Arco II - A Desolação do Corvo I

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O túnel largo terminava numa passagem fechada, a luz azul da barreira tremulou antes de se abrir para o mundo exterior, Elisa acelerou ainda mais, aquele túnel havia sido construído provavelmente para permitir a saída rápida de agentes, caso fossem pegos enquanto a barreira estivesse aberta naquela região e algum Desperto passasse, teriam espaço o suficiente para neutralizá-lo antes que chegassem a cidade. O veículo rapidamente atravessou a passagem, revelando o mundo fora das cidades dos Fundadores.

Diferente do que S/N imaginou, não haviam vastos campos verdejantes, apenas a vegetação consumindo as ruínas de uma civilização antiga - a mesma que criou os despertos, a mesma que destruiu a si mesma. Com habilidade, Elisa desviou das ruínas e carcaças no caminho sinuoso.

Atrás delas, outros três veículos se reuniram, de relance, S/N enxergou Venti completamente maravilhado, segurando firme no agente que pilotava.

Não era um cenário completamente devastado, se prestasse atenção, mesmo a toda velocidade, S/N conseguia enxergar beleza no lugar.

— Passagem livre. Tudo tranquilo até então.— Elisa se comunicou com o aparelho mais uma vez.

— Tranquilo até demais, será que foram todos atrás do primeiro grupo?— A voz ressoou do aparelho, Elisa parecia avaliar o ambiente ao redor.

— É pouco provável. Vamos nos manter alerta!— Uma segunda voz comentou, o piloto da moto a direita, logo atrás Elisa sinalizou brevemente antes de partir na frente.

— Vamos parar daqui mais ou menos três horas em uma das nossas bases. Vocês vão poder descansar até seguirmos viagem para um dos ninhos. Não é seguro ficarmos tanto tempo na estrada. O trabalho é fácil, entrar, destruir os despertos incubados e voltar. Se dermos sorte conseguimos passar a noite em uma das nossas bases.— Elisa comentou, os olhos vidrados na estrada. Ela, apesar de parecer atrapalhada, era competente e provavelmente muito experiente.

— E se não dermos sorte?— S/N perguntou, imaginando o que seria ter sorte em um lugar como aqueles.

— Bom, aí a gente improvisa.— Elisa deu de ombros, seguindo o resto da equipe.

A base parecia perfeitamente camuflada entre os escombros de algo que outrora tinha sido algo glorioso. A estrutura era firme apesar dos escombros que se amontoavam do lado de fora. Elisa foi a primeira a entrar, havia um espaço perfeitamente calculado para que o veículo passasse, S/N se perguntou se algum dia teria habilidade o suficiente para fazer uma manobra como aquela.

O salão principal era largo e tinha aquela mesma atmosfera abandonada, era um milagre que aquela estrutura continuasse de pé considerando a destruição de toda a cidade ao redor dela. S/N imaginou que na sua época, aquele lugar era provavelmente muito bonito. Haviam pinturas espalhadas por todo o lugar, estátuas destruídas e objetos os quais ela não pode identificar. Entre uma das pinturas havia uma passagem, Elisa parou o veículo próxima a abertura e retirou do peito a insígnia.

— Fica atenta à nossa volta, ok?— Pediu antes de estender o braço para um dispositivo brilhante. O leitor emitia a mesma luz pálida dos escudos, assim que Elisa o posicionou, ele piscou rapidamente.

Elisa se posicionou no volante do veículo mais uma vez e sinalizou para os colegas logo atrás. S/N então notou Venti logo atrás, tentando se encolher atrás do piloto de seu veículo. Ela quase riu, quase.

— Estranho, fomos os primeiros a chegar?— Elisa desabilitou o escudo e desmontou do veículo, ela sacou quase que de imediato a pistola no próprio coldre.— Vou fazer uma varredura rápida, parece que ninguém vem aqui há um tempinho.

O Alvorecer do Corvo ( Xiao x Reader)Onde histórias criam vida. Descubra agora