Professora e aluna

Capítulo 30

Pov. Regina

Mais uma semana se passou e nada de S/N falar comigo. Queria poder contar com a ajuda de Lana para isso, ela pareceu ser uma irmã mais velha para S/N. Acreditei que se ela me ajudasse talvez teria uma oportunidade para contar a S/N minha versão da história. Mas nada aconteceu, durante essa semana inteira, mandei mensagens para Lana, liguei, e em nenhum momento ela me retornou.

Decidi que esse silêncio acabaria, pois, se ela disse que iria me ajudar, ela terá que me ajudar. Caso contrário, pelo menos que ela dissesse na minha cara que não daria mais o apoio que havia prometido, eu daria meu jeito. Mas ficar sem ver minha filha eu não ficarei mais!

Conversei com o pai de Lana e ele me informou que ela estaria em seu trabalho, por conta disso, não a procurei na parte da manhã e nem à tarde. Quando estava no horário de suas aulas na faculdade, decidi ir atrás dela. Porém, minha busca foi em vão, ela havia faltado. Pensei melhor e decidi passar em sua casa, mas também não a encontrei. O último lugar que passou na minha cabeça foi minha casa, mas mesmo assim resolvi ir para ver se ela talvez não estivesse com S/N.

Chegando em frente a casa, estacionei um pouco longe, pois vi S/N no portão conversando com um rapaz muito bonito. Talvez fosse o namorado dela, então decidi não atrapalhar, mas acompanhei os seus movimentos, estava com tanta saudade dela, que não me importaria em ficar observando ela com seu namorado. Apenas olhar para ela me deixava mais feliz, minha única filha, não podia ficar mais tempo longe dela.

Minutos depois tudo pareceu estranho, o rapaz tentava se aproximar dela, mas ela se distanciava mais. Abaixei o vidro para ver se conseguia ouvir algo, quando ele agarrou ela e meu sangue ferveu, estava prestes a sair do carro quando vi Lana sair de minha casa, indo para cima do rapaz e o agredindo.

-Você está louco? - Lana gritou, já na intenção de ir para cima do rapaz novamente, mas foi impedida por S/N.

-Não amor! Não vale a pena - S/N falou segurando Lana pela cintura.

"Amor? Como assim? Eu tô ficando louca, só pode!" - Pensava enquanto a frase de S/N se repetia em minha mente, como uma música que você odeia, mas que gruda em sua mente.

-Escuta aqui playboyzinho de merda! Chega perto da minha namorada mais uma vez, e eu juro que eu não respondo por mim! - Lana falou, fazendo com que eu despertasse de meus pensamentos e voltasse a ver aquela cena - ENTENDEU!??

"Namorada? Namorada? NAMORADA! Essa mulher só pode ter usado drogas, nunca minha filha namoraria uma mulher! Uma mulher mais velha que ela, uma mulher! Não, a minha filha não! Ela que arrume outra criança para se aventurar! Minha filha não! Essa louca seduziu a S/N... Ela... " - Pensava com raiva no carro.

Eu pensava que ela estava cuidando e ajudando a minha filha, mas estava se aproveitando dela, do meu bebê!

Minha vontade era de sair do carro, dar uns tapas na cara dessa vagabunda descarada. Safada! Mas não fui, tentei me acalmar no carro. Levantei o vidro novamente e fechei os olhos, comecei a contar até mil. Quando pensei estar calma, abri os olhos e vi S/N abraçando Lana. Ver aquilo fez meu sangue borbulhar, S/N estava caindo na sedução dessa mulher!

-SOLTA MINHA FILHA AGORA! SUA VAGABUNDA! - Gritei assim que sai do carro, já me aproximando das duas que estavam sentadas na calçada. O olhar da S/N era de raiva, e a expressão da Lana era um misto de confusão com surpresa.

-Olha o jeito que fala com minha namorada! - S/N disse se levantando e ficando na frente de Lana.

-Fica quieta S/N! Meu papo não é com você ainda, e sim com essa vagabunda que está se aproveitando de você e da sua ingenuidade, minha filha. Você não é lésbica, e nem será! - disse empurrando S/N da minha frente, ficando cara a cara com Lana. A mesma se levantou e me encarou com seu jeito estranho e frio, tentando mostrar alguma superioridade a mim.

-Eu não estou me aproveitando da sua filha! Estou apaixonada por ela e… - Não deixei nem que ela terminasse, ouvir aquilo me cegou, e quando vi, havia dado um tapa na cara dela.

Ela não revidou, S/N gritou comigo, me empurrou e abraçou Lana.

-Sua louca! - gritou para mim e se virou para Lana, que colocou a mão onde eu havia batido - Meu amor você tá bem? Está doendo muito? Vem, vamos entrar e...

-Ela não entrará em lugar nenhum! - disse ainda sobre o efeito da raiva, que parecia não passar, apenas aumentava mais! - Você vem comigo S/N! - puxei o braço da minha filha, mas não esperava pelo tapa que iria receber em seguida.

-Como você ousa me abandonar, abandonar nossa casa por dinheiro, depois voltar e infernizar ainda mais minha vida!? Não irei a lugar nenhum com você! Ficarei na minha casa, com a minha namorada! - S/N me olhava com lágrimas nos olhos, mas com a cabeça erguida como se estivesse me peitando.

Eu não consegui dizer mais nada, apenas fiquei observando minha filha me trocar mais uma vez por alguém que não prestava. Ela ficou contra mim mais uma vez, e mais uma vez perdi ela.

S/N virou de costas para mim e segurou a mão de Lana, que só observava tudo. Ela deixou que Lana entrasse em sua frente.

-S/N eu não abandonei você! Sei que no fundo, você sabe disso e...

-Sabe, Regina… - Ela se virou, parada na porta do portão - Eu até estava pensando em te perdoar, em conversar com você, mas depois disso... Não quero ver você nunca mais. Você conseguiu que o resto da consideração que eu sentia por você, se transformasse em nojo e raiva. - Ela despejou as palavras que despedaçaram meu coração em uma tacada só, as lágrimas que eu tanto segurava saíram de meus olhos. - Só… - Ela chorava também - Só fica longe de mim... Não me procure nunca mais! - Ela falou já batendo o portão na minha cara.

O som que o portão fez quando bateu, fez meu coração terminar de se despedaçar e o choro vir de uma forma avassaladora. Sentei na calçada e desabei, eram lágrimas atrás de lágrimas que pareciam nunca parar.

Minha missão era ter minha filha de volta e acabei perdendo ela de vez…