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Héctor Tuner

Chegamos ao nosso destino, Sofie está calada, quase não dormiu na noite anterior, vi se revirar na cama a noite quase toda.

Eu preciso devolvê-la, uma moça como ela no meio do mundo sozinha coisas muito ruins podem lhe acontecer, que plano maluco e sem juízo.

Eu torço que sua fuga não tenha se espalhado.

Visto uma camisa limpa, ela está sentada apertando suas mãos, está nervosa.

— Vamos - sugiro, ela respira pesadamente e se levanta me olha nos olhos, seus olhos verdes estão quase em súplicas.

Precisa levá-la Héctor me repreendo.

— Não tem jeito, qual será meu destino - desabafa

Caminhamos pelas ruas, seguro seu braço o tempo todo não posso correr o risco que fuja novamente. Ela não protesta parece aceitar seu destino.

Chegamos na entrada da sua casa, abro um dos portões, o mordomo da casa nos vê entrar e corre para abrir a porta. Atravessamos o jardim e sua mãe já à espera junto do mordomo segurando firme a barra do vestido.

Na porta sua mãe a abraça forte, Sofie retribui.

— Estava morrendo aos poucos sem saber onde foi parar - sua mãe diz chorosa.

— Me desculpe - Sofie diz também chorosa.

— Onde está Gerald Lester ? - pergunto.

Sua mãe desfaz do abraço e me encara e volta a olhar para Sofie preocupada.

— No escritório - responde com pesar.

O mordomo nos guia para o cômodo sua mãe nos acompanha.

Seu pai estava concentrado assinando alguns papéis quando nos vê entrar pela porta, ele se levanta surpreso.

— Héctor - ele me encara e agora olha para sua filha que fita agora o chão — Sofie - diz incrédulo.

O mordomo nos deixa entrar e fecha a porta, Gerald se aproxima.

— Conseguiu levar minha carga com sucesso - me pergunta , como pode um pai se preocupar com sua mercadoria ao invés de sua filha.

— Tudo certo - respondo ele abre um sorriso e desmancha quando olha agora para sua filha.

— Está garota se enfiou no seu barco não foi ? - pergunta, Sofie não consegue encara- ló

— sim, mas não deixei que ninguém a toca-se, eu a trouxe de volta da mesma forma que saiu - digo firme.

O homem vai até a sua mesa e retira um envelope.

— Aqui está o restante do seu pagamento - pego de sua mão.

— Obrigado - digo

Gerald Lester puxa sua filha pelo braço, ela me olha por um instante, seus olhos estão marejados.

— Então é só, pode deixar que eu cuido desta aqui - diz seco.

Aquele olhar triste de súplica eu não queria deixá-la ali assim, mas não posso fazer nada aquilo era o certo a se fazer.

Me viro para ir embora quando ouço um estralo, eu reconheço aquele som ela acaba de levar um tapa, fecho os olhos e tento caminhar mais um pouco.
Escuto seu gemido de dor abafado.

— você envergonha nossa família - outro tapa agora mais forte.

— acalma-se marido - sua mãe pede

— Sorte que Coker desposou Charlote agora você apodrecera naquele quarto - outro tapa.

— Papai - ouço sua voz chorosa

Paro de caminhar antes de abrir a porta, fecho os olhos com força, eu não podia deixá-la ali na mão do seu pai cruel. Cerro os punhos com raiva.

— Quem irá querer uma mulher feito você, desobediente e fujona - ele rosna ouço seu corpo cair sobre o chão, e me viro.

Ela está jogada no chão, segurando com uma de suas mãos seu rosto vermelho recém esbofeteado, sua mãe está em prantos imóvel.
Gerald não se cansou de castiga-lá está tentando tirar o cinto de suas calças para lhe bater ainda mais.

— espere - esbravejo alto.

Sofie me olha com seu rosto vermelho cheio de lágrimas, Gerald me encara sem entender.

— Eu fico com ela - digo, sua mãe arregala os olhos e Gerald senta na sua enorme poltrona.

— Pode levá-la, faça o quiser - diz com desprezo.

Sofie se levanta e corre em minha direção agarrando minha mão, parece um animal afugentado.

— Eu não posso desposa-lá, mas cuidarei dela - digo, sua mãe coloco a mão sobre o peito parece um pouco aflita.

— Tanto faz - seu pai diz e faz um gesto com a mão para que eu saia de lá com ela rápido.

Do lado de fora ela ainda segura firme minha mão, desfaço o gesto e ela me acompanha quase que correndo.

Que tolice acabei de fazer.

RaposaOnde histórias criam vida. Descubra agora