02

313 23 2
                                    


Eu olhei em volta, ainda estava no mesmo auditorio,Mikey ainda sorria maldoso pra mim, aquilo me assustava. A voz áspera dele soou pelo ambiente, fazendo meu estômago embrulhar.

Senti a faca afunda em meu estômago e a lâmina virar dentro da minha barriga, junto com um líquido vermelho escorrer pela minha barriga.

Quando eu abri os olhos percebi que meu coração estava acelerado e minhas mãos tremiam muito, lágrimas escorreram pelo meu rosto ao mesmo tempo que o quarto era iluminado pela luz fraca do nascer do sol.

Olhei para minha barriga, a cicatriz ainda estava lá, pra me lembrar que Mikey ainda me assombrava, mesmo depois de morto.

Suspirei limpando as lágrimas, tomei um banho gelado pra me acordar e coloquei uma roupa pra faculdade. Eu fazia biologia, e me fazia esquecer da experiência de quase morte que eu havia sofrido a alguns meses atrás.

Desci as escadas apenas pra ver Marta deitada em meu sofá, ela havia dormido ali ontem, depois de eu ter dito que não precisava.

Caminhei até a cozinha pra fazer meu café e um lanche pra levar pra faculdade, a Meeks apareceu na porta da cozinha, os cabelos bagunçados e olheiras abaixo dos olhos:

_Bom dia, Mary.- ela disse se sentando na mesa - Eu vou ter que voltar pra Woodsboro hoje, meus pais estão querendo eu lá.

Sorri assentindo:

_Tudo bem, Mar, eu ficarei bem. Estarei ocupada direto com os trabalhos da faculdade.

Marta me olhou preocupada:

_Mary, eu ouvi você chorando ontem... Ainda lembra muito do Randy?

Eu percebi o olhar triste dela ao mensionar o irmão, eu suspirei e disse sentando a sua frente com uma xícara de café pra nós duas:

_Randy era meu melhor amigo, mas dele eu só tenho boas memórias, e eu estou tomando os antidepressivos direitinho, não tenho mais visões com Mikey.

_Voce sabe que pode contar comigo, né? Eu estou aqui pra você. - Ela sorriu enquanto bebia o café - Mary, você tem certeza que quer ficar aqui sozinha?

Eu concordei enquanto forcei um sorriso pra ela, ficamos mais alguns minutos em silêncio, até eu terminar meu café e sai, deixando ela sozinha.

Dentro do meu carro senti algumas lágrimas caírem do meu rosto, levei os dedos para limpar as mesmas,olhei uma foto minha e de Randy, colada no vidro do carro, sorri um pouco e disse:

_É... Você faz falta seu nerd.

Dei partida no carro, e enquanto eu dirigia por alguns quilômetros, senti a traseira do carro ser atingida com tudo, o que fez o anti impacto do volante ser acionado em meu rosto.

Desativei o e desci do carro, apenas pra ver uma camionete preta atrás, dela desceu um cara alto, de óculos e roupas de couro:

_Oh idiota... Olha o que você fez com meu carro!- eu disse olhando para o estado da traseira do meu pobre carro- Você vai pagar esse estrago!

Ele então fechou a expressão e disse:

_Se você não dirigisse como uma lesma, isso não teria acontecido!- ele revidou

_Babaca!- murmurei

_Voce sabe quem eu sou ,garota?- ele disse me encarando

_Sinceramente não! E nem quero saber, se não se importa ,eu preciso ir!

Entrei no carro de novo e sai dali, olhando pelo espelho do carro o homem anotando alguma coisa, revirei os olhos e segui pra minha faculdade.

O dia se passou rápido, sem muito de novo nele, muitas anotações e horas de dor de cabeça, mas como eu disse, aquilo servia pra eu esquecer o que ouve comigo.

Na lanchonete da faculdade, eu costumava sentar sozinha, de cabeça baixa, temendo ver o "fantasma" de Mikey me encarando.

Mas aquele dia eu olhei para cima, e o vi, ele estava sentado mais a frente, me encarando diretamente, enquanto seu sorriso aumentou no rosto, minhas mãos tremeram levemente e minha perna começou a balançar frenética, fôlego foi se esvaindo do meus pulmões.

Levantei da mesa e caminhei para minha próxima aula, as malditas visões haviam voltado, e aquilo me irritava muito, por que até depois de morto, Mikey ainda me assombrava.

O final do dia havia chegado, e eu caminhei até meu carro, que tinha um papel no parabrisa, franzi o cenho e peguei o mesmo:

"Um cheque pra você fazer mais aulas de direção! Meu carro agradece!"

_Filho da puta!- eu disse depois de rasgar o papel, revirei os olhos e entrei no carro.

Assim como todos os dias, a volta pra casa foi tranquila, tirando o fato de eu ter que passar na oficina pra concertar a parte de trás do meu carro, foi tranquila.

Abri a porta da minha casa, percebendo minha casa totalmente escura, acendi as luzes, temendo ver alguém que não queria ver, mas pra minha sorte, só tinha meus sofás e a tv na estante. Passei a mão no rosto e fechei a porta de casa, saindo para a cozinha.

Abri a porta do armário e peguei a caixa de comprimidos anti depressivos, mas pro meu azar, estava vazia, e eu no iria sair naquele horário pra comprar remédios.

_Isso significa que a noite vai ser bem longa - eu murmurei jogando a caixa no lixo, e tomando apenas uma água gelada. - Tomara que eu esteja errada.



Notas finais
Eu realmente espero que não saia muito do ritmo anterior, mas eu quero colocar alguns resquícios de enimes to love aqui, apenas pra deixar mais legal.

E sim, eu vou manter aquele final, mas vai ser melhor construído, eu vou tentar pelo menos.

Beijos meus pequenos lírios 💓💓

ℰ𝓂 𝒯ℯ𝓊𝓈 𝒪𝓁𝒽ℴ𝓈 - Roman Bridger (Versão Nova)Onde histórias criam vida. Descubra agora