Capitulo 7

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Voltamos para casa de ônibus, esse agora rodava menos. No trajeto fiquei imaginando o que aquele garoto tinha de tão ruim, pelo o que me parecia ele era uma pessoa bastante educada. Enquanto conversávamos na loja, a Dona Angélica me parecia ter muito orgulho do filho que tem. Talvez deve ser alguma sisma da Natália e do Vitor com ele e por isso pensam essas coisas.

O Gustavo parece bastante educado, obediente a mãe, toca na igreja, deste modo temente a Deus. Então não conseguir achar problema algum nele, pelo contrário, ele me pareceu um garoto perfeito do tipo que as mães gostariam de tê-lo como genro.

Chegamos na casa da Nathália e meu pai e meu tio estavam esticados no sofá. Os dois estavam com um cheiro de tinta misturado com suor.

- Enfim vocês chegaram em garotas. - meu pai falou - Gostou da cidade Ana?

- Gostei pai. - falei enquanto o comprimentava, por que não dava para abraçar. - Comprei o uniforme da escola. E o apartamento como é? Pintou meu quarto?

- Lindo e bagunçado filha. - Minha mãe apareceu na sala. - Seu pai pintou uma parede do seu quarto de rosa-cereja, amanhã você vai ver. Ficou lindo. -ela falou toda animada.

Fiquei até um pouco empolgada com o novo apartamento. Deixei eles conversando sobre o uniforme e a escola e subir para trocar de roupa.

No jantar o assunto foi esse, " a arrumação do apartamento". Falaram que tinham que pinta isso, pintar aquilo, desencaixotar as coisas e tudo mais. Me deu até um pouco de cansaço só em ouvir. A Nathália também estava envolvida naquela animação toda. Ela ama essas coisas de decoração e começou a dar um monte de palpite sobre o meu quarto.

- Hoje vocês escaparam garotas, mas no resto da semana vão ter muito trabalho.- meu tio falou quando estávamos nos preparando para dormir.

E ele não estava brincando não, tinha mesmo muita coisa pra fazer. Quando estávamos arrumando as coisas para vim para cá, não percebi que havia tanta caixa assim. Quando eu pensava que acabou, aparecia mais.

Conheci várias irmãs da igreja nessa arrumação, elas foram ajudar a minha mãe na limpeza e na comida.

A irmã Angélica também apareceu. Quando a vi fiquei com a esperança do Gustavo ter aparecido também, mas ele não foi. Ela disse que ele estava na casa de um amigo e pode ir, mas deixou um abraço, o que foi o suficiente para mim.

E foi a semana toda assim, caixas para todos os lados. Mas com tanta ajuda foi tudo muito rápido.

- Você vai no culto dos jovens hoje Ana? - A Nathália perguntou.

- Acho que não Nath, estou muito cansada dessa arrumação toda. E se eu for hoje, é capaz de não conseguir acordar amanhã para a escola dominical.

- Entendo prima. Eu também estou muito cansada, só estou indo porque minha escala do grupo de louvor é hoje. - ela se levantou da minha cama onde estávamos deitadas. - Eu já vou para minha casa então. Vou me arrumar. Amanhã a gente se fala.

Nos despedimos e ela foi. Fiquei sozinha em casa, meus pais foram deixar uma irmã em sua casa e depois iriam para casa dos meus tios pegar a Clarinha e com certeza iriam demorar.

Apertei o play, nas músicas do celular - saiu "Música da Minha Vida" da Arianne - coloquei no máximo e fui até a cozinha pegar alguma coisa para comer.

Na volta para o quarto, comecei a reparar na minha nova casa. Até que o apartamento era bastante grande. Acho que posso me acostumar.

A sala se transformou em dois ambientes; de está e de jantar. Ficou tudo muito bonito com a invenção da Nathalia de ser a design de interiores ( até que ela leva jeito). E com as pinturas do meu pai e do meu tio .
Estava até parecendo uma daquelas de capa de revista ou aquelas que o Gugu entrega em seu programa, que minha mãe ama assistir.

O meu quarto foi a parte mais bonita em minha opinião. Troquei minha cama por um colchão box, a parede do quarto rosa ficou linda e meu pai, para me agradar, colocou uma escrivaninha maior no canto do quarto. Ficou incrível, sem contar com o toque de design da Nathalia, claro.

Sentei na mesa do quarto e comecei a mexer no computador. Entrei no bate-papo do facebook para ver se eu encontrava alguém lá de Minas online.
Não é que eu achei?! A Diana e a Bia estavam online. Entrei no grupo e escrevi:

"Ué! Não vão para a igreja não?!"

" Pergunto o mesmo, dona Ana." -Diana

" Fiquei o dia todo arrumando a casa tá! E ainda nem conheço a igreja."

" Olha olha em Ana, as desculpas de quem desvia começam assim... Kkkkk"-Bia.

" Tá amarrado garota! Kkk
Amanhã eu conheço todo mundo."

" Meninas eu gostaria muito continuar falando com vocês, mas o Samuel está aqui buzinando e chamando para ir para igreja. Um beijinho para você Ana sdds! Mais tarde a gente conversa mais."

" Uuuuhh o Samuel é ?! Beleza Di. Depois vocês me contam como foi o primeiro culto depois das férias. "

" Pode deixar. Beijos" - Diana

" É Ana. Nem te falei que essa semana a família do Samuel almoçou na casa da Diana. E eu nem fui convidada."

" Almoço em família, carona pra igreja... A Diana precisa conversar seriamente com a gente. "

" Pois é. Ela não quis me contar nada ainda, mas eu vou arrancar isso dela. Kkk
Ana, eu também vou sair aqui. Um beijo e muita saudades."

" Vai lá Bia. Outro beijo pra você. Aproveita muito e conta tudo. "

Depois de me despedir vi algumas coisas no Face e depois sai.

Me joguei no colchão e comecei a rir sozinha. Passei a imaginar a Diana e o Samuel juntos e como tudo iniciou na escola com um toque meu e da Bia.

Claro que eles vão pedir um conselho do pastor, orar e fala com os país, mas as suas famílias já estão até fazendo almoço, sem ser algo de igreja juntos, então já tem meio caminho andado.
Fiquei muito feliz pela minha amiga e por eu ter feito parte disso também. Deus abençoe se for o que Ele quer.

Comecei a pensar no que Ele quer para mim também. Assim como os da Diana, o limite para namorar dos meus pais é a partir dos 17 anos, e já tenho essa idade.

Eu nunca pensei sobre esse assunto relacionando a mim. Normalmente é sempre para minhas amigas ou para alguém da igreja, por que eu sempre amei ser 'cupido'.

Claro que eu falava como eu queria que meu marido fosse e minha mãe me ensinou a orar para que ele fosse de Deus, mas tirando as paixonites da pré-adolecencia, não gostei de ninguém ainda de verdade.

E foi nesse pensamento de garoto ideal que fui parar no Gustavo. Não o conheço de verdade, mas algumas coisas encaixam direitinho. Será???

Como eu estava muito cansada, acabei pegando no sono e não terminei com esses pensamentos.

Sou Crente... E daí?!Onde histórias criam vida. Descubra agora