Sem pensar muito no que poderia acontecer, naquela mesma noite, Kalan retornou a ala forense do exército militar.
Não estava satisfeito em apenas ouvir sobre as provas e ficar em silêncio.
Precisava de uma dedução mais elaborada.
Precisava de mais.A passos calmos adentrou o corredor vazio da ala forense do exército.
Não estava disposto a ser descoberto.
Ainda mais pela capitã, que com toda certeza contaria ao comandante sobre sua invasão não autorizada na base militar.O silêncio pairava sobre a ala forense, fazendo com que Kalan respirasse aliviado.
Não saberia o que dizer se encontrasse algum soldado naquele hora da noite.Abriu a porta da sala, adentrando o cômodo completamente branco.
A luz estava acessa, coisa que chamou a atenção do capitão, que tomou seu revólver em mãos, preocupado.— Eu sabia que você voltaria aqui, só não imaginava que seria ainda hoje.— a voz feminina surgiu por detrás de uma estante.
Kalan apontou seu revólver na direção da mulher, reconhecendo por fim o corpo de Irene.
A capitã saiu por detrás da estante, observando o capitão lhe encarar, curioso.Os olhos do homem observaram a mulher com atenção.
Ela parecia esperar por ele por muito tempo, pois ainda vestia sua farda militar.— Então você estava me esperando?— Kalan resmungou, engatilhando seu revólver, ouvindo um riso surgir por entre os lábios de Irene.
— Pode se dizer que sim.— a mulher suspirou, passando a caminhar lentamente, aproximando-se do capitão
— O que você quer?— a voz de Kalan soou irritada com a pressunsão palpável da mulher sobre si.
A passos calmos, Irene caminhou até Kalan, parando em frente a seu revólver, agora apontado para seu peito.
Seus olhos observaram a obstinação crescente por entre as iris negras do capitão.Aquele homem tinha um instinto poderoso e parecia estar se segurando para não fazer nada impensável.
— Eu quem deveria perguntar, capitão. O que você quer? Está na divisão militar do exército, sem uma autorização de seu comandante. O território de um soldado terrestre não combina com você.— a voz de Irene surgiu como a um sopro, agora perto o suficiente para observar o corpo masculino de perto.
Deduziu que o capitão tinha em média um metro e noventa, o que era muito para um piloto de caça.
Os ombros eram largos e os braços firmes.
Irene teve a certeza de que ele estava em seu cargo a tanto tempo quanto ela.Um longo suspiro surgiu por entre os lábios do homem, observando o rosto da mulher, agora perto.
Notou as olheiras e a expressão dura. Irene conseguia esconder muito bem suas expressões, mas naquele momento, Kalan conseguia enxergar claramente o que a mulher sentia.Irene queria o mesmo que ele, e era esse o motivo dela o esperar aquela noite.
— Estou aqui porque quero saber mais sobre o que aconteceu! Quero saber quem matou meu amigo e me vingar do maldito verme que ousou usar as forças armadas como desculpa!— o capitão cerrou os dentes, apertando a base de seu revólver.
Os dedos finos alcançaram as mãos do homem, apertando seu punho com certa força, forçando-o a pressionar o revólver em seu peito.
— Não sei o que passa pela sua mente, capitão, mas pode perder seu distintivo e ainda ser acusado de má conduta militar por recusar seguir a ordem de seu superior.— Irene o pressionou, observando a raiva crescer nas iris alheias.
— Que custe minha carreira! Não vou deixar que Isaac morra por nada!— o homem murmurou, observando um sorriso surgir por entre os lábios femininos.
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Guardiões do céu
AçãoApós um assassinato sem explicação, Kalan se reune com um esquadrão especial para investigar um esquema de corrupção no exército. Mas não contava com a teimosia da capitã do exército que havia chegado para tirar sua paz. Ainda sofrendo a perda do ir...