Um longo mês havia se passado e a angústia de Irene não havia sido dissipada nenhum pouco.
Após o interro de seu avô, travou uma luta perdida com seu pai para que pudesse ajudar nas buscas por Kalan, no entanto, o homem ainda estava irreversível a sua decisão.O homem a aconselhou tirar alguns dias de folga, forçando-a a ficar em casa, enquanto ele cumpria sua pena com trabalhos comunitário.
Aquela noite seria como todas as que passava dês de que retornou a sua casa.
Estava prestes a pregar no sono, deitada em sua cama, quando algo inesperado aconteceu.— Eu só quero ser seu.— a voz masculina surgiu pro entre os ouvidos da mulher, que abriu os olhos, um tanto assustada.
Nunca havia dormido profundamente após uma missão de classe S.
Aquele havia sido seu primeiro deslize.
Talvez fosse pela falta de Kalan, mas estava diferente de antes.Levantou-se de sua cama, percorrendo os dedos pelos olhos.
Estava cansada demais.
Exausta demais.
Nem mesmo dormir em paz conseguia mais.Seguiu em direção a janela de seu quarto, percorrendo os olhos pelo jardim, antes de notar um vulto percorrer a lateral de sua casa.
Suspirou cansada, abrindo a gaveta mais próxima, puxando seu revólver de dentro.
Sua casa havia se tornado um alvo de ataques nós últimos dias, após a prisão semiaberta de seu pai e a morte de Willian Madureira e seu avô.
Soldados revoltados passaram a importunar sua paz, mesmo após enviar Daniel para estudar no exterior.A capitã, ainda de pijama, saiu de seu quarto, seguindo em direção ao corredor de sua casa, avançando em direção ao jardim.
Estava tão irritada que seria capaz de apertar o gatilho, antes de reconhecer quem era.Aproximou-se da porta da cozinha, ouvindo a maçaneta ser girada lentamente.
Escondeu-se na esquina do corredor, apertando a mão de seu revólver contra seu peito.Ouviu a porta bater, antes de surgir na cozinha, apontando o revólver na direção do homem encapuzado no centro de sua cozinha.
— Quem é você?— a voz da capitã soou como um trovão, irritada.
— Não é nada amistoso apontar um revólver para alguém como eu. — a voz masculina surgiu novamente, passando a retirar a touca de seu moletom.
Trêmula, Irene observou o sorriso branqueo brilhar por entre os lábios do capitão desaparecido.
Seu coração pareceu parar por alguns minutos.
As lágrimas voltaram a seus olhos, soltando o revólver ao chão, antes de avançar sobre o corpo de Kalan, tocando o rosto masculino.Queria ter a certeza de que não estava em mais um de seus sonhos.
— Kalan...— a mulher murmurou entre os dentes, observando os olhos negros do piloto de caça.
— Estou em casa, Irene.— o capitão soprou sobre o rosto da morena, enxugando as lágrimas alheias entre os dedos. — Não chore mais, meu amor!— Kalan suspirou, observando o rosto melancólico da mulher.
— Meu Kalan está vivo!— Irene sentiu a voz falhar, puxando os ombros de Kalan contra seu corpo, lançando-se sobre o homem.
O capitão envolveu a cintura da mulher, levantando-a minimamente do chão.
Fechou os olhos com força, permitindo que o perfume feminino envolvesse seu nariz, afundando o rosto no cabelo alheio.— Eu disse que voltaria, não disse?— o capitão suspirou em meio aos cabelos alheios, apertando o corpo feminino contra o seu.
A luz da cozinha foi acesa, e um suspiro alto surgiu por entre os lábios masculinos, que havia se encostado em uma das paredes.
— Eu venho aqui só pra dizer que esse desgraçado está vivo e encontro vocês se agarrando na minha cozinha!— a voz de Ivan surgiu revoltada, balançando a cabeça em negação.
— Acontece, comandante!— Kalan caçoou, voltando o corpo de Irene ao chão lentamente.
— Enfim, você fugiu sem avisar ninguém. A divisão esta um caos e Tales quase infartando de preocupação. Avise seus amigos, capitão.— Ivan resmungou, antes de enfiar as mãos no bolso. — E se for dormir aqui, espero que tenha em mente que é uma casa de família... Não façam tanto barulho.— o comandante pigarreou a provocação, passando a seguir em direção a sala.
— Pai!?— Irene o repreendeu, sentindo o rosto queimar envergonhada.
— Pode deixar, comandante!— Kalan riu, observando o homem sumir por entre os corredores.
Seus olhos voltaram-se para a mulher, que o beliscou, envergonhada.
Voltou a envolver o corpo pequeno, trazendo-o novamente junto ao peito.— Não deveria estar tão envergonhada, Capitã Guerra. Não tenho a mínima intensão de te deixar sozinha essa noite!— Kalan soprou por entre os ouvidos de Irene, observando a mulher arrepiar-se.
Kalan voltou a aproximar-se da mulher, envolvendo seu rosto em mãos.
Estava finalmente em casa.
Os braços de Irene eram seu lar.A mulher ficou mas pontas dos pés, fechando os olhos ao envolver os lábios alheios e puxa-los para si.
Afinal sua espera incansável lhe trouxe de volta seu amor.
Seu Kalan.Fim
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Guardiões do céu
AksiApós um assassinato sem explicação, Kalan se reune com um esquadrão especial para investigar um esquema de corrupção no exército. Mas não contava com a teimosia da capitã do exército que havia chegado para tirar sua paz. Ainda sofrendo a perda do ir...