Capítulo 55

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Pov. S/N

Com a sensação de uma água fria escorrendo sobre meu rosto, eu acordei. Sentia meu corpo muito fraco, minha visão voltava lentamente, ainda enxergava tudo embaçado, mas consegui ver um borrão de um homem de pé me encarando, seu rosto não era visível, na verdade nada era.

-Tá achando confortável esse chão? - O homem se abaixou e então senti seus dedos em meu rosto, parando em meus lábios - Você é bonitinha hein, se o chefe não te quiser eu quero.

Ainda fraca, me sentei encostando na parede. Já sentindo uma dor enorme que latejava em minha cabeça. Forcei novamente o olhar no homem a minha frente e vi que ele usava uma máscara. A única coisa que eu via eram seus olhos verdes.

-O que foi que você fez? An? - Ele riu - Bom, coisa boa não foi pois nunca pegamos pessoas boas, apenas as ruins! - Ele finalizou rindo e se levantando.

Logo ele saiu do que parecia ser um quarto abandonado, não tinha janelas e não tinha nada nas paredes, era apenas um lugar vazio.

Levantei com um pouco de dificuldade e fui até a porta, estava trancada. Meu coração começou a acelerar e minha ficha parecia cair aos poucos. Não conseguia acreditar que aquilo estava acontecendo comigo.

"Não! Não! Não! Não! Quem me colocou aqui!? O que eu... Eu nunca... " - pensava andando pelo quarto.

Não conseguia raciocinar direito o motivo pelo qual eu estava ali e quem tinha me colocado ali. Qual seria meu destino? Essas perguntas vinham em minha cabeça, me aterrorizando ainda mais!

*****

Pov. Lana

-Jack, eu fico com você! Eu faço o que você quiser, mas deixe a S/N em paz! - Implorava enquanto via ele se aproximando da porta, estava de saída.

-Discutimos isso quando voltar! Fique calma, ainda não fizeram nada com ela, isso vai depender de você! - Ele disse sorrindo e se retirando.

Assim que ele se retirou do quarto meu mundo pareceu desmoronar, sentei na cama e comecei a chorar. S/N estava em perigo e a culpa era minha, não deveria ter envolvido ela na minha vida, se nunca tivéssemos ficado juntas talvez hoje ela estivesse bem e segura. Tudo isso era culpa minha.

Meu celular tocou e rapidamente eu sequei as lágrimas, respirei fundo e atendi.

Ligação On

-Alô?-perguntei

-Lana! É a Regina! A S/N está com você?

-Não! -Respondi de imediato.

-Não sabe onde ela poderia estar? Ela pulou a janela e saiu sem dizer aonde ia, já liguei para o Will e ele não sabe onde ela está!

-Entendi - Respirei fundo, senti meus olhos lacrimejando - Não sei mesmo! Vou procurá-la também, fique tranquila!

-Ok, obrigada, qualquer coisa me ligue!

-Ligo sim!

Ligação off

Sabia que estava errada em não abrir no Jogo com a mãe de S/N, mas no ponto em que estávamos, se eu contasse, tudo iria piorar. Envolver a polícia em casos assim só piora tudo, pois Jack não quer dinheiro, isso ele já tem. Ele quer a mim!

A noite foi horrível para mim, não consegui pregar o olho pensando na S/N, pensando se ela está bem, pensando se ela já havia comido e se havia pelo menos um colchão para ela dormir bem. Tudo passava pela minha cabeça e a cada pensamento, com mais medo eu ficava e mais eu chorava.

Sem sono e com o sol aparecendo em minha janela, resolvi ligar para Jack. Essa droga precisava acabar logo, eu ficaria com ele, faria o que fosse preciso para que S/N fosse liberada ainda viva.

Ligação On

-Alô? - Ele perguntou

-Jack... Sou eu... Lana!

-Meu Deus, Lana! São seis da manhã! Vá dormir e descansar, seu corpo precisará de energias hoje a noite!

-Eu dormi, juro. Mas eu só precisava falar com S/N. Só ver ela, juro que será a última vez! - disse e ouvi uma risada cínica.

-Você não está em uma posição muito boa para ficar pedindo coisas, mas como sou um bom marido, vou deixar você a ver pela última vez!

-Ótimo! - Respirei fundo - Que horas? Onde está? Eu posso ir agora sem problemas eu...

-Xiiih! Escuta! - Ele me interrompeu - Isso será apenas à noite! Eu irei te levar até o local, não sou idiota para te passar o endereço.

-Tudo bem, como quiser!

-Ótimo, volte a sua vida normal. Ninguém pode desconfiar! Faça isso e à noite verá sua putinha!

-Ok, eu farei!

Ligação off

Desliguei a ligação já sendo brutalmente pega pelo choro. Eu estava arrasada, não fazia a menor ideia de como iria voltar à minha vida normal, mas daria um jeito, pela S/N eu tinha que dar um jeito.

*****

Pov. S/N

Sem fome e sem sono algum, eu estava sentada naquela droga de quarto, pensando nas maneiras de como eu iria morrer. Não via maneiras de sair dali, eu mal sabia o porquê estava ali.

-Olha só quem já está acordada! - Um homem com máscara entrou no quarto, com um pacote em mãos - Bom, como não demos comida para você ontem, hoje está aqui seu café da manhã! Então aproveite ou morrerá de fome! - Ele jogou o pacote no meu colo.

-Não vou comer essa merda! - joguei o pacote na parede, o homem então se aproximou de mim e se abaixou.

-Olha só... A princesinha tem boca suja! - Ele ria - Veja bem... Isso não foi educado! Eu comprei aquela porra para você, e é assim que você me agradece?

O homem então se levantou e me puxou pelo cabelo, me fazendo levantar, me prensou contra a parede com sua mão sobre meu pescoço o apertando.

-Eu fiquei magoado - Ele apertava mais - Pede desculpas, anda!

-Me solta seu idiota! - Eu me debatia para me soltar.

-Pede desculpas pela sua má conduta, sua vadia! - Ele disse me dando um tapa que me fez cair no chão.

-Vai se foder seu filho da put - Fui interrompida por um chute em minha barriga, me deixando sem energias e sem dignidade alguma, me restando apenas a dor.

-Isso é para você aprender a nunca mais me responder! Nunca mais negue minha comida, sua vadia!

-Ei - outro homem entrou na sala - O chefe tá aí! Ele quer ver a putinha!

-Claro, diga para ele entrar! Eu só estou ensinando bons modos para a vadia aqui!

-Ok, vou chamá-lo. - O outro saiu.

-Me escuta bem sua vadia lésbica - Ele se abaixou pois ainda estava deitada no chão me recuperando da dor - Se tentar algo, te matamos! Sem êxito! Vai por mim, a pessoa que te colocou aqui prefere você morta do que viva!

Ele saiu batendo a porta, me deixando com minha dor e humilhação. Esse era um daqueles momentos em que você começa a não se importar mais com nada, estava começando a aceitar minha morte, mesmo sem saber o porquê. Assim que fechei os olhos, eu imaginei a Lana! O amor da minha vida, por ela valia a pena viver.

Professora e alunaOnde histórias criam vida. Descubra agora