Capítulo 8

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Pov. Lana

Assim que S/N saiu de casa, lembrei que ela estava sem carro, e provavelmente teria que andar até a portaria. Imediatamente peguei meu celular e liguei para Rodrigo, o motorista particular do meu marido, pedi para que ele fosse de encontro com ela.

Jack voltou para mesa, para terminar de tomar seu café e eu fiz o mesmo. Sentados na mesa ficamos em um completo silêncio, eu não sabia o que falar, apenas pensava em S/N e no fato de não tê-la mais em meus braços.

"Provavelmente ela deve estar me odiando agora!" pensava enquanto comia.

-Amor... Deveríamos tirar o dia de folga hoje para ficarmos juntos, o que acha? - Jack perguntava enquanto tomava o café.

-Não posso faltar ao trabalho, eu sou professora, esqueceu? - Respondi sem dar muita atenção.

-Eles vão descontar do seu salário, apenas isso. Não sei porque continua dando aulas, você não precisa disso! Tem seu próprio dinheiro, tem sua empresa, apesar de não ficar para administrar, ela está indo muito bem com seu irmão no comando. - Ele falou aumentando o tom de voz, chamando a minha atenção.

-Jack... Não quero ter essa discussão com você novamente! - Respondi ríspida - Amo meu trabalho, é por isso que eu o faço. Não por dinheiro e sim por amor.

-Ai está a Lana que eu conheço - Jack retrucou com tom irônico. - Achei mesmo que você estava amorosa demais para ser verdade.

-Na verdade, foi por conta da S/N que fui assim com você, não queria que ela pensasse que vivemos brigando. Agora que voltou, podemos conversar sobre esses meses que você teve que ficar por lá. — Respondi o deixando sem reação, provavelmente ele estava me escondendo algo.

-Ah Lana... v-você sabe... J-Já te expliquei umas mil vezes sobre o porquê que tive que ficar mais tempo — Ele falava gaguejando. Acredito que por telefone fosse mais fácil de mentir, eu sabia que ele estava mentindo, essa gagueira repentina, só acontecia na hora da mentira!

-Sei... Só não fico para discutir com você, porque preciso passar na empresa. — disse me levantando da mesa, já saindo em direção às escadas. Precisava me arrumar adequadamente para ir para empresa.

Meu pai criou uma empresa de arquitetura e design, mas focado no mundo corporativo. Por conta disso decidi seguir o mesmo caminho de meu pai, até porque, alguém tinha que ficar com os negócios da família. Meu irmão Charlie fez administração e também entrou nos negócios de família, exatamente como meu pai havia planejado.

Quando se aposentou deixou meu irmão que era mais focado no mundo corporativo na presidência, e eu fiquei como vice, por gostar mais da dinâmica e estar por dentro de tudo. Decidi ingressar como professora de projetos em uma faculdade de Arquitetura, mais por conta do tempo que ficava livre sem ter muito o que fazer. Já estava casada com Jack nessa época, mas ele não parava em casa, então dar aulas foi uma maneira de passar o tempo longe da solidão.

***

-Bom dia, irmãozinho querido! — disse tirando meu irmão de sua extrema concentração, entrando em sua sala. Irmãozinho foi literalmente foi um apelido sarcástico, meu irmão e eu não tínhamos um relacionamento muito bom.

-Olha só quem voltou, pensei que você tivesse esquecido que trabalha aqui. Que bom que sua memória voltou! - Ele disse levantando de sua mesa e vindo até mim.

-Eu sempre passo aqui para ver como estão as coisas, fazer projetos. — Retruquei o cumprimentando.

-Não essa semana, vem senta aqui - Charlie me guiou até a cadeira em frente à sua mesa.

-E aí me diz, como estão os negócios? - perguntei sentada na cadeira.

-Está tudo ótimo por enquanto! Consegui fechar um contrato com a empresa Diamonds.

-Olha só... Senhor Charlie mostrando serviço. - rebati com ironia, Charlie sempre se gabava sobre sua capacidade.

-Pelo menos alguém está mostrando serviço nessa empresa. Você parece que anda no mundo da lua.

-Ai Charlie, para vai! Faltei na empresa só dois dias.

-Ainda bem que papai me colocou no comando da empresa, se estivesse aqui a empresa já estaria falida. — Ele era tão irritante às vezes.

-Charlie, chega! Abaixa essa sua bola aí, sabemos que sem mim essa empresa não seria nada. - falei me levantando, se eu ficasse mais um pouco na sala essas farpas trocadas iriam literalmente virar uma discussão.

-Eu te demitiria se fosse possível! É sério! Não admito que nenhum funcionário fale comigo assim.

-Aposto que sim! Quem sabe um dia. — disse
saindo da sala o deixando sem direito de resposta.

Fui até minha sala e comecei a trabalhar e rever alguns projetos que estavam programados para serem realizados esse ano. Tinha muita coisa para fazer.

Professora e alunaOnde histórias criam vida. Descubra agora