XXIV

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Keisuke Baji.

Aquela noite me fez esfriar um pouco a cabeça e parar de pensar nisso tudo com o Ryuusei.
Foi sensacional, acordei saindo da cama com cuidado para não o acordar, fiz minhas necessidades no banheiro, acabei tomando um banho e fui para o quarto, ele ainda estava dormindo, me troquei e penteei o cabelo.

Eu sei que ficamos um tempão sem se falar mas é como se nunca estivéssemos parado, as coisas entre a gente flui tão bem, eu demorei para perdoar porque realmente me afetou, meu melhor amigo, ainda mais sabendo de como ele é.

Me agacho ao lado da cama dando um selinho no mesmo enquanto ele dorme saindo do quarto, a mãe dele não estava, minha quase sogra, lavei a louça e fiz um café, ovos mexidos com aquele toque de orégano...

Quase queimei as coisas por lá, felizmente haviam cenas que não saiam da minha mente.

Quando menos esperava já ouvi seus passos no corredor, era ele ali coçando os olhos.

— Bom dia, o que você tá fazendo??

— Bom dia! Só o básico. - respondi esperando ele processar o que eu disse.

— Você lavou a louça? - ele pergunta.

— É, ué. Como eu vou cozinhar sem antes lavar a louça, vai tomar um banho! - digo mas ele não atende e se aproxima me abraçando por trás.

— Que dia é hoje ein? - ele diz no meu ouvido.

— Terça ou quarta, não me lembro também, e por que você tá assim em plena manhã? - pergunto desligando o fogo enquanto me viro para ele.

— Você reclama demais. - ele sai indo para o banheiro.

(Ridiculo)

Perdido em meus pensamentos, coloco os pratos e as xícaras.

— Já posso levar uma vida de casado. - digo sozinho.

Ele demorou demais no banho, enquanto isso eu mexia no celular apenas observando o dele que estava em cima da mesa, tocando repetidamente.

Uma metade minha me induzia a olhar e quebrar a confiança estabelecida e a metade queria deixar as inseguranças de lado... Era como se fosse o anjo e o diabo no meu ouvido.

Quando fui pegar o celular dele, ouvi a porta do banheiro abrindo, coloquei rapidamente o celular na mesa novamente agindo de forma natural.

— O cheiro tá bom viu! - ele diz em meio a fumaça que sai do cômodo.

— Não aguento mais te esperar, vou desmaiar de fome. - digo.

Ele se aproxima ficando atrás da minha cadeira onde estou sentado, coloca as mãos em meus ombros e me dá um beijo na bochecha.

Eu fiquei com vergonha, não tinha como negar, meu rosto vermelho deixava tudo explícito.

Ele percebeu.

Bom, não havia nenhum problema nisso, exceto que é o Matsuno, né?

A gente sempre foi de se provocar, mas essas provocações eram de fato as melhores.

— O que vamos fazer hoje? - olhei para baixo enquanto tomava meu café.

— A gente pode fazer o que você quiser. - ele disse na intenção.

— É sério?

— Sim, ué, por que não seria? - ele diz colocando uma mecha de meu cabelo atrás da orelha.

Há alguma coisa por trás.

Assim que terminamos o café, ele lavou a louça enquanto eu secava e guardava.

No final de tudo isso, fomos para a sala maratonar algumas séries.

Nós estávamos de mãos dadas, deitados no braço do sofá, até que ele se vira para mim.

— Keisuke Baji. - ele diz me encarando, estávamos ali completamente próximos.

— Hm? - resmungo sem a menor ideia do que está por vir.

— É que... eu não consigo entender como ainda sobrou algum sentimento seu por mim em todo esse tempo, eu não parei de pensar em você e em toda merda que eu fiz, mas você... você nem ficou bravo, irritado, ou quis me bater..

— Eu gosto de você, é simples. - digo.

— Eu te amo, e não é nada simples. - ele diz colocando suas mãos em meu rosto.

Nós dois estávamos corados.

— Eu também te amo, e fica tranquilo, pra dar certo tem que dar errado primeiro. - digo dando um selinho no mesmo.

— Você promete que você confia em mim? - ele diz e eu me sinto um pouco mal por quase ter mexido no celular dele.

— Eu prometo, claro, do mesmo jeito que eu sei que você confia em mim.

Nosso Segredo - BajifuyuOnde histórias criam vida. Descubra agora