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Passo a noite chorando, eu queria abraçá-lo e dizer o quanto é especial, mas não posso estamos separados e agora me sinto só e tola. Eu deveria tê-lo ouvido deixado que se expressa-se e me contado tudo que ouve, mas o meu orgulho e ciúmes falou mais alto.

Bem cedinho me levanto decidida, eu preciso resolver as coisas com Héctor e enfrentar este momento difícil juntos, eu quero e devo isso a ele, eu o amo.

Seus pais estão tomando o café da manhã mas não vejo Héctor. Os olhos da senhora Tuner estão pequenos e inchados passou a noite chorando.

— Oi querida sente-se - ela pede

— onde está Héctor eu preciso falar com ele - digo afobada, sua mãe respira fundo e olha para seu marido por alguns instantes e volta a encarar a xícara de café.

— Viajou Sofie, sem previsão de volta - diz

Sento na cadeira e sinto minhas mãos tremerem.

— Sem previsão de volta? Como assim ?

— É a maneira como ele tenta amenizar a dor, fugindo para o mar, já vimos isto antes... - ela pausa por um instante — Tudo está se repetindo.

— Estou tão arrependida, eu me sinto tão... - tento dizer

A senhora Tuner segura firme minha mão.

— Não, não é culpa sua, aquela víbora sente prazer em destruí-lo, sei que um dia a conta vai chegar.

Abaixo a cabeça desapontada.

3 meses depois...

Todos os dias saio da casa dos Tuner com um pingo de esperança de ver Héctor passar por aquela porta, seus pais estão conformados mas eu, eu não estou.

Sinto sua falta e muitas saudades de Alicinha meu peito dói de saudades deles, eles eram tudo que eu tinha e agora não tenho nenhum dos dois.

Tudo que aconteceu tornou minha vida de cabeça para baixo, não durmo mais direito, estou muito emotiva e meu estômago está revirado sinto aversão de vários alimentos, tudo isso mexeu com meu emocional e meu corpo está refletindo.

Mais uma vez no centro ando pelo cais a procura do maresia seu navio, mas uma vez não os encontro, Héctor parece ter desaparecido.

Andando pelas ruas apressada esbarro sem querer numa jovem.

— Me desculpe - peço sem jeito, a moça sorri.

— Não foi nada...

— Sofie é você? - A mulher ao seu lado exclama eu agora a encaro, não pode ser?

— Charlote - digo apressada e a abraço forte.

— Minha irmã, como senti sua falta - Charlote diz enquanto me abraça apertado, minhas lágrimas descem, eu precisava mais que tudo de um abraço eu estava em pedaços.

Desfaço o abraço lentamente e a olho melhor, ela está linda como sempre.

— Por onde andou Sofie, eu te procurei por todo lugar - ela diz enquanto segura firme minhas mãos.

— Ó minha irmã, não podemos nem nos despedir, eu estou morando num vilarejo aqui perto - digo

Ela volta a me abraçar e sussurra no meu ouvido.

— Mamãe disse que você está com o capitão exótico daquele dia ?

Eu sorrio a forma como minha irmã diz me faz lembrar de como é hilária com as palavras.

— Sim minha irmã, eu encontrei o amor - digo também sussurrando, ela desfaz o abraço e arregala os olhos.

— Isto é ótimo, fico tão feliz - diz

— Obrigada - digo um pouco sem ânimo, ela segura meu rosto.

— E porque está com o olhar tão triste ? Eu te conheço.

— É uma longa história - respiro fundo, Charlote olha para a moça que está do seu lado, parece ser sua dama de companhia.

— Me diga o nome do vilarejo onde mora amanhã eu irei até lá, me diga - insiste.

***

No dia seguinte depois do café da manhã a carruagem de Charlote para em frente de casa, eu estou tão feliz.

A recebo alegre, ela fica encantada com minha cabana.

— Que aconchegante, tudo tão bonito do seu jeitinho - diz enquanto passa os dedos por alguns móveis.

— Que bom que gostou - digo satisfeita.

— Vocês moram aqui ? Tenho certeza que são felizes.

— Sim, morávamos - digo, ela me observa atenta, eu sento na poltrona e ela me faz companhia.

— O que houve Sofie?

Com muito pesar conto a ela desde o início, do dia que sai de casa e me aventurei naquele navio, até agora, ela escuta tudo atenta.

— Nossa quanta coisa, estava tudo indo tão bem até está mulher aparecer - ela suspira

— Sim, meu mundo virou te ponta a cabeça.

— Sinto muito pela garotinha, eu não sabia que Héctor era um paizão, como nos enganamos pelas aparências ele é um cavalheiro quase que instinto.

— Sim...

Preparo o almoço e Charlote olha tudo com mais detalhes, amou a vista para o oceano e a natureza em volta.

— Eu não sabia que existia um lugar tão belo e tão próximo de nós - diz

— Sim eu também tive esta reação quando cheguei - brinco e ela sorri.

Sirvo o almoço e mais uma vez não consigo comer nem metade que coloco no prato.

— Nossa Sofie, isto está uma delícia, onde aprendeu a cozinhar tão bem - brinca com a boca cheia.

— A mãe de Tuner sempre que fazia a comida eu a observava e aprendi só de olhar - sorrio

— Caramba está uma delícia - ela olha para o meu prato e continua — O que foi ? Está sem fome?

— Há depois de tudo que aconteceu ando tendo dificuldade para comer - confesso ela me observa atenta.

— Senti tonturas ou azia ?

— As vezes porque ?

Ela coloca os talheres sobre o prato e limpa a boca com o guardanapo.

— Quando foi a última vez que viu suas regras Sofie ?

Reflito um pouco e parece ter sido a muito tempo atrás.

— Não me lembro ao certo, eu estou tão triste que meu corpo está refletindo - digo

— Sofie sei que está triste e te entendo mas o que está sentindo é além de tristeza - diz séria

Sinto meu coração palpitar um pouco será que estou com alguma doença grave que não sei.

— O que eu tenho ? - pergunto com medo

— Está grávida minha irmã, esses sintomas são de gravidez - diz de uma vez - paraliso.

— Grávida... eu...

Charlote me abraça forte eu estou sem acreditar acho que ela está enganada, prometo que vou ao médico no dia seguinte.

RaposaOnde histórias criam vida. Descubra agora