Arco IV - O Desirmanar do Corvo III

59 11 1
                                    


S/N não esperava que eles fossem diretamente até o laboratório da Academia recrutar o cientista que ela havia indicado. A viagem de carro foi tão silenciosa quanto a primeira, o homem elegante ao lado da garota uniformizada, pronta para o combate.

S/N estava ignorando completamente a própria mente, tentando se manter completamente focada no que deveria fazer. Ela podia chorar depois, podia tentar entender todas as recentes descobertas assim que estivesse sozinha. De nada adiantaria perder o foco agora.

— Sr. Néfiris!— Havia uma moça elegante na recepção, olhos puxados tão escuros quando os cabelos negros perfeitamente presos no topo de cabeça. Ela se levantou no momento em que reconheceu Pulcinella.

— Bom dia. Preciso falar com o Sr...— Pulcinella começou, mas parecia não se lembrar do sobrenome.

— Vayuda. Precisamos falar com o Sr. Vayuda.— S/N completou, se posicionando ao lado de Pulcinella.

— Ah, srta. Vorona! Claro, um segundo, por favor.— A mulher se apressou em digitar no painel largo que ocupava quase a mesa inteira o número — 326— . No comunicador preso a orelha dela, o comunicador chamou.

— Sr. Vayuda, o Sr. Néfiris e a Srta. Vorona estão aqui e desejam falar com o senhor.— Ela falou rapidamente assim que alguém atendeu.

A mulher ouviu a resposta antes de desligar.

— Ele está a caminho.— Ela comunicou.

Pulcinella se sentou em uma das poltronas da recepção, o laboratório da academia, apesar de sempre muito barulhento, ainda tinha uma atmosfera charmosa única. S/N permaneceu de pé, ao lado da poltrona onde Pulcinella estava sentado.

De toda forma, não precisaram esperar muito, passos apressados podiam ser ouvidos do corredor dos elevadores, da fresta entre a recepção e a passagem, Venti surgiu afobado - a barba havia crescido um pouco mais nos últimos dias, estava descabelado e trajava um jaleco limpo. O garoto endireitou a postura, colocou a bengala debaixo do braço e caminhou mancando até onde estavam S/N e Pulcinella.

— Sr. Néfiris, Srta. S/N.— Ele cumprimentou a ambos com um sorriso ensaiado e um aperto firme de mão. S/N segurou por dois ou três segundos a mão dele, esperando que ele entendesse o recado e seguisse o teatro dela até que tivessem tempo para falar a sós.

— Podemos conversar em um lugar mais reservado?— Pulcinella pediu.

— Me sigam, por favor.— Venti os guiou pelo corredor largo dos elevadores, assim que todos entraram, ele pressionou o nono andar.

— Espero que não se importem de conversar em uma sala à parte, meu laboratório está bem movimentado hoje.— Venti sorriu, e talvez por conhecer o rapaz há algum tempo podia ouvir a voz trêmula dele. Era óbvio que estava mentindo, ou só bem assustado.

— Claro que não, Sr. Vayuda.— Pulcinella usou um tom amigável, apesar da expressão rígida e cansada. A porta do elevador se abriu, mostrando um corredor bem iluminado pelas janelas amplas.

— Por aqui.— Ele os guiou mais uma vez, o corredor era mais longo, haviam diversas portas do lado direito, na porta de número — 326 C— Venti parou, passou a insígnia pelo visor na maçaneta e a abriu assim que ouviu um clique vindo da porta.

O lugar não se parecia com um laboratório, e apesar da bancada larga no canto mais afastado da sala e alguns béqueres jogados em cima dela, o lugar se parecia muito mais com uma sala de reunião. Havia uma mesa larga e branca no centro e várias cadeiras acolchoadas no mesmo tom. O sol penetrava a sala pelas janelas enormes que preenchiam quase toda a parede do lado direito. Haviam apenas quatro cadeiras que ainda permaneciam com sombra.

O Alvorecer do Corvo ( Xiao x Reader)Onde histórias criam vida. Descubra agora