Nosso Segredo - Bajifuyu

XVIII

Matsuno Chifuyu.

Confesso que estava com muito medo do que ela iria falar...eu senti meu coração acelerar, eu não tinha mais firmeza, minhas mãos estavam trêmulas...

— Você quer que eu diga ou quer que eu mesma fale. - ela pergunta com um sorriso.

— O que? - minha voz saiu meio falha..

— Eu sempre percebi que você nunca teve desejo em mulheres, sempre que eu te mostrava alguma menina bonita você ignorava mas quando passava algum menino arrumadinho você sempre voltava seu olhar para ele, você o percebia, aquilo te chamava atenção...

— Eu sou gay. - aquilo saiu como um desabafo instantâneo.

— Filho, sinto muito se você sentiu que não podia contar isso pra mim, mas eu te amo, você pra sempre vai ser meu filho, eu espero muito que você seja feliz, independente com quem seja, viu! Eu te amo meu amor! - ela se levanta e me abraça por trás, minha única reação foi chorar, e muito, eu nunca imaginei que alguma vez alguém me acolheria desse jeito...

Eu me levanto e retribuo aquele abraço caloroso e materno...

— Eu te amo mãe! - digo saindo do abraço e ela limpa o meu rosto.

— Eu fui tão tonta, como não percebi antes você e o Keisuke???

— Mãe, a gente se beijou enquanto ele dormiu aqui. - digo com receio que ela fique brava.

— Tá tudo bem, afinal você já tem dezessete anos, mesmo se fosse algumas coisas a mais, você pode me contar quando acontecer! - ela sorri.

— Mas mãe, eu fiz uma besteira gigante...eu nem sei se ele ainda gosta de mim...

Conto todo o ocorrido.

— Filho, todo mundo erra, então se ele gostou de você por todos esses anos, não vai ser por um erro qualquer que ele vai deixar de gostar da noite pro dia!

— Eu beijei o melhor amigo dele também.

— Porra Matsuno! Ele já sabe?

— Não...foi meio que hoje...

— O Kazutora? Meu Deus...

— Mas eu me arrependi, não adianta, é dele de quem eu gosto.

— Filho escuta a mamãe, você vai falar tudo que aconteceu, tudo que você sente e vai dar o tempo dele para pensar, o tempo necessário pra ele, pode ser um dia, uma semana, um mês, seis meses...é muita coisa para digerir sabe? Mas no final vai dar tudo certo! Eu entendo você também não querer que saibam de vocês dois mas isso machuca, e se fosse ao contrário? E se ele quem estivesse tentando te manter em segredo?

Eu fico em silêncio e afirmo com a cabeça.

Aquela conversa com a minha mae me ajudou muito, com Kazutora também mas eu precisava de alguém com mais experiência.

Eu vi um filme com minha mãe, comemos uma pizza e fomos dormir.

No dia seguinte, me arrumei para ir para a escola e minha mãe me deu uma carona.

Chegando na escola, reuni todos os meus amigos na sala, não havia ninguém porque faltava meia hora para a aula começar, menos Ryuusei...

— Eu preciso falar com vocês...

— Pode falar Mat! - Mitsuya disse.

— Você tá me preocupando... - Takemitchi disse.

— É o seguinte, eu quero me desculpar com todos vocês...

— O que aconteceu? - Hakkai perguntou.

— Faziam duas semanas que eu estava ficando com o Baji, mas eu não quis contar e pedi para ele não falar para ninguém também...eu me arrependo muito disso porquê vocês são tudo pra mim...e eu fiquei tão mal quando Takemitchi fez isso e me senti com medo de contar pra vocês, fiquei pensando quando se espalhasse pela escola, os julgamentos e tudo mais...além de tudo as perseguições de Ryuusei desconfiando de nós dois estava me matando. - todos pareciam chocados mas logo caíram na real.

— Faz anos que eu ando percebendo que aquelas provocações eram muito mais do que só provocações...e o Baji ficar na sua casa foi o estopim para isso. - Takemitchi disse.

— Fuyu, não precisa se preocupar, a gente te entende! Mas sempre que precisar de alguma coisa, pode confiar na gente, a gente nunca vai te julgar! - Hakkai disse que Mitsuya concordou.

— Estamos aqui para tudo! - Mitsuya disse.

— O problema é que a gente acabou brigando por causa disso e eu acabei ficando com o melhor amigo dele ontem...

— O Kazutora, não? Mikey me contou sobre ele.. - Take disse.

— Mas você quer quem afinal? - Hakkai disse.

— Do Baji, lógico! - digo e logo escuto uma voz.

— Eu o que? - Baji diz entrando na sala.

— Ah, vamos deixar vocês conversarem! - Takemitchi disse saindo e Hakkai e Mitsuya vão atrás.

— Kazutora disse que você queria falar comigo. - Baji diz.

— Kazutora já tá na escola? - digo.

— Como assim já? Você também sabia que ele vinha?

— Então, ontem ele foi lá em casa...

— E?

— Baji, não é só "E?", eu gosto de você pra caramba, o que eu fiz foi errado, pra caramba, em querer ficar com você escondido, em não querer te assumir...mas depois que discutimos no sábado, eu fiquei mal, e eu errei, eu errei em tudo, eu fiquei com o Kazutora.

— Você o que? - ele disse com uma cara incrédula.

— Eu sei que eu prometi, eu tava com a cabeça quente e liguei pra ele sem querer, ai no domingo, ele tava na minha casa, eu não estava bem, de verdade.

— E você acha que eu tava bem? Você acha que eu to bem agora????

— Não, eu sei que eu te fiz mal, eu fui egoista, eu estava com raiva, eu fui infantil, mas uma coisa eu posso te dizer, eu to disposto a mudar, eu te prometo que eu não vou te machucar novamente...eu até falei com a minha mãe sobre...

— Você se assumiu?

— Sim, mas isso não vem ao caso. - pego nas mãos de Baji. — Eu faço o que for preciso para conquistar sua confiança de volta, eu to disposto a fazer isso por que eu gosto de verdade de você! - digo e ele suspira.

— Eu preciso de um tempo, Fuyu... - ele diz se levantando.