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Caminho quase que tropeçando tentando acompanhar Héctor que caminha apresado em passos largos.

Ele me tirou daquele lugar, meu pai estava ainda mais cruel.

Ele faz outro caminho diferente do cais, onde será que ele está me levando. Ele não me olha caminha sem olhar para trás, acho que se arrependeu do que fez.

Na rua principal ele pede uma carruagem.

— Entre - pede

— Onde vamos ? - pergunto sem entender.

— vamos entre logo - diz agora mais firme, entro calada, ele também entra e fecha a porta.

A carruagem é aberta, ele senta logo à frente de mim, olha o tempo todo para fora sério com a sobrancelha apertada.

— Se quiser pode me deixar aqui mesmo eu me viro - digo, ele agora me encara ainda de cara fechada e volta a olhar para fora calado.

Depois de um tempo percebo que estamos indo para o campo fora da cidade.

— Onde estamos indo? Pensei que me deixaria no maresia no seu navio ? - pergunto olhando para os lados tentando me localizar.

— aquele lugar não é para você - diz seco

— Por que sou mulher ? - questiono

— Não pretendo dar todo meu dinheiro novamente para aqueles saqueadores, aqui estará segura. - diz, fico calada o compreendo.

Depois de um tempo vejo algumas casas de madeiras, cabanas, uma espaçadas das outras, parece um pequeno vilarejo entre os campos verdes, a vista é bonita.

A carruagem para de frente a uma casa de dois andares de madeira, toda cercada. Uma senhora aparece na porta.

Descemos da carruagem olho tudo em volta, não me lembro de conhecer este lugar antes.
Ele abre a pequena porta da cerca.

— Venha - pede, obedeço.

Uma criança passa pela porta principal da casa correndo e Héctor se abaixa, a menina o agarra pelo pescoço feliz, Héctor a levanta e a abraça forte.

— Papai, eu estava com saudades - a menina diz alegre.

Papai Héctor tem uma filha.

Ela agora me olha curiosa ainda no colo do seu pai.

— Quem é papai ? - pergunta tímida, eu sorrio ladino, ela parece ser tão meiga.
Héctor me olha e depois observa sua filha.

— Uma amiga, Alicinha - diz calmo para a filha.

A senhora nos aguarda na porta, Héctor estende a mão para a senhora que retribui alegre.

— Sua benção mãe - ele diz

— Que o senhor sempre lhe acompanhe meu filho - a senhora diz, aquela é sua mãe.

— Entre, entre minha jovem - ela pede nos dando passagem.

Dentro da casa tudo é bem aconchegante sinto cheiro de lavanda.

Um senhor sentado na poltrona se levanta e cumprimenta Héctor com batidas no ombro.

— Hum... está viajem pelo visto foi diferente das outras meu filho - diz para Héctor que confirma com a cabeça.

Todos vão a cozinha e a mãe de Héctor me guia para acompanhá-los, todos se sentam na mesa redonda de madeira, Alicinha insiste em ficar sentada no colo do seu pai.

— Está é Sofie, ela não tem onde ficar, quero que cuidem dela - ele diz sério para os pais que me observam calados, eu não consigo encara-los sinto um pouco de vergonha.

— Sofie - Héctor agora se direciona a mim, eu o observo falar — é bem vinda aqui, certo !

Eu confirmo com a cabeça.

— Venha querida, deve está exausta vou lhe preparar o banho - sua mãe diz e se levanta.

Eu me levanto.

— Obrigada, prometo que não lhe dareis trabalho - digo firme para todos a mesa, eles me observam e acompanho a senhora Tuner.

— Pegue, essas toalhas estão limpas - me estende uma das toalhas brancas, eu seguro.

Ela abre uma porta no final do corredor do segundo andar.

— Aqui fica a casa de banho, a banheira já está cheia a água está morna espero que goste - diz sorrindo.

— Sim, muito obrigada - agradeço.

— Espere, vi que não trouxe roupas, posso lhe oferecer alguns vestidos, do meu tempo de juventude, acredito que lhe sirva.

— Sim, fico muito agradecida - digo sincera.

A senhora sai apressada sorrindo e entro para tomar meu banho.
Que delícia de banho, o cheiro de rosas predomina o lugar e a água está uma delícia, todos esses dias tomando banho gelado.

Ouço baterem na porta.

— Querida, trouxe um vestido - a senhora diz

— Sim, entre - peço, ela entra e coloca a muda de roupa sobre a cômoda.

— Assim que acabar desça, serviremos o jantar - diz

— está bem, obrigada.

Termino o banho, não me demoro não quero que fiquem me esperando.
Visto o vestido de mangas longas verde, o tecido é suave e fino, penteio os cabelos e desço.

Estavam todos sentados a mesa parece que estavam conversando algo importante, quando me veem ficam em silêncio, entro no cômodo sem jeito.

— Espero não ter demorado - digo baixo

— Não magina querida, sente-se - A senhora Tuner se levanta em prontidão e aponta para uma cadeira vaga.

Me sento, Héctor me observa calado e seu pai sorri.

— Sofie você é tão linda - Alicinha diz me fazendo corar.

— Há, obrigada Alicinha, você também é muito linda - digo de forma amável para a garotinha.

Héctor tosse.

— Quantos anos tem ? - pergunto para a garotinha ao meu lado.

— Seis anos, quase sete - diz sorrindo.

— Eu jurava que tinha mais, é muito esperta - digo sincera.

O jantar é servido, uma variedade de porções, eu fico em dúvida de qual provar primeiro, esses dias todos comendo ensopado uma comida sólida é tudo que eu queria.

— O que foi? A comida não agrada a senhorita - Héctor diz ríspido.

— Que modos são esses menino, não te ensinei isso, seja mais gentil com a moça - sua mãe o repreende.

— Desculpe mãe - Héctor diz agora mais baixo.
Tento não rir, foi engraçado a forma como se corrigiu seguro o riso ele parece perceber e me fuzila com o olhar me encolho.

— Está tudo uma delícia tenho certeza disto, só estou em dúvida por onde começar - digo

— Fique a vontade - o pai de Héctor agora quem diz.

Acento com a cabeça e começo a colocar um pouco de cada no meu prato.

RaposaOnde histórias criam vida. Descubra agora