Sou Crente... E daí?!

Capítulo 26

A semana começou e depois das provas na segunda e na terça-feira, eu fiquei livre para organizar a minha parte das coisas do retiro. Como nenhum garoto brincalhão resolveu dar as caras por esses dias, conclui definitivamente que era eu quem iria fazer tudo sozinha como de início.

- Ufa! Até que enfim última prova da semana. – Falei com a Leticia e a Caroline, enquanto descíamos as escadas para irmos embora.

- É, mais próxima semana tem matemática e biologia. – A Leti falou acabando com a minha alegria inicial.

- Ah, mas vamos pensar no hoje, não é? E hoje eu não preciso estudar para prova. – Brinquei.

- Tudo bem. – A Caroline riu. – Gente, deixa eu ir lá. Vou ali despedir das meninas. E qualquer coisa, Ana, só me chamar, se precisar de ajuda com o retiro.

- Pode deixar. – Falei sorrindo.

- Ela se envolveu mesmo, não é? – A Leti falou.

- Pois é. Deixa eu ir lá também, porque eu vou passar lá na distribuidora antes de ir no trabalho.

- Beleza, vai lá. Desculpa não poder almoçar com você agora, é que minha avó decidiu logo hoje fazer as compras para o casamento da minha tia.

- Ah, está tranquilo. Eu só vou comer um lanche rápido e já vou para o Pet Shop. Ah! E não esquece de mandar a foto do seu vestido.

- Pode deixar!

Nos despedimos e eu segui em direção ao ponto de ônibus. Praticamente todo mundo que eu conhecia já havia ido embora, mas o ponto ainda continuava lotado. Enquanto esperava, eu tentava recapitular em que lugar eu tinha que descer e quais coisas que eu tinha que fazer. Comprar os refrigerantes... ver as mesas... comprar os balões... acho que não vai dar para fazer tudo isso somente nas poucas horas que eu tenho, não...

Os meus pensamentos foram interrompidos por uma buzina que não parava do outro lado da rua. Foi só depois de algum tempo que eu resolvi olhar quem era que insistia tanto e para minha surpresa a pessoa buzinava para mim.

- Gustavo?!!!

Apertei os olhos para ver se era ele mesmo e lá estava ele com o carro da mãe gesticulando para que eu atravessasse a rua e fosse até ele.

Meio sem entender, esperei os carros pararem no sinal que havia se fechado e corri para o outro lado.

- O que você está fazendo aqui? – Falei assim que ele abriu a porta.

- Entra aí.

Hesitei por um tempo, mas logo me sentei no banco do carona.

- O que você está fazendo aqui? – Perguntei de novo, depois de fechar a porta.

- Vamos fazer as coisas do retiro. Você não disse que era essa semana?

- Ah.. é...

- Então... - Ele falou empolgado. - Eu falei com minha tia e ela te deu esse dia de folga.

- Você o que???

- Relaxa. Ela entendeu e até ficou animada quando eu falei que eu estava ajudando. - Ele riu.

Eu estava com muita raiva naquela hora, ele não tinha o direito de pedir para mim um dia de folga sem antes me avisar. Eu queria falar isso para ele, mas a sua empolgação era tanta que nao deixou nem eu abrir a boca.

- Eu liguei para o senhor da distribuidora, aquela mais barata e mais longe que você tinha me falado. Só que ele estava ocupado e não deu para fazer o pedido, mas ele falou que  poderia nos atender agora.