Capítulo 57

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POV. LANA

-Já chegamos? - Questionei Jack enquanto eu caminhava com uma venda nos olhos.

-Mais uma palavra e eu levo você de volta! - Ele retrucou me deixando de bico fechado.

Não conseguia ver nada, apenas andava sendo guiada pelo mesmo. A única coisa que eu soube sobre o caminho que percorremos é que havia uma escada, a qual descemos. Assim que paramos, escutei o barulho de uma porta sendo destrancada.

-Chegamos querida, mas é o seguinte... O tempo de visita será bem rápido - Jack disse tirando minha venda - Entendeu?

-Sim - respondi tensa, o corredor onde estávamos era horrível, parecia uma casa abandonada.

-Entra! - ele disse abrindo a porta e me empurrando para dentro.

Assim que entrei, corri até S/N que estava deitada em um colchão sujo, no canto do quarto. Ela parecia estar dormindo, não queria assustá-la, então a chamei com calma.

-Amor... - Sussurrei em seu ouvido, já acordando a mesma, que parecia extremamente fraca. Ela estava ferida, com vários hematomas, o que fez eu me culpar ainda mais.

-Lana? - Ela questionava abrindo os olhos lentamente.

-Sim... Sim meu amor, sou eu. - Falei em meio as lágrimas, queria parecer forte para ela, queria tirá-la dali o mais rápido possível, mas eu não podia.

-Não... Não chora. - Ela dizia tentando se sentar no colchão.

Rapidamente eu a ajudei e me sentei ao seu lado, já abraçando a mesma. Sentir a respiração dela em meu pescoço, saber que ela estava viva me fez voltar ao chão como um estalo, não poderia deixar que mais nada acontecesse com ela, eu faria o possível e o impossível.

-Ei, olha pra mim! - segurei seu rosto - Eu vou tirar você daqui! Eu prometo meu amor... Eu vou tirar você daqui.

-Lana, me escuta! Não faça nenhuma loucura, o Jack não é o mesmo que você conheceu anos atrás. Ele é perigoso e instável, eu ficarei bem, eu só preciso que você faça o que ele ordenar, pelo menos por agora.

-Eu farei de tudo para que você fique viva!

-Eu sei, só não arrisque sua vida pela minha! Cuide-se e tudo ficará bem.

-Sabe que se for preciso eu dou minha vida pela sua, não sabe? Isso tudo é culpa minha S/N, por minha causa que você está presa aqui. - dizia em meio às lágrimas incessantes.

-Meu amor, não se culpe! - S/N falou calma, me dando beijo - Eu amo você e faria tudo de novo pra conhecer você!

-Eu amo você! - Disse a beijando.

O beijo foi rápido, ela já estava em uma situação ruim e eu não queria piorar mais. Ao ouvir a porta ser destrancada, abracei ainda mais firme a S/N. Não sabia o que iria acontecer depois de hoje, não sabia se a veria tão cedo, por isso queria aproveitar até o último segundo.

-A visita acabou! - Jack disse assim que entrou no quarto - Visita não... Eu diria despedida! Já contou para ela S/N?

-Do que está falando Jack? - Perguntei para o mesmo.

-Do novo noivo da S/N, não contou para ela S/N?

-Jack por favor, não complique mais as coisas. - S/N dizia abaixando a cabeça.

-Então amor... A novidade em questão é que a S/N vai se casar em breve! Eu sei S/N, hoje não foi o melhor dia para você conhecer seu noivo, mas até que vocês dois se deram muito bem né?

-O que está fazendo Jack? Você disse que se ficássemos juntos, a S/N estaria livre!

-Livre para me dedurar pra polícia? Acha que sou idiota? Fiz um acordo com uma pessoa que se interessou pela putinha aí.

-Você vendeu ela?

-Acha melhor matá-la? Qual é Lana, ela ficará bem, o partidão é rico e vai dar uma boa vida para ela!

Tudo estava indo de mal a pior, precisava fazer alguma coisa, mas não ali. Ali éramos apenas duas vítimas sem a menor chance de fuga. Então decidi fazer o que foi sugerido pela S/N, obedeceria Jack por hora, só apenas eu achar um jeito de tirar a S/N de lá.

POV. CHRIS

-Já estava na hora! - Pedro, um dos caras que mantinha a S/N presa, disse - Não aguentava mais ficar nessa espelunca de lugar, agora é só luxo haha...

-Onde está o Jack?- Questionei ao mesmo, já adentrando no local.

-Ele foi pra casa com a esposinha dele. E que esposa hein, agora sim entendi o desespero pra ter ela de volta.

-Hmm, bom aqui está o dinheiro de vocês - Disse colocando a bolsa com o dinheiro na mesa - Pede pro seu parceiro a S/N.

-Você quem manda chefia - O mesmo disse pegando o rádio e solicitando que o outro subisse com a mesma.

-Está tudo aqui? - Pedro dizia conferindo a bolsa.

-Sim, tudo está aí - retruquei observando o mesmo, que rapidamente apontou a arma para mim.

-Sabe, chefia... Acho que merecemos mais pela putinha ali, deu um trabalhão pra pegar ela...

-Não era esse o acordo!

-Eu que estou fazendo a porra do acordo agora! - Ele se exaltou, colocando a arma em minha cabeça.

-Sabe Pedro... - dizia calmo - Já esperava por essa situação - Eu andei observando você e seu parceiro, eu só precisei passar um dia com vocês, pra saber que a arma que está apontando pra minha cabeça agora é a única que vocês têm, ou seja, seu parceiro não tem nada. Minto, ele pode ter uma faca ou algo do tipo, o que também pode fazer minha mercadoria de refém, mas o foco aqui é, vale a pena?

-Você não sabe de merda nenhuma! Posso dar um toque no rádio e meu parceiro acaba com ela!

-Ah é...Vai em frente, mata ela. Mas ficará sem dinheiro!

-Eu posso te matar, ainda estou com a arma!

-Ahh, você me cansa, sabia? Pensa bem Pedro, use essa sua mente que se formou até o fundamental. Acha mesmo que vim sozinho? Se me matar, vão matar você e o seu parceiro, o que não demorei muito pra perceber que é seu irmão! Não seria trágico? Duas mortes na família, sua mãe ficaria arrasada, ah... Como é o nome dela mesmo... Adriana?

-Como sabe dessas merdas!?

-Ah, pelo amor de Deus, acha mesmo que eu brinco em serviço? Olha, se não for realmente atirar eu sugiro a você que abaixe essa arma. Pega a porra do dinheiro, me da a garota e todo mundo sai feliz, tudo ou nada, e aí?

-Porra... -Ele disse levantando as mãos e se rendendo - Você me pegou mesmo hein riquinho de merda!

-Aqui está a madame - Seu parceiro disse trazendo a S/N, que estava vendada em sua frente - Faça bom proveito!

-Eu vou! - Segurei a mesma, que parecia fraca.

-É melhor toda grana estar aqui!

-Ou o que? Vão atrás de mim? - Falei cinicamente, já caminhando com a S/N até a porta.

-É Isso me...

-Cala boca Pedro. - Vitor repreendeu seu irmão.

-Aprendeu rápido Pedro! Agora ensina pro irmãozinho aí... Eu já vou indo, façam bom proveito com o dinheiro, seus merdas! - disse saindo da casa.

Havia um carro que estava esperando a gente no portão da casa em que estávamos, precisava sair com a S/N o mais rápido possível. Rapidamente coloquei S/N no banco de trás e entrei no da frente junto com meu motorista, iríamos fazer uma longa viagem...

Professora e alunaOnde histórias criam vida. Descubra agora