Matsuno Chifuyu.
Eu havia gostado tanto da festa que estava esgotado, eu adorei conhecer Kazutora, ele era muito simpático e engraçado, mas eu sentia que de alguma forma, Baji não estava muito bem com isso.
A frase " A gente pode conversar" já era esperada, mas eu ainda a temia.
— Podemos sim, o que aconteceu?
— Chifuyu, eu quero saber porquê.
— Por que não o que?
— Por que eu tenho que ser um segredo?
— Você não é um segredo...
— Não? então por que disse que era pra manter em segredo? O "nosso segredo"? Não lembra? Por que não querem que saibam da gente?
— Eu sei, eu fiquei mal quando o Takemitchi escondeu de mim, mas agora eu o entendo, eu não querem que fiquem tentando acabar com a gente, muito menos que fiquem falando nos corredores...
— Mas então como vai ser? A gente é o que? A gente tem o que? Porque eu não consigo lidar com você ficando comigo e dando bola pro meu melhor amigo.
— Eu não sei, são respostas que só o tempo pode responder, mas você pode ter certeza que eu jamais ficaria com o seu melhor amigo, eu gosto de você! - digo pegando nas mãos geladas do mesmo.
Depois daquela nossa conversa, tudo desandou, passamos a semana inteira em uma torta de climão, até na escola repararam isso... "Por que vocês tão se evitando?" e coisas do tipo, enquanto isso, o Kazutora não parava de mandar mensagens, me chamando pra sair entre outras, mesmo eu dando um gelo falando coisas como "podemos ser só amigos.." parece que ele continuava insistindo.
Num piscar de olhos, já era sabado, nossas mães iriam chegar, Baji estava fazendo sua mala e em breve nossas mães estariam chegando do aeroporto.
Dito e feito, a campainha tocou e eu abri a porta, as duas entram cada uma agarrando seus filhos.
No meio de muita emoção e saudade, resumido à beijos e um abraço apertado, me despedi de Keisuke, que foi junto de Kyoko para casa, minha mãe passou o resto daquela tarde de sábado contando suas experiências lá, e depois de muitas fofocas, ela me entrega uma caixinha, toda bem ebalada com um lacinho, quando eu abri, era um Iphone 14 Pro Max, eu nunca imaginaria ganhar uma coisa como aquela, a abracei forte, não sabia nem como a agradecer...
Subi para o meu quarto para configura-lo, e assim que termino, recebo uma ligação, era Baji.
— Alô?
— Oi, a gente pode se ver?
— Podemos sim, que horas?
— Daqui meia hora, na praça atrás da escola, pode ser?
— Pode sim. - desligo.
Assim que desliguei, senti minhas mãos tremendo e uma falta de ar enorme, me sentei na cama tomando forças e me troquei, peguei o ônibus e fui para lá.
Eram mais de seis horas da noite, aquele vento frio batia em meu rosto enquanto me sentava nos banquinhos de madeira que haviam lá.
Ele logo chega e se senta em meu lado.
— Eu vou ser breve. - ele diz e eu assinto com a cabeça. — Eu não posso continuar sofrendo por uma pessoa que se importa mais com a reputação do que os seus próprios sentimentos, e os meus também. Se você gosta de mim mas quer me manter em segredo, não podemos ficar juntos. - a forma fria com que ele dizia era como uma pontada forte na barriga para mim. — Eu não consigo mais beijar sua boca para no dia seguinte você fingir que nada aconteceu, quer ficar com o Kazutora? Quer aceitar os convites que ele faz? Pode ir, eu não vou ser mais um fardo. - ele se levanta após dizer tudo aquilo olhando no fundo dos meus olhos e sai andando.
— Baji! - eu grito me levantando mas ele ignora, eu queria muito ir atrás dele mas eu não conseguia sair do lugar o vendo partir, passou um filme na minha cabeça, ainda mais sabendo que a culpa era completamente minha.
Volto para casa completamente abalado, minha mãe já havia deitado então eu fui para meu quarto, fechei a porta, coloquei uma roupa mais confortável e sentei na cama, naquele momento toda a angústia veio a tona, desbloqueei meu celular que estava no contato dele, jogo o celular de lado começando a chorar, minhas mãos que estavam em minhas coxas se retorcem lentamente me arranhando no local, meu corpo estava rígido em uma mistura de emoções, dor, tristeza, raiva...a janela aberta fazia o vento gelado bater em minhas costas.
Eu mal conseguia dormir, como um rolo de uma semana pudesse me afetar tanto? Talvez seja porque é uma coisa muito mais antiga que uma semana..
Eu pensei tanto que minha tristeza virou ódio, dessa vez um ódio de verdade.
Como ele pode virar as costas para mim sem nem me escutar antes?
Como ele pode jogar a culpa para cima de mim sem entender meu lado?
As lágrimas ainda caiam, mas se eu visse ele na minha frente eu não responderia pelos meus atos.
E não me importa se eu deveria ou não estar sentindo isso, é assim que eu lido com as coisas e ponto final.
Eu estava perto de mandar mensagem para Kazutora quando eu escuto um miado, era um gato preto com olhos castanho claro bem em minha janela, na hora minha feição muda, respirando fundo, vou até a janela e a fecho trazendo o gato para dentro.
Ele era pequeno, não tinha nem seis meses.
Coloco ele na cama e o deito em seu lado, faço carinho nele o vendo dormir, o que me faz pegar no sono também.
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Nosso Segredo - Bajifuyu
Fiksi Penggemar[Creditos capa: @k7wlqm] - ... De núcleos de amigos completamente diferentes, Keisuke e Matsuno carregam uma rivalidade e um ódio mútuo desde quando se conheceram, mas talvez tudo isso mude com a aproximação desse núcleo de amigos... Provavelmente t...