VI- a manhã de sábado

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Eram por volta de meio dia, e Eduardo acordou totalmente confuso se perguntando onde estava e o que era aquele peso em sua cintura.

"Oxente painho...já acabou a festa? Diabeisso encima de mim?" O cearense pensava, logo depois percebendo com quem estava deitado.

—O que??! –o nordestino proferiu um pequeno grito quando notou estar deitado com Thiago, inúmeras coisas passando em sua cabeça.

"Tá certo que essa era minha intenção...mas não era pra ser tão rápido, diacho!!!" sua mente martelava inúmeras possibilidades.

Seu "gritinho" certamente acordou o paraense, que tranquilamente se sentou na cama, coçou os olhos, e deu bom dia para o outro.

—Bom dia... –"Como caralhos ele tá tão calmo, égua?" Eduardo pensou enquanto esperava o maior explicar o que aconteceu.

—Vixemaria'...não é nada que tu tá pensando não rapaz! Eu só me ofereci pra te levar pra casa ontem, tu tava morto no sofá da casa do carioca...tu tava sem chave, aí te trouxe pra cá! –o paraense disparou informações em direção ao pobre cearense que tentava processar, ainda com a cabeça perturbada. —eu ia deitar no sofá, só que tu pediu pra deitar contigo...

Eduardo arregalou os olhos. "Eta como eu sou um bêbado esperto!! Bate aqui eu mesmo! Você é um gênio!" O mais baixo agradecia a si mesmo em sua mente pela inteligência.

—Fica tranquilo Thiagão! Eu nem ia ficar bravo se tivesse acontecido outra coisa sabe macho... –o cearense disse, mas ao notar o constrangimento que causou no outro, rapidamente mudou de assunto —Tô brincando homem! De qualquer jeito, valeu por ter me trazido pra tua casa! Não sei o que seria de mim de vela pra aqueles dois abestado na casa do Ricardo!

Thiago deu um sorriso, feliz pelo outro agir normalmente.

—Mas agora...tu tem algum remédio pra ressaca aí? A noite foi bruta mas agora tô sentindo as consequências, he he... –Eduardo dizia enquanto coçava a nuca, com receio de estar abusando da bondade do paraense.

—Claro, vamo lá pra baixo. –Thiago se levantou e chamou o outro, que não deixou de reparar o quão arrumado era o quarto do nortista, totalmente diferente do seu que no momento deveria estar virado de cabeça para baixo.

Notou também estar vestido com uma camisa do outro. Deu um sorriso e em meio a pulinhos alegres seguiu o outro para o andar de baixo.

                           ~ ~ ~ ~

Após já terem tomado banho e comerem alguma coisa, Sandro e Ricardo estavam sentados no sofá da casa do carioca, com alguma série aleatória passando na TV.

Os dois haviam dado uma trégua por enquanto, e estavam em um clima até que tranquilo ali. Mesmo os dois jurando que são inimigos, eles sabem que de certo modo se importam e gostam da companhia um do outro, só que certamente não iriam admitir.

O paulista soltou um suspiro, pensando bem no que iria falar a seguir.

Ele pegou o controle e repentinamente deu um pause na série que passava na televisão.

Ricardo o olhou com dúvida —Ué por que pausou o bagulho? Tava na parte que ele se declarava pra ela pô! –o carioca questionava esperando o de pele clara se explicar.

—Vai me contar o porquê de ter bebido tanto daquele jeito ontem? –Sandro perguntou, tendo consciência do que estava fazendo.

O de dreads se assustou com a pergunta inesperada —Que pergunta é essa menor?

—Eu te conheço carioca, a gente tem essa richa e pá...mas você sabe que nós dois nos conhecemos melhor que qualquer um... –o paulista disse, enquanto colocava um cigarro na boca, e depois de baforar continuou —Você só bebe desse jeito quando quer esquecer de alguma coisa que tá' te incomodando.

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