Na esperança de um caminho certo

Capítulo 32: "Desfecho"

Os seus olhos estavam fixos na Terra. Notava tanto os passos largos movidos pelo bem quanto ao silencioso levantar do mal. Borborema era seu foco principal, era ali que havia deixado os sete escolhidos que outrora os preparara dando a armadura para a batalha.

Estava aflito e pensante por não poder solucionar aquilo que de início surgiu mostrando ser desagradável à missão. Podia enxergar as ciladas feitas pelo mal feitor. Esse que se irou ferozmente jurando vingança.

—Não tirou os olhos dessa região, Gabriel— outro anjo realçou sua atitude monótona. Sua aparência definiu ser um daqueles destinados a proteger os filhos de Deus, habitantes da Terra.

—Não posso! Estou vigilante, aguardando o momento certo para intervir se necessário for— explicou-lhe o que ele certamente já sabia.

—Por que não ver de perto?— sugeriu o anjo.

—Creio que não me será concedido ir até eles antes do tempo predito— justificou sua posição com pesar.

—Compadeceu-se de ti o Senhor! Antes sofreu primeiro ao saber do que há de vir. Mandou-me aqui para lhe garantir que estaremos eu e os outros anjos protetores ao lado dos moradores de Borborema. Quanto aos sete que disciplinara, seremos visíveis e colaboradores.

—Bendito seja nosso Senhor por ter compaixão pelos seus servos— voltou a sorrir erguendo-se para ir prestar louvores ao Altíssimo. Ao mesmo tempo o outro anjo ajuntando-se com vários outros se dirigindo para Borborema.

Em um piscar de olhos estavam lá.

XXX

Viraram a noite pregando e anunciando boas novas para a população carente. Logo pela manhã, após um rápido intervalo de horas de sono, se encontraram num ponto fixo de Borborema do qual haviam combinado. Eles tinham repousado em lares distintos e esses disponibilizaram toda a assistência possível para manter o bem estar dos "revolucionários". Era esse nome que recebiam.

Christopher os alertava das possíveis tentativas que certamente ocorreriam por ocasião da ira daquele que desobedecera. Já tinha por revelado que este não demoraria a surgir para derrotá-los.

A notícia abalou a todos, agora que haviam conseguido alcançar os corações perdidos seriam forçados a recuar. Mas algo acendia entre eles, um instinto justiceiro fez com que erguessem a cabeça destemidos. Não dariam nenhum vacilo caso lembrassem-se do lema que agora lhes pertencia: vencer ou vencer.

Tudo indicava que aquele dia seria decisivo e de batalha. Repentinamente o céu se escureceu com densas nuvens negras. Ordenou que cada casal permanecesse em pontos relevantes de Borborema para maior possibilidade de atenção e ajuda caso os moradores precisassem e certamente precisariam.

Até o momento Maycon não havia chegado, então ficaram em alerta Alice e Christopher naquele mesmo local.

XXX

—Meu filho, que bom lhe ver novamente!— Marcos o saudou com um abraço. Apressado entrou no carro o rapaz— Está abatido, o que houve?

—Preciso chegar rápido em Borborema!— lançou-lhe um olhar preocupado— Pensei poder conversar tranquilamente contigo, mas uma batalha me espera.

—Batalha? Contra quem?— não compreendia.

—Contra o mal— o olhou enigmático— Vamos! Preciso chegar a tempo— saíram em disparada. Não pensou ser digno de confiança tão facilmente pelo seu pai.

—Explique-se direito, Maycon! Não estou gostando disso— depois de um longo prazo Marcos disse.

—Borborema será atacada, todos correm perigo!