III- Os clubes

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-Ô galera! Geral presta atenção aqui! Final de semana é festa lá em casa ein!!

Logo após o convite de Ricardo, todos ali na sala iniciaram uma salva de palmas e gritos de animação.

Era quinta feira da segunda semana de aula, e o carioca era conhecido por dar as melhores festas dentre todos da escola. Ele pensou que seria uma boa ideia para espairecer do começo de aulas.

-Mas bora ajudar o Ricardão aqui! Cada um trás uma bebida ou algo comestível, sei lá! -ele continuou.

-Minha mãe não deixa eu usar drogas! -De lá do seu canto, Philipe gritou.

-Quem disse que vai ter drogas? -Ricardo gritou de volta, gargalhando.

-Ué não vai? -Dessa vez foi Vitor, o maranhense que questionou, tirando mais risadas de todos. Era isso que o carioca queria de qualquer jeito, um momento para descontrair.

~ ~ ~ ~

-Você vai?

-Vou aonde guri?

-Na festa do Ricardo, piá tongo!

No corredor em direção ao pátio, estavam Philipe e Luiz Henrique, que por mais que dissessem que se odiavam, só andavam juntos.

-Bah...vou sim. -Luiz olhou de relance para o menor ao seu lado -E você?

-Eu vou né! Mas cê sabe...eu moro meio longe né...aí... -o paranaense se atrapalhava nas palavras e se irritava com isso, esperando que o outro o entendesse.

-Tu quer que eu passe na sua casa, guri? -o gaúcho decifrou a bagunça de palavras do outro e o questionou.

-Sim! -após responder, Philipe percebeu que havia se empolgado demais. -Eh...sim.

O outro sulista o deu um sorriso ladino, e apenas murmurou um "tudo bem" e disse que passaria na casa do paranaense as 22:00.

Porém, não deu tempo de Philipe responder, pois num susto, os dois sulistas só viram um vulto passar correndo em toda velocidade.

-Mas que caralhos? É uma entidade?

-Guri acho que é o Eduardo...

Foi só falar, quando piscaram só viram Mariana, a brasiliense mais responsável dali, correndo em toda velocidade enquanto gritava "volta aqui cabeça de nós todos!" com toda a sua fúria.

-Eu corria assim quando minha mãe ia pra' me bater com a vara de goiaba. -Do nada, Matheus chegou por trás dos dois sulistas. Engraçado como aonde tem mulher esse homem está!

~ ~ ~

A corrida estava intensa, afinal, eram duas pessoas de perna curta competindo.

Mas, para a infelicidade do cearense, o garoto tropeçou no vento e se espatifou no chão.

Para ele, foi como a visão do inferno ver aquela garota, em seu nível máximo de raiva encima de si.

O motivo da briga? Eduardo pegou uma das figurinhas do caderno favorito de Mariana, que por algum motivo nunca arrancava as figurinhas do seu caderno.

O cearense colou a figurinha na testa, e quando a menina viu, ficou enfurecida e só se podia ver o vulto dos dois correndo pelos corredores.

Antes que a brasiliense pudesse cometer qualquer tipo de agressão contra o afugentado garoto abaixo de si, um garoto passou ao seu lado.

Mariana não pôde se segurar, quando ela olhou para o garoto do 3° B, se esqueceu de tudo o que pretendia fazer com Eduardo.

Essa foi a deixa para o mesmo sair correndo.

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