²⁹ Navegando Dores

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Os dias seguintes foram complicados, isto porque mesmo tentando superar aquela situação, ficava difícil para o Seokjin não lembrar da morte do seu pai ao acordar todos os dias ao lado do filho dos responsáveis pelo seu assassinato. Preferiu ignorar as mensagens e ligações dos policiais que eram amigos do Sunjin, fazendo com que alguns deles o procurasse e com receio de encontrá-los na rua, passou a evitar sair de casa. Assim, após vê seu noivo evitar tocar na própria barriga, se trancar no quarto e negar conversar até mesmo com o melhor amigo, Namjoon soube que precisava fazer alguma coisa e depois de muita relutância, conseguiu convencê-lo a sair e o levou para um passeio.

── Por que estamos aqui? ── sua pele se arrepiou assim que o carro estacionou. ── Me trouxe ao cemitério?

── Sim.

── Eu não pedir para vir aqui.  ── pressionou os lábios ao sentir um leve aperto no peito. ── O que é isso?

── Se for demais para você, podemos ir embora. ── comentou ao retirar as mãos do volante e olhou na direção dele. ── Mas, eu acho que você precisa...

── Eu não quero falar disso, eu estou bem.

── Não, não está.

── Namjoon...

── Jin, você não está bem.

── E como sabe disso?

── Porque eu te conheço. ── murmurou. ── E eu entendo que essa situação é demais para você. ── articulou calmamente. ── Mas, eu não quero que se sinta sozinho.

── A única pessoa que entende um pouco do que eu sinto está em outra cidade agora. ── ergueu seu rosto. ── E eu não preciso que fiquem com pena de mim.

── O Taehyung não é a única pessoa que pode te ajudar. ── lançou-lhe um olhar compassivo. ── E eu só quero que você fique bem, isso não é ter pena.

── O problema é que eu não sei como fazer isso. ── juntou seus dedos. ── Você espera que eu diga como eu me sinto, mas não sei explicar. Então, do que adianta?

── Eu entendo que você não saiba o que dizer. ── murmurou. ── Por isso eu te trouxe até aqui. ── tocou no ombro dele pacificamente e o ômega permitiu o contato, aproveitando a proximidade. ── Talvez, você consiga desabafar com ele.

── Quer que eu desabafe com o túmulo dele?

── Já o vi conversar assim antes, você disse que isso te acalma.

── Eu sei, mas acha que é uma boa ideia falar com o meu pai agora? Logo sobre isso?

── Não queria que ele te escutasse?

── Sim, mas eu não quero ir até lá com ela. ── encarou sua barriga por alguns instantes e fechou seus olhos. ── Eu sei que ela não tem culpa de ser neta deles, mas é difícil lidar com esse fato sem odiar ter feito isso conosco.

── Isso o quê?

── Deixar que ela se desenvolvesse dentro de mim.

── Você odeia ter mantido a gravidez?

── Eu só queria ter pensado melhor. Ela vai nascer com esse fardo e a culpa é minha!

── Sabe? Se acha isso, deveria tocar nela.

── Hum? ── abriu seus olhos, revelando que os mesmos estavam levemente marejados, mais do que o normal.

── Toque em sua barriga. ── falou de modo firme. ── Faça isso e diga em voz alta que você e a Solar são um fardo.

Baby GangstarOnde histórias criam vida. Descubra agora