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Levo a Alicinha a escola a senhora Tuner teve que ir ao centro resolver alguns assuntos bem cedo.

Assim que retorno para casa os pais de Héctor batem na minha porta.

Eles entram apreensivos, eu nunca vi aquele olhar do Senhor Tuner ele está preocupado.

— O que houve ? - pergunto com a mão no peito.

— Eu fui ao centro hoje e não se fala de outra coisa - A mãe de Héctor começa mas não consegue terminar entra em prantos.

— Acalme-se mulher - seu marido diz

Corro na cozinha e pego um copo d'água minhas mãos estão trêmulas eu a entrego.

— Houve um ataque pirata e um navio veio ao naufragar, não se tem certeza qual deles mas tudo indica que tenha sido o maresia, o navio de Héctor - as palavras do senhor Tuner são com grande pesar, eu caio sentada sobre o sofá, eu não podia acreditar no que estava ouvindo.

— Héctor - a única coisa que consegui dizer e entrar em prantos junto da sua mãe.

Preferimos não contar nada a Alicinha, não tínhamos certeza ainda das informações , no dia seguinte fui ao centro falei com vários homens em seus navios pelo cais a procura de notícias do maresia e Héctor, eles não sabiam me dizer com precisão se a notícia era falsa ou verdadeira e a angústia da incerteza só aumentava.

Muitas das vezes senti vontade de embarcar em algum daqueles navios e ir atrás dele mas não sei ao certo onde ir.

Eu não consigo imaginar e nem quero pensar que pode não está mais aqui presente eu não aceito, eu sei que está vivo e que não passou tudo de um mau entendido.

Oito dias se passaram a senhora Tuner está em um luto, sem ter notícias do filho a sua tristeza só aumenta a cada dia, eu estou tentando ser o mais forte que posso na sua frente, mas quando chego em casa caio em prantos e durmo o chamando toda a noite.

No dia seguinte bem cedinho vou ao centro vou direto ao cais, alguns homens dizem com precisão que realmente teve um ataque pirata, alguns homens foram encontrados no mar, mortos boiando, meu peito dói.

Volto para casa arrasada não consigo ir a casa de seus pais e dar a notícia.

No dia seguinte quase não consigo levantar da cama, a dias não durmo direto e choro com facilidade, não abro a porta apenas a janela do quarto tento me concentrar em algum livro.

A noite cai, são os piores momentos é quando o choro vem sem cessar, deitada na cama agarrada na sua camisa consigo ainda sentir seu cheiro, choro implorando por ele de volta.

Ouço baterem na porta, fico em silêncio deve ser a Senhora Tuner, a dois dias não tive coragem de ir lá vê-la, insisti em bater novamente.

Levanto da cama e limpo o rosto, tento melhorar um pouco o rosto antes de abrir a porta mas é algo quase que impossível.

Abro a porta, ele está bem a minha frente com o braço apoiado me esperando abrir a porta.

— Héctor ! - grito e o agarro em prantos, ele me abraça forte.

— Shiii... está tudo bem, eu estou aqui - diz tentando me acalmar, ele me coloca em seus braços e me carrega para dentro.

Sentados no sofá ele me coloca sobre seu colo, eu estou chorando agora de alegria.

Héctor está com um corte abaixo do olho direito, eu acaricio seu rosto e o beijo sem parar.

— O que houve meu amor? Eu e seus pais estávamos tão preocupados - digo

— Eu passei em casa, pensei que estivesse por lá passei em frente e vi tudo fechado - diz

— Eu estava sem ânimo e acabei deixando tudo fechado - desabafo, ele segura minha mão e beija os meus dedos.

— Tive mais um ataque de saqueadores piratas mas desta vez nada amigável, meus homens já estavam preparados para um possível ataque e assim aconteceu, perdi alguns homens, infelizmente - ele abaixa a cabeça e continua — Mas vencemos, afundamos o navio pirata, acredito que ficaremos livres destes ladroes por algum tempo.

Coloco as mãos na boca surpresa.

— Pensávamos que o maresia tivesse sido naufragado e que algo de muito ruim tivesse lhe acontecido - digo triste.

— Não foi fácil, mas não perco uma batalha tão fácil - diz sério

Toco seu corte no rosto.

— Me pegaram desprevenido - diz

— Ó meu amor, estou tão feliz que está de volta - digo e o beijo.

No quarto desabotoo sua camisa e beijo seu peito nu.

— Estava sentindo tanto a falta do seu cheiro - digo baixinho ele alisa meu ombro e deixa cair as alças do meu vestido pelo braço.

— Eu ainda mais, sua pele macia suas carícias - sua voz sai rouca

Ele coloca agora uma das mãos no bolso e tira algo de lá.

Ele se ajoelha e abre uma caixinha quadrada preta, coloco as mãos na boca.
Ele abre a caixinha e vejo um anel.

— Sei que não posso casar-me, mas aceite este anel como uma promessa do meu amor a nossa união - diz

Eu estava feliz

— claro que aceito - digo eufórica ele se levanta e coloca o anel no meu dedo, a pedra solitária do anel é verde — Que lindo - digo sorrindo.

— Comprei pensando nos seus olhos - diz

— Depois de tudo que passou ainda me compra um anel ? - pergunto

— Sim viajei pensando neste presente o tempo todo, não seria um pirata me atrapalhar - diz quase sorrindo

Eu o agarro e o beijo com todo meu amor.

RaposaOnde histórias criam vida. Descubra agora