IX- o acampamento

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-Bora descer cambada! Todo mundo vai se reunir ali na entrada, não saiam dali enquanto nós não liberarmos!

Ao chegarem no acampamento, notaram ser um lugar afastado da cidade, cheio de árvores em volta e todo o chão gramado. Na entrada havia um portal escrito "Campos Brasilienses" com várias flores em volta. Realmente parecia um Camping muito agradável.

A entrada estava uma bagunça: Iara observando e comentando os nomes das pequenas flores com Maria Rita a escutando; um certo cearense tentando escalar o portal de madeira enquanto João o tentava convencer a sair dali "puta que pariu você vai cair e morrer"; e por último, um potiguar observando de longe um acriano em pé ao lado de Thiago.

Ele estava tão lindo hoje...

Leonardo queria ir até o "moreno dos olhos bonitos", mas ele parecia tão na dele...tinha medo de incomodar.

-Ops... -Luiz Henrique proferiu, enquanto "sem querer" empurrava o irmão para frente do acriano. O nordestino ficou sem saber o que falar, desse modo se embolando nas palavras. -M-Matteo...eh...dia bonitão hoje né...quer...quer camarão?

Matteo observou o potiguar tirar do bolso um pequeno camarão, mas que claramente não era de verdade e sim, apenas um chaveiro.

-Ah ele não é de verdade mas...

O gaúcho olhava assustado com a capacidade do irmão de ser tão burro. Quem puxava conversa oferecendo um CAMARÃO DE BORRACHA?

Matteo não conseguiu se segurar e deu uma risada gostosa.

Como Leonardo conseguia ser tão lindo e fofo daquele jeito?

-Eu aceito seu camarão Leo! Obrigado. -e assim o acriano pegou o chaveirinho e o colocou no bolso, logo puxando outro assunto com o outro. -Animado com o acampamento?

O potiguar soltou um suspiro aliviado e deu um sorriso, conseguindo cumprir o objetivo de conversar com o tão sonhado nortista.

Thiago saiu de fininho para não atrapalhar a conversa dos dois, mas ao piscar sentiu um peso em suas costas repentinamente.

-Capeta de menino! Não sabe sossegar não? -João gritava com o cearense, que havia pulado de cima do portal nas costas do paraense. Sabia que a muralha ia o aguentar até mesmo se caísse de um avião.

-Opa Thiago...desculpa ae! Caí aqui sem querer sabe homem...acontece! -Eduardo dizia em meio a risadas, enquanto Thiago o acomodava em suas costas.

-Acontece mesmo, de vez em quando eu caio de boca no-

-Tá locão Ricardo? Tem criança aqui filha da puta! -Sandro repreendia o carioca puxando sua orelha enquanto se referia a capixaba que estava ao lado deles.

-Seu irmão é um tongo mesmo... -Philipe chegou ao lado de Luiz Henrique, que em meio a toda bagunça estava ainda encostado no ônibus -Parece até alguém que conheço...

-Shiu guri! Deixa ele, cada um com seu jeito de demonstrar amor...até quando o jeito envolve presentear camarões...

-Pff!! -Philipe não aguentou segurar o riso, também não percebeu quando o gaúcho começou a admirá-lo sorrindo. -E você, Henrique? Qual seu jeito de demonstrar...amor?

O paranaense fez uma pergunta inesperada pelo outro sulista. Logo o rosto do gaúcho se avermelhou e ele se segurou para não falar o que passava na sua cabeça, mas não conseguiu evitar.

-Você quer que eu demonstre?

O moreno arregalou os olhos, não esperava por essa resposta. Quando abriu a boca para responder, um homem dos cabelos longos e loiros bateu palmas enquanto chegava pelo portal, chamando a atenção dos alunos.

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