A última semana havia sido de muito trabalho para o grupo de investigação.
Nem mesmo o cansaço lhe deram trégua.
Queriam finalizar aquele caso o mais rápido que conseguissem.Kalan terminava de encher dois copos de água, passando a carrega-los em direção a sala, onde colocou um deles diante de mulher de cabelos castanhos, sentando-se a seu lado.
— Obrigada...— Irene murmurou, tomando o copo de vidro em mãos, levando-o aos lábios.
— Como está seu ombro?— o homem perguntou preocupado, voltando os olhos para os pequenos pontos, já secos no alto do ombro da mulher, que vestia uma simples regata preta.
A mulher voltou o copo sobre a mesa de centro, passando os olhos pelo próprio braço, onde a pequena cicatriz se formava lentamente.
— Estou melhor, obrigada por perguntar.— a capitã suspirou, antes de voltar os olhos para o documento.
— Não se canse demais.— Kalan suspirou, sentado-se ao lado da mulher, tomando uma pasta em mãos.
Um tanto distante, sentados na bancada da cozinha, o tenente De Luca sorriu largo ao observar seu capitão aproximar-se de Irene com um documento em mãos.
— Eca, tão doce...— Cristian pigarreou para si mesmo, antes de sentir um beliscão em seu braço, recebendo a repreensão da tenente. — Isso dói, sabia?— o homem cerrou os dentes.
— Deixe de ser intrometido, homem!— a tenente bufou, voltando os olhos para as fotografias espalhadas sobre a bancada.
— Vai me dizer que gosta disso? Podiam se assumir logo, aff!— De Luca revirou os olhos, antes de voltar os olhos para um dos relatórios.
— Cale a boca, De Luca!— a mulher praguejou, voltando a o beliscar.
— Isso dói, sua maluca!— o tenente cerrou os dentes batendo na mão alheia.
Ainda imersos sobre os documentos, Kalan ouviu claramente o som da porta do último cômodo da casa ser aberto.
— Kalan?!— a mulher gritou alto no corredor.— Kalan, encontrei algo sobre a substância da artilharia!— Safira surgiu na sala, seguida por Tales que a acompanhava.
O capitão levantou os olhos na direção da mulher, notando-a pálida.
— E o que é?— Kalan perguntou curioso, levantando-se.
A pesquisadora aproximando-se, abrindo um dos diários, conhecidos por Kalan, oferecendo-lhe uma das páginas.
— Eu estava enganada. Não foi meu pai quem criou a fórmula da artilharia. Foi Sara! Minha irmã criou a fórmula original e meu pai desenvolveu.— a pesquisadora sentiu a voz sumir em sua garganta.
— Isso quer dizer que...— Kalan não ousou dizer.
— Isso quer dizer que a senhora Bellini foi assassinada pelas mesmas pessoas que mataram o tenente Isaac Guerra.— o capitão da marinha deduziu, lendo a fórmula em um dos documentos em sua mãos.
Irritado com o que acabara de ouvir, Kalan avançou sobre a gola do jaleco do capitão da marinha, puxando-o para perto.
— Minha mulher morreu dentro do laboratório! Não teria como ser assassinato! Não fale asneiras.— Kalan cerrou os dentes, sentindo sua raiva percorrer cada célula de seu corpo.
— Essa é a resposta, Kalan! Sara foi a primeira a entrar em contato com a Facto X, a droga que encontramos no sangue dos moribundos jogados no mar.— Safira explicou, apontando para o diário em suas mãos.
— Não! É impossível!— o capitão da aeronáutica sentiu o coração doer.
Sua Sara não era capaz de criar uma arma biológica para matar pessoas.
Sua esposa não era o monstro que diziam ser.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Guardiões do céu
ActionApós um assassinato sem explicação, Kalan se reune com um esquadrão especial para investigar um esquema de corrupção no exército. Mas não contava com a teimosia da capitã do exército que havia chegado para tirar sua paz. Ainda sofrendo a perda do ir...