Capítulo 45

758 45 74
                                    

Pov. S/N

Sentadas na mesa de outro restaurante, esperando nossos pratos chegarem, notei o olhar curioso de Vanessa sobre mim.

-O que está fazendo? - Perguntei tentando parecer o menos grossa possível.

-Observando você! - Ela retrucou confiante de sua atitude.

-Pois saiba que eu não gosto de ser observada! - Lancei sem pensar, me arrependendo em seguida - Olha me desculpa, eu devo ser uma péssima companhia.

-Tudo bem S/N! Gosto de você assim, parece mais verdadeira. Não estou dizendo que geralmente você é falsa, porém... Às vezes você prefere esconder o óbvio, do que apenas senti-lo.

-O que está tentando dizer?

-Está óbvio que aconteceu algo entre você e a Lana! Quer dizer, para mim isso é mais que óbvio. Eu só acredito que não deveria esconder o que sente e guardar para si... Se está com raiva, fique com raiva, se está triste fique triste, se estiver a fim de quebrar tudo... Faça. Todo mundo tem dias ruins, e a única maneira de fazer eles passarem, é expondo eles e assim os deixando ser dias ruins, até você acordar e ver que já acabou!

Após Vanessa dizer aquilo, tudo o que eu queria naquele momento era gritar e extravasar o que eu estava sentindo. Suas palavras pareceram como uma chave do portão de minhas emoções, e a primeira que veio foi a tristeza, me fazendo chorar desesperadamente.

Vanessa imediatamente sentou-se ao meu lado, me abraçando.

-Isso S/N... Pode chorar, deixa o que estiver sentindo sair de dentro de você... Estou aqui - Ela acariciava minhas costas, me causando um conforto e uma segurança inexplicável.

Minutos depois nossos pratos chegaram e ainda estávamos abraçadas. Decidi deixar para sofrer em casa, não voltaria para a empresa nessa situação, arriscando que Lana me encontrasse naquele estado. Me soltei do abraço e limpei minhas lágrimas com o guardanapo, respirei fundo e segui adiante com o nosso almoço.

-S/N - ela segurou meu rosto com uma das mãos, fazendo com que nossos rostos ficassem próximos - Estou aqui, e eu ficarei com você nesses dias ruins, e quando eles passarem eu ainda estarei aqui, para aproveitar os dias bons com você!

Sorri ao ouvir aquilo, sua boca se aproximava da minha lentamente. Não tinha nada a perder com aquele beijo, então fechei meus olhos para sentir o que seguiria.

-O que pensa que está fazendo Vanessa? - Ouvi uma voz mais familiar, já pedindo mentalmente para não ser quem eu tinha certeza que era.

-Bom, Lana! - Vanessa dizia sorrindo cinicamente para Lana que parecia um touro, soltando fumaça pelo nariz, fuzilando Vanessa com os olhos - Antes de você nos atrapalhar, eu iria beijar está linda moça ao meu lado. O que VOCÊ pensa que está fazendo?

-Eu estava à procura da minha namorada! Só não esperava encontrar ela com uma aproveitadora como você! - Lana retrucou fazendo Vanessa levantar e ficar de frente com ela.

-Na empresa você pode até ser minha chefe, mas aqui fora não é nada!

-Sua...

-LANA! - gritei forçando a atenção das duas que se fuzilavam - O que pensa que está fazendo? Não temos nada! Não mais, isso graças a você!

-Amor… - Ela se aproximava.

-Não me chama assim. - me afastei - Se me amasse como disse, não teria feito o que fez comigo! - disse com lágrimas nos olhos.

Respirei fundo, não iria chorar na frente dela, não mais.

-Não tem mais nada para você aqui, Lana! - Vanessa disse, despertando um lado da Lana que eu não conhecia, o lado violento.

Ela praticamente pulou em cima de Vanessa, dando um tapa em seu rosto. Por sorte o garçom chegou a tempo de que algo pior acontecesse, tirando a Lana de cima de Vanessa, que estava no chão. Fui imediatamente acudir ela, que tinha sido nocauteada.

-A propósito - Lana se debatia para sair dos braços do garçom que a segurava - Está demitida!

-Ótimo! Odiava aquele emprego de merda mesmo! - Vanessa retrucou já se levantando do chão indo para cima de Lama. Dessa vez, foi impedida por mim, que a segurava pela cintura.

-A empregadinha se revoltou? Não era isso que você dizia... Se me lembro bem você implorava para não ser demitida!

-Lana, já chega! - Gritei afastando Vanessa até um canto no restaurante -Ei me escuta… - Segurei seu rosto para que ela focasse em mim - Não vale a pena! Fica aqui, vou conversar com ela.

Disse isso já me distanciando de Vanessa, segui até Lana e a segurei pelo braço, a levando para fora do restaurante. Sendo acompanhada por todos que pararam para assistir o show.

-Que merda você pensa que está fazendo?! - A joguei contra parede parando em sua frente.

-Tô correndo atrás do que é meu! - Ela disse me beijando.

Professora e alunaOnde histórias criam vida. Descubra agora