Capítulo 47

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Pov. S/N

Assim que entrei novamente no restaurante, me deparei com o celular da Lana no chão. Peguei o mesmo sem que a Vanessa visse e guardei, me sentando à mesa novamente com a mesma, que tinha um saco de gelo no rosto.

-Aquela cretina! Olha o que ela fez no meu rosto! - ela tirou o saco, dando visão ao belo arranhão.

-Nossa! - respirei fundo - Não estou defendendo ela, mas não deveria ter enfrentado - disse voltando a comer.

-Não quer defender, mas já está defendendo né! - Vanessa dizia brava - Isso não ficará assim!

-Vai sim! Caso faça algo contra ela... Quer dizer, para se vingar dela, comigo você não fala mais! - - disse recebendo um olhar furioso de Vanessa.

-Olha o que ela fez no meu rosto, acha mesmo que não farei nada?

-Acho! Se realmente gosta de mim... Eu acho! - Falei e ela não disse mais nada.

Terminando de comer eu olhei em meu relógio e vi o quão atrasada estava, o horário do meu almoço havia acabado.

-Vanessa vamos voltar? Nosso horário já acabou! - disse me levantando, e a mesma nem se moveu.

-Não ligo, eu fui demitida mesmo!

-Você foi, mas eu não, e nós viemos com o seu carro, não com o meu. Tem como você levantar? - Falei já estressada, Vanessa pareceu cair em si e se levantou.

***

Já na empresa, percebi minha mesa cheia de papéis. Odeio ficar com trabalho acumulado então teria que dar um jeito nisso até o fim da tarde.

Vanessa estava tão nervosa quando me trouxe, que nem sair do carro ela queria. Por isso me pediu para pegar as coisas dela que a noite a mesma passaria na minha casa para pegar. Não neguei ajudá-la, até porque ela perdeu o emprego por minha causa, o mínimo que eu podia fazer era isso.

Fitando aquele monte de papéis em minha mesa, mal sabia por onde começar. Assim que resolvi iniciar, meu celular tocou.

Ligação On

-Alô?- atendi sem ver quem era.

-Oii, você deve ser a S/N, meu nome é Madelaine e eu sou dona de um bar aqui no centro...

-Sim... Como posso te ajudar?

-Então, creio que você conhece a Lana?

-Sim, o que aconteceu? Ela está bem?

-Está sim, ela só bebeu demais e precisa de alguém que a leve pra casa.

-Por que ela pediu para você me ligar?

-Ela só sabia o seu número e o celular dela sumiu, ela não sabe onde o colocou...

"Droga... Quem a Lana pensa que eu sou, a droga da babá dela?"

-Tá, estou indo, me manda o endereço por mensagem que eu já chego aí.

-Ok, obrigada!

Ligação Off

Assim que desliguei a ligação, respirei fundo e encarei a papelada novamente, isso teria que esperar. Olhei as mensagens que a moça me mandou e eu sabia como chegar no lugar então apenas peguei minhas chaves e saí.

Dirigindo, já estava pensando no sermão que eu daria nela. Quem é o ser humano que bebe ao meio-dia? Ela não é mais uma criança, precisa arcar com as responsabilidades que tem, não é bebendo que ela vai resolver as coisas.

Em frente ao bar, estacionei o carro e já desci do mesmo, entrando no local. Assim que entrei, vi Lana apoiada com a cabeça na mesa, chegando mais perto percebi que a mesma estava dormindo.

-Olá - A moça que trabalhava lá apareceu, vindo em minha direção - Você deve ser a S/N, eu sou a Madelaine.

-Oi. - Falei curta e grossa. - Me ajuda a levar ela para o carro? - Perguntei

-Claro!

E lá fomos nós levar Lana no carro, a mesma despertou no meio do caminho, aliviando o peso de seu corpo que tínhamos que carregar.

-Entra! - Abri a porta para ela, que entrou sem falar uma palavra - Obrigada por ligar! - disse agradecendo a moça.

-Imagina, se algum dia quiser voltar saiba que as portas estarão abertas - Ela falava sorrindo.

-Não será tão cedo!  - Retruquei dando a volta para entrar no carro.

-Ei S/N! - A moça me chamou antes que eu entrasse no carro - Ela errou, mas acho que deveria dar uma chance para ela se redimir. - Ri cinicamente ao ouvir aquilo.

-Acredito que isso não seja da sua conta. - retruquei já entrando em meu carro.

Durante o caminho direto para a casa de Lana, eu pude sentir seus olhares sobre mim e foi assim a viagem inteira. Quando estávamos perto de seu condomínio eu já estava de saco cheio.

-Quer parar de me olhar?! - reclamei sem tirar os olhos da estrada.

-Desculpa, é que você é tão linda… Meus olhos se atraem por você - revirei os olhos ao ouvir.

-O que você disse para a moça do bar? Não quero ouvir você falando de mim para outras pessoas. Não temos nada!

-E a Vanessa? Vocês viraram super amigas de repente…

-Isso não tem nada a ver! Eu não disse nada sobre você para a Vanessa, ela deduziu, já você fica falando como uma matraca. Mal conhece aquela moça.

-E você conhece a Vanessa? Mal terminamos e você me troca por ela!

-Como é? - Encostei o carro na hora - Troquei você? Suponho que você já se esqueceu quem foi a traíra da relação aqui - falei com raiva, fitando a mesma que me encarava surpresa.

-S/N…

-Cala boca! - meus olhos encheram de lágrimas - Você não tem o direito de falar mais nada, não mais! - tirei meu cinto e encostei a cabeça no volante, tomada pelo choro - O que você fez Lana? Estávamos indo tão bem e você estragou tudo. - Desabafei dizendo tudo aquilo que estava entalado em minha garganta.

-Eu sei meu amor... - ela tirou o cinto e me abraçou - Me desculpa, me perdoa, me perdoa S/N! Eu te amo, eu te amo, eu te amo, eu te amo...

Nós duas chorávamos, era um momento de extrema sinceridade, mas não de perdão. Minutos depois eu me recompus e voltei a dirigir,  Lana compreendeu e não falou mais nada, apenas se ajeitou em seu lugar e focou a visão para a estrada, cada uma com suas perguntas e seus pensamentos.

Chegando em sua casa eu desci do carro junto a ela, pois precisava pegar minhas coisas que haviam ficado lá. Subimos juntas para o quarto e Lana se deitou na cama, fitando meus movimentos. Eu segui direto para o closet, e lá estava eu novamente, mas dessa vez realmente iria embora.

Dobrando minhas roupas de costas para a porta, não pude ver quando Lana entrou, só percebi  quando senti suas mãos envolvendo minha cintura e ela me abraçando por trás.

-Lana o que est…

-Shh... - Sussurrou em meu ouvido, mordendo em seguida.

Já seguindo com sua boca para o meu pescoço, eu senti meu corpo arrepiar com aquele toque, aquela voz que me deixava louca. Não a perdoei, mas meu corpo precisava dela, ele necessitava, então me entreguei em suas mãos.

Professora e alunaOnde histórias criam vida. Descubra agora