Capítulo 7: "A lenda da estrada sem fim"

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Já era dia. O sol iluminava as brechas daquela mata repleta de árvores de todos os portes. Estavam bem, não tão confortáveis naquele solo desarmônico, porém durante toda a noite dormiram despreocupados com qualquer perigo que ali fosse existente.

Emanuel foi o primeiro a abrir os olhos e questionar o que seria aquelas penas que subitamente saíam desenfreadas junto ao vento. Algumas haviam se prendido no longo cabelo de Cecília, se pôs a tirá-las enquanto ainda estava desacordada.

_Tudo é tão calmo enquanto dorme serena. Meu receio é que se vá ao enxergar a dura realidade!_ ele dizia em baixa voz.

Pensou em colher algumas frutas. Daquelas que ainda não sabia o nome, mas reconhecia o sabor adocicado sem igual. Pôde visualizá-las perto dali, assim observaria Cecília que não se assustaria caso acordasse.

Foi até elas e colheu na proporção que satisfez seu paladar, também levou algumas para sua esposa que acordava naquele instante.

_Está bem?_ sentou-se ao lado dela e perguntou.

_Acho que sim_ forçou um sorriso.

_Tome!_ ofereceu as frutas que trouxe.

Cecília as saboreou, realmente eram deliciosas e serviram para acabar com a fome que sentia.

_Minha esposa estava faminta_ ele afirmou, ela sorriu.

_Precisamos pedir ajuda para alguém!_ voltou-se a ele séria. Emanuel não disse nada, mas deixou transparecer em seu rosto uma certa insatisfação_ Meu marido sabe que não podemos viver aqui. Então é melhor procurarmos auxílio desde já!

_Minha esposa não vê que não temos a quem recorrer?_ a encarou.

_Meu marido bem sabe que quem procura acha! Se não quer vir, fique!_ saiu desenfreada sem rumo certo, bufando de raiva.

_Cecília, espere!_ teve que ir atrás dela. Quando a alcançou a puxou pelo braço_ Não fuja de mim como se eu fosse um inimigo seu!

_Por que se comporta como um? Oh céus, como eu queria que fosse a meu favor, não contra mim!_ se desesperou.

_Por acaso estou eu prejudicando a minha esposa?_ indignou-se.

_Sim, meu marido pede algo que confronta a minha sanidade!

_Tem razão! O luxo te atiça e aqui não há nada que lhe satisfaça_ revoltou-se.

_Se lhe desagrada, romperemos então!_ disse com lágrimas nos olhos. Mesmo com aquela afirmativa falsa  de seu marido, não desanimaria no seu querer em sair dali.

_Isso nunca!_ assustou-se. Aquilo era o querer dela? Não poderia nem sequer imaginar-se longe de Cecília.

_Não posso ficar aqui!_ disse chorando.

_Okay, minha esposa terá o que deseja!_ entre ela e seu ego seu amor interveio. Seria louco se deixasse ela aos prantos ali, desprovida de um abrigo. Ou se a deixasse sair solitária. Pensando bem, concluiu estar equivocado com sua ideia, melhor seria pedir ajuda e garantir um abrigo_Vou contigo!

_Finalmente seus olhos se abriu!_ sorridente o abraçou_ Não poderia suportar a ideia de viver com esse confronto infindável!

_Meu amor me obriga a viver segundo a sua vontade!

XXX

A estrada era longe dali. Resolveram seguir um caminho diferente, que levaria menos tempo. Viram o fim daquela mata, havia uma estrada asfaltada mostrando que aquele era o limite. Uma casinha era a única por ali, naquela imensidão monótona de uma pista parecendo não ter fim.

Na esperança de um caminho certoOnde histórias criam vida. Descubra agora