olhos de Kalan encaram o céu, franzindo o cenho com certa raiva.
Nem mesmo que custasse seu posto, iria fazer o possível e o impossível para ter Irene a seu lado.

— Se existe alguém que vai se casar com ela, esse alguém serei eu!— o capitão cerrou os dentes, fechando ambas as mãos em punho. — Irene é minha! E não divido o que é meu com ninguém.— Kalan praguejou, voltando os olhos para o homem um tanto distante.

Um riso fraco surgiu por entre os lábios do tenente de aviação, que encarou seu superior desdenhoso.

— Ora, nosso capitão apaixonado? O que será de nós!— Cristian pigarreou, estalando a língua.

Percebeu os olhos severos de seu superior sobre si e engoliu em seco.
Seu capitão podia ser terrivelmente ameaçador quando realmente queria.

— Devia dobrar a língua, ou vai pagar 110 flexões no próximo teste.— Kalan murmurou entre os dente.— Mas não posso fazer nada. Infelizmente você tem razão!— o capitão suspirou, passando a caminhar em direção a casa.

— Ui, está completamente apaixonado pela capitã! Que os céus e a terra tenha misericórdia de nós!— o tenente balbuciou novamente.

— Agora são 200 flexões, tenente!— o capitão gritou, próximo a porta.

— Mas, Capitão...— De Luca tentou dizer.

— 250 e se dizer mais uma palavra, vai levar o esquadrão com você!— Kalan gritou mais uma vez, antes de entrar na casa.

O tenente respirou fundo, rindo.
Afinal, depois de tanto tempo, seu capitão não parecia mais tão implacável quanto era.
Estava finalmente feliz que seu superior estava abrindo seu coração trancado a sete chaves, mesmo que fosse pela muralha do exército feminino.

Kalan seguiu para dentro de sua casa na praia, caminhando em direção a cozinha, encontrando Tales e Safira no preparo do café da manhã.

— Vocês chegaram rápido, estavam juntos?— a voz do capitão da aeronáutica soou provocadora.

— Sim...— Safira murmurou envergonhada.

— Não te interessa, tigre!— Tales praguejou, sem ao menos olha-lo.

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