9° Capítulo

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A última semana havia sido de muito trabalho para o grupo de investigação.
Nem mesmo o cansaço lhe deram trégua.
Queriam finalizar aquele caso o mais rápido que conseguissem.

Kalan terminava de encher dois copos de água, passando a carrega-los em direção a sala, onde colocou um deles diante de mulher de cabelos castanhos, sentando-se a seu lado.

— Obrigada...— Irene murmurou, tomando o copo de vidro em mãos, levando-o aos lábios.

— Como está seu ombro?— o homem perguntou preocupado, voltando os olhos para os pequenos pontos, já secos no alto do ombro da mulher, que vestia uma simples regata preta.

A mulher voltou o copo sobre a mesa de centro, passando os olhos pelo próprio braço, onde a pequena cicatriz se formava lentamente.

— Estou melhor, obrigada por perguntar.— a capitã suspirou, antes de voltar os olhos para o documento.

— Não se canse demais.— Kalan suspirou, sentado-se ao lado da mulher, tomando uma pasta em mãos.

Um tanto distante, sentados na bancada da cozinha, o tenente De Luca sorriu largo ao observar seu capitão aproximar-se de Irene com um documento em mãos.

— Eca, tão doce...— Cristian pigarreou para si mesmo, antes de sentir um beliscão em seu braço, recebendo a repreensão da tenente. — Isso dói, sabia?— o homem cerrou os dentes.

— Deixe de ser intrometido, homem!— a tenente bufou, voltando os olhos para as fotografias espalhadas sobre a bancada.

— Vai me dizer que gosta disso? Podiam se assumir logo, aff!— De Luca revirou os olhos, antes de voltar os olhos para um dos relatórios.

— Cale a boca, De Luca!— a mulher praguejou, voltando a o beliscar.

— Isso dói, sua maluca!— o tenente cerrou os dentes batendo na mão alheia.

Ainda imersos sobre os documentos, Kalan ouviu claramente o som da porta do último cômodo da casa ser aberto.

— Kalan?!— a mulher gritou alto no corredor.— Kalan, encontrei algo sobre a substância da artilharia!— Safira surgiu na sala, seguida por Tales que a acompanhava.

O capitão levantou os olhos na direção da mulher, notando-a pálida.

— E o que é?— Kalan perguntou curioso, levantando-se.

A pesquisadora aproximando-se, abrindo um dos diários, conhecidos por Kalan, oferecendo-lhe uma das páginas.

— Eu estava enganada. Não foi meu pai quem criou a fórmula da artilharia. Foi Sara! Minha irmã criou a fórmula original e meu pai desenvolveu.— a pesquisadora sentiu a voz sumir em sua garganta.

— Isso quer dizer que...— Kalan não ousou dizer.

— Isso quer dizer que a senhora Bellini foi assassinada pelas mesmas pessoas que mataram o tenente Isaac Guerra.— o capitão da marinha deduziu, lendo a fórmula em um dos documentos em sua mãos.

Irritado com o que acabara de ouvir, Kalan avançou sobre a gola do jaleco do capitão da marinha, puxando-o para perto.

— Minha mulher morreu dentro do laboratório! Não teria como ser assassinato! Não fale asneiras.— Kalan cerrou os dentes, sentindo sua raiva percorrer cada célula de seu corpo.

— Essa é a resposta, Kalan! Sara foi a primeira a entrar em contato com a Facto X, a droga que encontramos no sangue dos moribundos jogados no mar.— Safira explicou, apontando para o diário em suas mãos.

— Não! É impossível!— o capitão da aeronáutica sentiu o coração doer.

Sua Sara não era capaz de criar uma arma biológica para matar pessoas.
Sua esposa não era o monstro que diziam ser.

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