V- Noite louca

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-Aí que macho delícia! -Ricardo gritava de lá da caixa de som para Eduardo, que dançava loucamente ao som de "Bumbum granada".

A roda já tinha se dissipado, porém a música não havia acabado, e no meio da pista, Eduardo fazia questão de pôr em prática seus melhores movimentos na esperança de Thiago estar olhando.

"Os mano tipo bomba
E as mina bumbum granada
Vai, taca
Taca, taca, taca, taca, taca"

Nessa parte, o cearense fez uso de seus quadris e joelhos para fazer sua melhor jogada de bunda.

Eram assobios, palmas e gritos, mas a única coisa que Eduardo prestava atenção era no olhar do paraense lá no canto sobre si.

Sorriu com o objetivo sendo cumprido, e cambaleou até a geladeira para buscar mais bebida.

Quando já estava na cozinha abrindo o refrigerador, sentiu um olhar afiado em si novamente.

-Já vai beber mais, Eduardo? -Thiago, encostado na bancada perguntou ao nordestino.

O nortista reparou melhor no outro: cabelos bagunçados; bochechas vermelhas; camisa totalmente amassada e olhos surpresos.

Realmente adorável.

-Oxente Thiago! Você...por aqui? -o cearense deu um sorriso e voltou a pegar a bebida na geladeira -Mas é claro ué...eu nem tô bebo' aindaa! Tu não tomou foi naaadah...num é macho? -ele continuou com uma voz de embriagado.

-Não sou de beber muito e também tô de carro. -o paraense disse enquanto observava o outro o fitar com outra garrafa na boca.

-Aaaahn! Tá certo homi...mas tu bem sabe né...a gente só planta...o que a gente colhe...num é...ha ha ha...! -Eduardo dizia palavras sem nexo enquanto ria e tentava ficar de pé.

-Não seria "a gente só colhe o que planta?" -Thiago perguntou enquanto segurava a risada, mas não esperou uma resposta.

-Vem, bora sentar no sofá vem. -o paraense segurou nos ombros do nordestino e tentou o instruir até o sofá.

~ ~ ~ ~ ~

Sentado num sofá do quintal, João observava Maria Rita conversando com alguém dentro da casa.

Tomando sua catuaba, ele se perguntava se o fato dela ter aceitado sua carona era algum tipo de avanço...

Enquanto estava perdido em pensamentos, não notou uma presença chegando para se sentar ao seu lado.

-Ei Jão...

-Rita?! Tu por aqui? -o pernambucano a olhou incrédulo. Ela sempre evitava ficar perto de si em qualquer lugar, será que estava bêbada?

-Oxe macho, posso mais sentar perto de ti não? -a baiana perguntou, mas não seriamente, pois sabia o motivo da incredulidade do outro.

-Que isso Maria! Pode sim...sempre pode... -João a observou sorrir. Ela não parecia bêbada.

Maria Rita estava disposta a mudar as coisas entre os dois, chega de foras sem motivo! Já está na hora de parar de tentar negar suas vontades.

-Sabe João...eu andei pensando muito esses dias... -o outro nordestino se virou totalmente para Rita, esperando o que ela tinha para lhe falar. -andei pensando em ti...

O pernambucano arregalou os olhos. Será isso um sonho?

-Queria retribuir um pouco desse teu desejo por mim...o que tu acha, homem? -ela disse enquanto chegava cada vez mais perto do outro.

-Tá falando sério Ritinha?

-Tô...

Sem dar uma resposta, o pernambucano não perdeu seu tempo. Ele pôs suas mãos no rosto de sua amada e lhe deu um beijo caloroso.

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