XV- o confronto

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Matheus corria em direção ao norte, onde provavelmente ninguém iria, já que estavam todos focados nos morros que já deram as dicas de onde estariam as bandeiras. Sua conclusão, é que com certeza teria uma bandeira lá. Apenas torcia para que a bandeira tivesse a cor de um adversário, para lhe dar mais pontos.

No caminho, trombou com alguém inesperado.

João passava correndo, com a postura mais bonita que já viu e olhar totalmente focado.

Matheus notou que o pernambucano já segurava uma bandeira em sua mão, que era do time verde. O goiano cogitou em tentar pega-la, mas quando João olhou para si com a expressão mais superior que já tinha visto, desistiu da ideia.

Era definitivamente um novo homem. Queria saber o que Maria Rita havia dito para ele se tornar um hulck.

Após isso continuou seu trajeto, mais rápido.

~ ~ ~

– Pelo amor de Deus eu tenho família!! Tem piedade de mim!! ‐Ricardo gritava, quase rolando morro abaixo pela rapidez que corria do monstro atrás de si.

– Eu vou te mostrar a piedade, seu zé droguinha! -Diego disse enquanto aumentava a velocidade da corrida acirrada.

Ricardo corria tão rápido, que se tivesse que parar, com certeza não conseguiria. E adivinha o que aconteceu? Ele precisava parar. Precisava parar porque Alana passava no caminho, e quando a mulher viu os dois, não conseguiu sair do lugar pois estava se matando de rir.

– Boy.. ‐deu uma pausa para respirar – Ricardo cê vai apanhar tanto, mas tanto..

– E se você não sair daí você também vai, caralho!! ‐o carioca gritou, mas não teve jeito, atropelou a piauiense na hora.

Ricardo se sentiu nas nuvens.

Poderia escutar a música "I believe I can fly" de fundo, enquanto sentia seu corpo flutuar ao tropeçar na cabeça de Alana, que para a própria sorte, abaixou.

O carioca enxergava a luz de Cristo Jesus brilhando no céu, e os anjos tocando as trombetas, o chamando para o paraíso.

Apenas fechou os olhos e aguardou o sono eterno que viria.

Foi quando sentiu tudo ficar quente e entendeu: estava no inferno.

Deus, por quê? O quê havia feito de tão errado? Foi a vez que tomou leite direto da caixinha? Ou quando atropelou uma idosa carregando as compras sem querer andando de bicicleta? Senhor, o perdoe!

– Bah, guri? Quê que tu tá fazendo?

Ricardo abriu os olhos e viu a sua salvação. Não estava no inferno, Luiz Henrique havia o salvado.

O carioca saiu de cima do outro e limpou as lágrimas. – Gauchão..você foi um ótimo amigo, diga pra todo mundo que eu amo eles e fala pro Sandro que-

– Devolve as minha' bandeira' desgrama!! ‐Diego continuava gritando, ao chegar mais perto da dupla. Alana já tinha caído fora, por medo de levar porrada também.

Foi quando uma mão apareceu de cima da árvore, pegando as duas bandeiras da mão do carioca e deixando todos perplexos.

Com uma risada debochada, Vitória, dependurada de cabeça para baixo no galho da árvore acima de todos, foi surpreendida com Luiz Henrique quebrando o galho que estava agarrada, a fazendo cair.

– Ô porra!

Em meio a bagunça, Ricardo não esperou nem mais um segundo para pegar as duas bandeiras de uma vez e subir numa rapidez desconhecida por todos encima da mesma árvore, logo depois sumindo no meio a quantidade absurda de árvores e galhos emaranhados na floresta, deixando os adversários derrotados para trás.

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