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No dia seguinte me levanto melancólica, minha mãe está numa alegria que falta transbordar.
Vou para o jardim tentar ler, ouvir minha mãe falar sobre o casório não estava me ajudando.

Vejo um homem um pouco mais Velho que meu pai se aproximar, eu o vejo passar por cima do livro, o mordomo o recebe.
Não demora e o homem sai de casa em passos largos esbravejando algumas palavras, seja lá o que tenha conversado com meu pai a visita não foi das melhores.

No final da tarde Charlote e eu estávamos tomando chá na sala de estar.

Quando vejamos agora outro homem sendo guiado pelo nosso mordomo. Ele acena com a cabeça e diz:
— Senhoritas.

Eu e minha irmã fizemos uma breve reverência e ele entra no escritório.

— Já o viu antes ? - pergunto a Charlote

— Acredito que não, eu não me esqueceria - ela diz e abafa um sorriso com as mãos.

Minha irmã tem razão sua aparência não é algo comum de ser ver, alto, forte, cabelos escuros na altura dos ombros, barba por fazer e a pele bronzeada.

Fico curiosa e me aproximo do escritório e sento na cadeira próxima a porta, minha irmã arregala os olhos.

Peço que faça silêncio antes que tente dizer algo para me repreender.

Não demora e consigo ouvir as vozes de meu pai e do homem, a voz do homem é grossa e impaciente, eles parecem estarem brigando.

" — Isso é um absurdo está me cobrando o dobro - meu pai diz
— Aumentou o número de saqueadores piratas ou seja Gerald Lester o risco também - o homem diz parece ser esperto.
— Héctor eu não pagarei ! - Meu pai diz em um berro
— Então procure outro que garanta o envio de suas mercadorias e boa sorte - ele agora diz mais alto que meu pai, nunca tinha visto alguém falar mais alto que meu pai.

Ouço passos, preciso pegar algo meu pai não pode imaginar que eu estou tentando ouvir a conversa, minha irmã é rápida e arremessa um livro eu pego no ar e abro.

— Espere - antes de abrir a porta meu pai chama o homem. — Leve minha mercadoria e garanta que chegue no destino.
— Muito bem, hoje a noite embarcarei - o homem diz."

O homem abre a porta e sinto seus olhos sobre mim, eu o olho de relance e nossos olhares se cruzam volto a fitar o livro de imediato.

Ele vai até a porta de saída onde o mordomo já o esperava.

Volto a acompanhar Charlote no chá.

— Sorte que nosso pai não a viu bisbilhotar - ela diz baixinho.

— Não era nada demais, este homem parece ser o capitão que atravessa o oceano com os vinhos de nosso pai - digo

— Há isso explica muita coisa - minha irmã diz — Ele é bem exótico tem mesmo cara de que atravessa o oceano.

Assim que minha irmã fecha a boca eu tenho a brilhante ideia, minha irmã parece ler minha mente.

— Eu conheço essa cara, o que está pensando ? - pergunta, subo para o quarto correndo.

***********

— Me dê cobertura - digo quase sussurrando para Charlote.

— Que loucura, vá logo - ela cochicha de volta enquanto me espera na porta do quarto de nossos pais.

Não me demoro, pego uma calça, camisa, colete, chapéu e botas.

No nosso quarto Charlote me observa preocupada.

— Sofie tem certeza que é uma boa ideia, imagine os riscos e nosso pai não irá perdoa-lá.

— Eu não posso ficar, e ver minha vida ser entregue a própria sorte, e se aquele homem for asqueroso ou pior maquiavélico.

— Não acho que seja, deveria ficar, quem sabe será muito feliz.

— Não vou contar com a própria sorte - digo por último

No final da tarde visto as roupas do meu pai, ficaram um tanto folgadas, melhor assim preciso parecer um homem até mesmo desengonçado se for o caso.

— Como estou - brinco

— Eu não consigo acreditar que está fazendo está loucura - Charlote diz em desaprovação.

— Vamos me de cobertura novamente, nossa mãe não está, nosso pai deve está enfurnado no escritório, quero que distraia o mordomo.

Minha irmã respira pesadamente e vai.

Do início dos degraus da escada ouço o mordomo a acompanhar Charlote para a cozinha, essa é minha chance, penso, e desço as escadas apressada.

Do lado de fora saio pelos portões quase correndo.
Na rua afundo minha cabeça ainda mais no chapéu e sigo caminho pelas ruas. Até agora está tudo dando certo.

Me aproximando do centro o vai e vem das pessoas aumenta, eu não chamo atenção pelo visto o disfarce está dando certo.

Avisto o cais e vejo várias embarcações atracadas, eu preciso entrar em alguma sem ser vista e sair deste lugar.

Ando pelas pessoas e vejo o senhor que saiu de casa zangado, mais cedo antes do capitão, esse deve ser o navio que embarcará com o vinho de meu pai, que engraçado seria fugir com os vinhos do meu próprio pai.

Tem uma movimentação à frente o homem parece está gritando algo, me aproximo.

— Vamos lá, preciso agora de mais um, para a limpeza do navio - ele diz e observa ao redor, os homens parecem não querer.

Eu estendo o braço e todos se viram para mim, tusso um pouco e tento engrossar a voz.

— Eu - digo

— Ok, enceramos por aqui - o homem diz e sobe a rampa de acesso para o navio eu fico imóvel observando — Qual seu problema você não vem - diz

Eu acelero o passo e subo para dentro do navio.
O homem estende uma de suas mãos.
— Jason e o seu rapaz ? - pergunta, droga eu não pensei em um nome.

— Hum... Sam - digo sem muita convicção

— Bem vindo Sam, ao navio de Héctor Tuner - o homem diz e me da leves tapas no ombro tento não desmontar ali mesmo.

— Já embarcou em algum navio antes ?

— Não senhor - digo

— Pode me chamar apenas de Jason, venha vou te mostrar suas funções.

Ele me mostra cada lugar do navio, a proa do navio, cozinha, as redes onde nós tripulantes dormimos e por último a cabine do capitão onde ninguém entra sem sua permissão. Fico encarregada de limpar a embarcação, ele me mostra os materiais.

— É cansativo, mas não é difícil - diz
Mal sabe ele que nunca lavei um prato.

RaposaOnde histórias criam vida. Descubra agora