17° Capítulo

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A tarde havia chegado quente assim que o esquadrão chegará a casa da praia de Kalan.
Cansados, os três capitães lançaram seus corpos, lado a lado no sofá, encarando o teto.

— Temos algum tempo antes de voltar a serviço?— a voz de Safira surgiu curiosa.

— Vamos retornar a noite, por favor, estou exausta!— Maia praguejou lançando uma mochila ao chão.

— Tirem o resto do dia de folga, conversaremos após o jantar.— Irene suspirou, ainda deitada no sofá. — A propósito, vocês dois cuidam disso!— a capitã murmurou tocando a coxa de ambos os homens com um tapa leve.

Um bufar surgiu por entre os lábios de Tales, antes de voltar os olhos para Kalan, no outro lado de Irene.

— Nem reclame...— o capitão da aeronáutica suspirou.

A capitã inclinou-se, retirando suas botas, antes de levantar-se.

— Eu vou a praia. Preciso de um banho de mar!— a mulher murmurou, seguindo em direção a um dos quartos.

— Eu vou com você!— Safira soou eufórica, virando-se em direção a tenente,  que suspirou frustrada.

— Eu não vou.— Maia murmurou, seguindo em direção a seu quarto.

Os olhos de Kalan voltaram-se ao tenente que permanecia em silêncio, encostado em uma das paredes.
Seu subordinado era ótimo em falar e fazer o que não devia, mas daquela vez havia passado do limite.

— Vai ficar com essa cara azeda ou vai falar com ela?— o capitão perguntou curioso.

— Não vale a pena. Ela já tá brava mesmo!— De Luca murmurou entre os dentes.

— Deixa de ser idiota. Ela estava preocupada com você. Devia pedir desculpas!— a pesquisadora soou revoltada, antes de seguir a um dos quartos.

Os olhos de Kalan voltaram-se para o rosto cansado do capitão a seu lado.
Havia tempos que convivia com Tales, mas nunca havia o visto com aquele tipo de expressão.

O homem parecia hipnotizado.

— Sinceramente, acho que Safira está certa.— Tales murmurou, levantando-se.

— Você sempre vai concordar com ela!— Cristian praguejou, irritando-se.

Kalan levantou-se também, encarando o tenente inquieto.
Sabia o que estava acontecendo, mas havia decidido não se intrometer, afinal, ele estava na mesma situação.

— Independendo do que nos falarmos é você quem vai sofrer se ficar quieto. Eu vou a praia também.— Kalan pigarreou, tocando o ombro do capitão da marinha, fazendo-o olha-lo.

Um fraco sorriso surgiu por entre os lábios de Tales, entendendo o plano de Kalan.
Afinal, teriam que forçar Cristian a tomar alguma atitude.

— Espere por mim!— o capitão da marinha sorriu, antes de seguir até um quarto, sendo acompanhado por Kalan, deixando Cristian sozinho na sala.

A mente de Cristian lhe trouxe a tona o momento em que caiu, desnorteado, ouvindo a voz feminina chamá-lo.

Havia perdido os pais muito cedo, sendo criado por seus avós.
Conhecia de perto os perigos dos campos de batalhas e das guerras, que levou seu avô mais cedo do que esperavam.

Queria dar orgulho a sua avó, só não imaginava que seu coração se abriria em meio a batalha para um soldado.

Tinha orgulho de ser um impassível tenente De Luca, mas havia caído diante da mulher com traumas profundos, na qual dividia a mesma parente.

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