XII

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Keisuke Baji.

Eu realmente nunca me vi tão frágil nos braços de alguém, nem das pessoas mais próximas ou até mesmo da minha própria mãe...

O jeito que esse menino mexe comigo é impressionante, ainda mais que isso não é de hoje, e pensar que eu achei que ficar na casa dele seria horrível, muito pelo contrário, tá me fazendo um bem danado.

Mesmo assim eu tinha coisas pra fazer, acordo e preparo ovo frito para mim e Chifuyu.

(Se não fosse por mim esse menino ia morrer de fome sozinho em casa)

Faço minhas higienes e tomo um banho relaxante após comer, quando termino de me arrumar, vejo Chifuyu na cozinha comendo o ovo que eu preparei.

Quer que eu te deixe na escola? Tenho que ir pro hospital. - digo e ele assente com a cabeça.

— Isso tá uma delicia, tá maluco. - ele diz.

— É literalmente só ovo frito. - rio.

— Não quero te atrasar, se quiser ir, pode ir, eu vou de ônibus! - ele diz e eu nego.

— Eu te levo, afinal, a escola fica no caminho. - digo me sentando no sofá enquanto ele vai se arrumar.

Porém nesse meio tempo, seu celular não parava de tocar, como se tivessem várias notificações ao mesmo tempo, eu penso em ver o que é mas ao mesmo tempo não queria que ele ficasse bravo comigo, eu me levanto soltando um suspiro e jogando o cabelo de lado, vou até a mesa e dou dois toques no seu celular, que faz com que a tela ascenda, eu logo vejo "+20 notificações de Ryu ❤️‍🩹"

Eu não sabia nem o que pensar, escuto a porta do banheiro abrindo então pego o celular e entrego a Chifuyu.

— Parece que tem alguém bem insistente te mandando milhões de mensagens. - digo colocando o celular em seu peito, o mesmo segura sem entender nada e vai para o quarto.

Pouco tempo depois, ele volta arrumado, com os cabelos molhados penteado para trás.

— Baji, eu não sei o que você deduziu mas há dias ele vem me enchendo de mensagens, ligações, desde que eu e ele brigamos e o nosso grupinho de amigos se aproximou do seu.

— Você não me deve explicações. - digo como quem não liga mas no fundo eu estava bem puto, porque sabia que Ryuusei estava fazendo isso de propósito pra me atingir. — Vamos logo.

Finalmente saímos, deixo o Chifuyu na escola e sigo para o hospital, quando chego lá, procuro Kazutora que estava já no quarto de recuperação, consciente.

— Eai? Como ce' tá? - digo indo até sua maca.

— Estou ótimo, por mim eu já saia daqui, mas Baji...obrigado de verdade, você é um amigo incrível! - Kazutora diz sorrindo então eu cuidadosamente o abraço.

— Você não acha que me deve umas explicações?

— Eu tava fazendo um bico, entregando droga, so que perdi um pacote, ai você sabe como é né? Queriam arrancar um dedo meu! - ele diz indignado.

— Kazutora Kazutora, olha aonde você se mete porra! - digo batendo na mesinha ao lado da maca.

— Pelo menos já ta tudo resolvido, eu acho.

Passei o dia ao lado dele acompanhando exames, até que finalmente sou obrigado a ligar para a mãe dele, já que ele vai receber alta e não pode ficar em minha casa.

— Alô? Senhora Hanemiya?

— Olá? Com quem eu falo?

— Keisuke Baji, lembra de mim?

— Ahh, Keisuke! Quanto tempo! O que houve? Você tem notícias do Kazutora?

— Ele está aqui comigo, no hospital XXX, venha com calma, ele está bem, recebeu até alta, pessoalmente te explico certinho!

— Ah...não acredito...eu to indo sim... - a mãe dele desliga, era evidente os barulhos de choro.

Quando ela chega, completamente desesperada eu converso com ela sobre tudo que aconteceu, menos a parte do motivo da briga, lógico, ela me agradece e eu me despeço dos dois.

Nosso Segredo - BajifuyuOnde histórias criam vida. Descubra agora