Capítulo 44

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Pov. S/N

Andando, e eu diria que quase sem direção para chegar no portão daquela mansão e dar o fora daquele lugar. Enquanto eu andava, um carro que estava saindo do estacionamento me acompanhou caminhar. Os vidros eram escuros e não tinha como eu ver quem era, parei de caminhar e o carro parou junto. Então o vidro da janela do motorista começou a descer, me intrigando.

-E aí... Aceita uma carona? - Vanessa perguntou, me deixando surpresa.

-Eu aceito - Disse limpando as lágrimas, a última coisa que eu queria, era que ela me perguntasse o que aconteceu e o porquê, entrei no carro já colocando o cinto - Obrigada.

-Imagina, você daria uma boa caminhada. - Ela disse voltando a dirigir.

O caminho inteiro foi em silêncio, não queria conversar, nem desabafar e nem nada. Só queria ficar em paz com meus pensamentos, Vanessa não me perguntou nada em nenhum momento, o que achei ótimo, ela parecia entender meu lado, mesmo sem saber um terço da história.

-Vamos ligar um som - A mesma disse, ligando e passando pelas rádios - Agora sim!

Ela escolheu uma rádio que tocava somente músicas pop, e por um momento julgo que ela esqueceu de minha presença no carro, ela parecia tão ela mesma, cantando, se divertindo e essa foi a primeira vez que realmente reparei nela, seu sorriso, seu carisma, sua aparência, ela era linda.

-Tem algo na minha cara? - Sem tirar os olhos da estrada ela perguntou,

-Não - disse sem graça olhando para a frente - Desculpa...

-S/N, não precisa pedir desculpas - ela me olhou brevemente e sorriu - Eu sei que sou linda, pode olhar a vontade.

Sorri ao ouvir, mas foquei meu olhar na estrada. Quem dera se fosse tão fácil tirar uma pessoa de seu coração e dos pensamentos e simplesmente colocar outra, mas é muito complicado, o amor é complicado, a dor é complicada.

Por mais que a dor que Lana tenha me causado se intensifique cada vez mais, ela ainda era a mulher da minha vida, ainda a achava a mulher mais linda do mundo e meu amor continuava o mesmo.

Infelizmente não era recíproco todo esse sentimento, na primeira oportunidade que ela teve, me traiu e nem pensou antes de fazer de novo. Minha confiança nela morreu completamente, e se não temos confiança não temos mais nada.

-Chegamos! - Vanessa falou, fazendo com que eu despertasse dos meus pensamentos. Estávamos paradas em frente à minha casa.

-Obrigada, quer entrar? - Perguntei sem ânimo.

-Sua cara não está muito convidativa - ela brincou, me fazendo sorrir - Não acredito! Dois sorrisos na mesma noite!

-Boba! - disse sorrindo - Se quiser entrar...

-Não... Deixa para uma próxima! Hoje eu já percebi que você quer ficar sozinha!

-Obrigada por entender! - Falei indo em sua direção para me despedir. O beijo que era para ser na bochecha, acabou acertando sua boca.

Me distanciei na hora, toda sem graça. Vanessa com o bom humor que tem começou a rir.

-Se queria me beijar era só ter falado! - Sua mão acariciou meu rosto.

-An... Eu já vou indo - Destravei a porta - Obrigada novamente - Disse saindo.

Entrei na minha casa às pressas, tudo o que eu queria era um tempo, tinham muitas coisas acontecendo na mesma noite, me joguei no sofá e fitei o teto.

"Mas que droga a minha vida virou?" - pensei alto.

-Falando sozinha filha? - Escutei uma voz e imediatamente dei um pulo do sofá com o susto.

Professora e alunaOnde histórias criam vida. Descubra agora